Portugal desce um lugar no ranking do desemprego

Portugal passou de 3ª para 4º lugar nos países com maior taxa de desemprego da União Europeia.

E conseguiu isto apenas num dia.

A entrada da Croácia com os seus 20% e 50% de desemprego jovem vem transformar o alinhamento num cenário de horror.

Quando é que a Europa percebe que as políticas insensatas de deslocalização de grandes empregadores para o oriente são as responsáveis pela perda de milhões de postos de trabalho?
Quando é que o mundo ocidental percebe que tem de reverter isto? Quando já ninguém tiver trabalho e salário para comprar os gadgets electrónicos feitos na China?

E que tal impor condições de igualdade laboral, ambiental e social a estes países para que a competição seja leal?
Quantas grandes multinacionais (que se enchem de lucro com este modelo) compram políticos na Europa e nos Estados Unidos?

Uma corja de mentirosos

Teixeira dos Santos e Sócrates são feitos do mesmo material.

Após todas as tropelias que foram sendo feitas com dinheiros públicos e criação de dívida desde 2006, com especial incidência a partir da crise de 2008, tentam agora branquear as suas acções, seja através de mentiras clamorosas seja através de insinuações ou omissões.

Teixeira dos Santos afirma numa entrevista que teria informado o seu sucessor para a existência de contratos de swap.
Parece-me natural e até mesmo obrigatório que o fizesse. Mas Teixeira dos Santos diz o que diz para de algum modo afastar de si e do seu ministério as responsabilidades das perdas originadas por estes contratos.
E como o faz? Omitindo "detalhes". E como dizia Frank Loyd Wright " Deus está nos detalhes". Neste caso é o diabo que está nos detalhes.

O ministério das Finanças já se pronunciou e torna-se mais ou menos óbvio que esses detalhes são extremamente importantes. Senão vejamos:
"A questão foi abordada na reunião de transição entre o ex-ministro Teixeira dos Santos e o actual ministro, Vítor Gaspar (e depois no encontro que teve a presença dos secretários de Estado do anterior executivo). A reunião decorreu num espírito de colaboração e cordialidade", indicou o Ministério das Finanças num comunicado enviado à Agência Lusa.
"A questão dos contratos de derivados foi suscitada por iniciativa do actual ministro das Finanças. A motivação era, por um lado, a preocupação com a grandeza das responsabilidades contingentes, com efeito sobre o Orçamento do Estado e, por outro, o conhecimento público da existência destas operações (em particular no Metro do Porto)", acrescentam neste domingo as Finanças.
O Ministério faz questão de esclarecer também que "nas pastas de transição do ministro das Finanças e da secretária de Estado do Tesouro e Finanças não constava um tópico dedicado aos contratos de derivados financeiros nas empresas públicas".
O ministério liderado por Vítor Gaspar confirma também que a informação acerca da quantificação das responsabilidades envolvidas "não existia" à data da reunião decorrida em 18 de Junho de 2011, tendo a anterior equipa das Finanças "informado que a mesma tinha sido já solicitada", e que - como indicou também Fernando Teixeira dos Santos - veio a ser objecto de um relatório produzido pela Direcção-Geral do Tesouro e Finanças em Julho do mesmo ano.
O Ministério das Finanças esclarece, porém, que "a informação disponível aquando da tomada de posse do actual Executivo dava alguma indicação quanto à dimensão dos riscos orçamentais, mas nada acrescentava sobre as características dos contratos e, sobretudo, não apontava para nenhuma solução".
"Limitava-se (tendo em conta o despacho do anterior Secretário de Estado do Tesouro e Finanças de 9/6/2011) a dizer que as empresas deveriam fazer passar quaisquer propostas pelo crivo prévio da DGTF, Inspecção Geral das Finanças e Instituto de Gestão do Crédito Público. Propostas essas que nenhuma empresa apresentou", sublinha o comunicado do Ministério das Finanças.
Contratos de swap para proteção de risco de subida de taxas de juro variáveis é algo de relativamente comum.  A ideia é reduzir a possibilidade de perda em caso da taxa variável subir acima de um determinado patamar, contratando uma taxa fixa.
Se por exemplo temos empréstimos a uma taxa variável de 2% e há o risco dela subir pode ser boa ideia fazer um swap com uma taxa fixa de 3.5% se esperarmos que a taxa variável suba acima desse valor. Assim, apesar de poder haver alguma perda no caso da taxa se manter nos 2% durante algum tempo, ficar-se-ia a ganhar se ela subir acima dos 3.5%.
 
Mas para se entrar num negócio destes há que ter uma certeza muito razoável que as taxas de juro vão subir porque senão a única coisa que se está a fazer é pagar uma taxa mais alta e a "comissão do banco". Ou seja perde-se em vez de ganhar.
Por outro lado a outra parte do contrato assume que as taxas variáveis poderão baixar (por exemplo LIBOR) e achar boa ideia fazer um contrato.
Imaginem que eu fiz um empréstimo para comprar habitação a taxa fixa de 3% e o meu irmão fez com taxa variável de 2%. Ele acha que as taxas vão começar a subir e aposta que isso vai acontecer nos próximos 2 anos. Eu aposto que vai descer. Trocamos. Eu passo a pagar a variável que for e ele fica "descansado" a pagar os 3% fixos. No final de cada mês fazemos as contas e damos o dinheiro ao outro. Mas eu acerto e a taxa vem para 1% e ele lixa-se porque podia estar a pagar 1% durante dois anos e ficou a pagar 3% porque trocou comigo.
Mas imaginem que para apimentar a coisa indexávamos esta troca ao valor da onça de ouro. Além da taxa de juro haveria mais um outro factor na equação. A valorização ou queda do preço do ouro. Ou seja se o ouro subir para o dobro por onça eu pagaria metade da taxa de juro variável e ele pagaria o dobro da fixa. Se caísse para metade do valor eu pagava o dobro da taxa (2%) e ele pagaria metade da fixa (1.5%).
Acham que alguém seria tão estúpido para assumir este risco de casino com o empréstimo da casa?

Bem , eles foram. E não foi com o dinheiro de uma "casa".


Firmeza de convicções

O protesto está quase a chegar ao Largo do Rato. O homem da bandeira preta chama-se Ruben e tem 28 anos. Encabeça o colectivo, embora diga, de modo entusiasmado, entre palavras de ordem, que não existem líderes naquele movimento. “Somos homens e mulheres de uma esquerda não partidária”, informa Ruben. Pertence ao Colectivo Acção Antifascista. Assumem-se como anarquistas e anticapitalistas. Admite que o protesto não é completamente espontâneo porque já tinha sido pensado no dia anterior pelo Colectivo. “Isto não está autorizado, queremos desafiar as autoridades”, revela Ruben.
Querem chamar a atenção para um país que não precisa de ser governado: “Nós não queremos substituir o Passos Coelho pelo Jerónimo de Sousa. Não precisamos de líderes”, reforça. O objectivo da marcha, conta, é virar à esquerda, na Avenida Álvares Cabral, e voltar à Assembleia. Mas não é isso que sucede, uma vez chegados ao Rato. O grupo segue em frente pela rua D. João V, na direcção das Amoreiras. Durante o trajecto, Ana Farinhas, de 32 anos, também não faz ideia para onde o grupo segue, mas garante que o seguirá até lhe doerem as pernas. É bolseira de Biologia na Faculdade de Ciências e está ali para protestar em nome de todos os bolseiros: “O que nos revolta são os nossos contratos inexistentes e a exclusividade, quando não temos sequer contrato”, explica Ana, que não está muito preocupada com o que possa acontecer na rua, caso a polícia intervenha.
Público 27/6/2013
Umas horas depois seguramente achava que tinha seguido as pessoas erradas como um carneirinho manso. Sem sentido crítico e sem saber exactamente que estava a ser usada pelo "colectivo".
Umas horas depois não tinha água para beber nem sitío onde urinar. Para biologista bolseira parece ter o intelecto de um caracol.

E assim se arregimentam papalvos. Que surpreendentemente não sabem para onde vão nem contra o que protestam os seus compagnons de route, mas afirmam a plenos pulmões que a polícia agiu ilegalmente e violou a constituição. Basta um tipo meter-se à frente a gritar palavras de ordem e esta gente segue-o. Isto é no mínimo hilariante apesar de ser trágico. Imaginem o que dirão os colegas e familiares da Ana Farinhas depois de ler uma coisa destas...

Gente mais burra não é possível existir.

Bons conselhos para manifestantes



Mais um grupo de gente "que não fez nada"

226 manifestantes foram ontem detidos para identificação após terem cortado o trânsito na via de acesso das Amoreiras à Ponte 25 de Abril.

Vindos da D. João V e entrando na via à saída do túnel das Amoreiras, dirigindo-se depois para o acesso à ponte, impediram a circulação automóvel por volta das 19 horas de ontem.

A polícia ao aperceber-se das intenções do grupo chamou o Corpo de Intervenção que conduziu os manifestantes para fora da via pública, onde procedeu à sua identificação e notificação para comparecer em Tribunal.

Hoje nas notícias algumas destas pessoas eram entrevistadas e, curiosamente, não fizeram nada. Um dos entrevistados pintou um retrato de tal forma cândido dos acontecimentos que quase parecia que nem na via pública teriam circulado. "Estavam a desmobilizar" (adoro o discurso neo revolucionário) e vinham "em festa" pela rua "com o aplauso de pessoas às janelas em sinal de apoio".

Tudo em grande "festa". Algum destes génios festivos terá decidido ir para a ponte e vai daí o grupinho seguir para o acesso das Amoreiras. "Sem violência" dizia o entrevistado, como se fosse preciso ir partindo coisas pelo caminho para causar algum mal. Talvez não perceba que encravar o trânsito que sai por aquela via (Ponte, A5) é coisa suficientemente grave para que se lhe dê atenção.
Mais uma vez e segundo ele iriam escoltados pela polícia "ordeiramente". Até que... apareceram centenas de polícias que os conduziram ao local para ser identificados.
Na douta opinião deste imbecil, a polícia era "completamente exagerada" uma vez que era gente ordeira a exercer o seu direito de indignação.

À falta de evidências de "brutalidade" policial, fez declarações acerca da intervenção policial que são normalmente o "Plano B". E o plano B é dizer que a polícia era exagerada para as circunstâncias. Porque eles eram pacíficos etc etc.
"Chegaram dezenas de carrinhas com polícia.", como se o facto de isso acontecer signifique por si só alguma coisa de especial.
Não se referiu a nenhuma brutalidade. Apenas "acha" que a polícia lhes devia ter dado "água" porque a polícia tinha água para os seus efectivos. (Nota: fazer proposta ao comando de levar palettes de água para as manifestações a distribuir pelos manifestantes com sede)

Se para ele exercer o seu direito causa mossa nos direitos de milhares de cidadãos que vivem e trabalham nesta cidade, eu diria que se lixe o direito dele. Prefiro de longe atender neste caso às necessidades da maioria.

Curiosa noção esta de achar que impedir a circulação e dirigir-se para a ponte a pé em hora de ponta é uma coisa normal. Um "direito" que assiste a todos os cidadãos. Que não deveriam em caso algum ser interceptados pelas forças da autoridade que tem por missão manter a ordem pública.

O que ressalta imediatamente deste episódio são dois aspectos importantes:
1. Esta gente não tem noção nenhuma das consequências dos seus actos
2. São duma enorme cobardia ao não assumir em pleno as consequências das suas opções.

Omitem ou mentem com quantos dentes têm na boca pintando um cenário que não corresponde de todo à realidade dos factos. Obviamente por medo das suas consequências.
Até a "luta" se abastardou. Pequenos burgueses há 1 ou 2 anos atrás, consideram-se hoje lutadores de vanguarda. Mas nem apresentam o espírito de sacrifício dos verdadeiros lutadores nem são gente de convicções. São apenas um bando de tolinhos para quem 4 horas sem água é um sofrimento enorme.


Nesta foto podemos perceber o número de indivíduos envolvidos na manifestação "espontânea" e a forma como bloqueiam completamente a saída do túnel em direção à ponte e à A5. Os relatos de que os "coitadinhos" não fizeram nada vai pelo cano abaixo. O crime de que são acusados é precisamente o de impedir a circulação rodoviária. Se mais evidências faltassem bastaria esta foto do Público para perceber que de facto impediram por um bom bocado a circulação do trânsito.
O grupo não é especialmente grande (já não se vê ninguém em cima do viaduto) mas para conter um grupo assim são de facto precisos umas centenas de agentes.


 E aqui estão eles a dirigir-se para a ponte. 


Os agentes do corpo de intervenção bloqueiam o grupo de manifestantes e nesta foto pode ver-se o gesto do polícia e o ar de desafio do indivíduo que olha para ele. Assumo que o agente estaria a pedir ao manifestante que se deslocasse para ode a sua mão aponta. Enquanto a senhora de verde parece estar a contestar a situação.


Neste fotografia percebe-se o cordão de policia do CI, contendo os manifestantes. Acho digno de referência o tipo de personagens que aparece nesta fotografia. Sendo o desemprego jovem alto como sabemos, pergunto-me em que serviços do estado trabalharão estes "grevistas".
Acho notável quando tentam fazer parecer uma coisa destas com a luta dos "trabalhadores". Parece-me mais um grupito de jovens "empenhados" que achou uma excelente ideia continuar pelo tabuleiro da ponte num momento de histeria revolucionária.

Mas na verdade esta pobre gente "que não fez nada" só pode estar a referir-se a não ter feito o seu chichi. Porque uma das queixas que apresentam da actuação da polícia, que foi a todos os títulos exemplar, foi o facto de não lhes ter dado água nem lhes dar acesso a instalações sanitárias...

Eles trazem sacos e mochilas. Não se lembraram que a água era importante? Não tinham sítio para a por? Absurdo e patético. Mostra bem o nível de idiotas que se mete nestas aventuras. E que como qualquer bom idiota, nega depois tudo o que fez ou pretende encontrar as razões mais fantásticas para o ter feito.
Do ponto onde foram parados até à ponte são uns bons 6 ou 7 quilómetros (9.8 até ao garrafão das portagens). Quanto tempo demorariam a chegar até ao tabuleiro a passo de manif? 2 horas? 3.5 km por hora não é mau para um passo relativamente lento. Há água pelo caminho? Casas de banho?
Sou levado a concluir que o planeamento da acção foi feito por imbecis. Ou então por génios. É que não bebendo nada há menos necessidade de urinar.
Se é gente desta que tem outras opções para mudar o rumo do país acho bem que evitemos a todo o custo pô-las em prática. Já nos chega que a estupidez lhe cause dano a eles. Não vamos querer estender isso a todo o país, pois não?

O aproveitamento destas ocasiões "festivas" é bem conhecido. Se bem se lembram houve o caso do apedrejamento incessante dos agentes em frente ao parlamento que as organizações partidárias disseram tratar-se de "infiltrados".
Suponho que aqui tenham sido agentes da reacção a instigar estes nobres manifestantes a cometer um crime do qual não têm qualquer culpa.

A verdade é que eles nunca fazem nada. O ex-sindicalista não bateu no segurança da ministra, estes não fizeram nada de mal etc etc. São uns coitadinhos que só precisam de beber água e fazer um chichi.
Ridículos e totalmente irrelevantes, só conseguem dar mau nome a este tipo de organizações.

Democracia não é fazermos o que nos dá na gana. A nossa liberdade termina quando ela colide com a dos outros. Se não conseguem viver em sociedade respeitando os direitos de todos (até daqueles com quem não concordam) então não pode haver tolerância para este tipo de coisas.

A polícia portou-se exemplarmente. De tal forma que não há uma única queixa legítima conta ela. Com as centenas de telemóveis (e muitos serão iPhones e topos de gama a julgar pela qualidade das fotos) presentes no grupo ainda não apareceu uma única foto em que um agente se porte de forma violenta com um manifestante.

Se as únicas queixas que têm das forças da autoridade são a falta de água, não poder urinar e estar muito tempo à espera, então a única coisa que se pode dizer é que da próxima vez levem água, urinem em casa ou onde puderem e não se metam em parvoíces pensando que chegamos a um ponto em que se tolera tudo porque a "malta está em luta".

Prontuário de esquerda

Liberdade: Poder ou direito de agir sem coerção ou impedimento (liberdade de execução ou de ação), coagindo ou impedindo outros de agir..

Democracia: O direito de em qualquer altura bloquear o trânsito em hora de ponta num dia de greve.

Ilegalidade: Ser detido para identificação pelas forças policiais após o exercício da "democracia".

Brutalidade Policial: Ser conduzido sem recurso à força para um local fora da via pública para ser identificado; Ser movido em braços alguns metros para permitir a passagem de autocarros.

Incómodo: Estar à espera para ser identificado durante algumas horas (devido ao número de indivíduos envolvidos) sem que as forças de segurança tivessem providenciado água e instalações sanitárias.

Inteligência: <Ausente, aguarda definição>

Tolerância: Evitar que os que não concordam connosco possam fazer ouvir a sua voz ou possam decidir não fazer greve.

Trabalhador: Pessoa com emprego e em greve ou sem emprego e em greve (a nada) que se manifesta na rua evitando que outros indivíduos cheguem a horas ao seu trabalho ou a casa.

Piquete de greve: Grupo que através da persuasão oral e física tenta evitar que outros trabalhadores não façam greve impedindo o seu trabalho.

Descontentamento popular generalizado: Aquilo que algumas centenas de pessoas dizem existir quando se referem ao RESTO da população que não se manifesta e que não concorda com eles.

Luta: Acção de protesto que pode apresentar diversas gradações: Cantar músicas revolucionárias, virar as costas, gritar coisas sem sentido, rir enquanto outros falam, manifestar-se, fazer greve; Estar contra; Estado de alma.

Greve: Forma encapotada de tentar provocar a ruptura da ordem constitucional, apelando à demissão de um governo com apoio parlamentar maioritário, eleito legitimamente para um período de 4 anos de acordo com o consagrado na Constituição da Republica.

Indiferença: Sentimento causado em terceiros pelo constante uso da "luta".

Raiva: Sentimento provocado num reaccionário fascista sentado ao volante de um carro a quem um trabalhador em "luta" impede de avançar. Ver Trabalhador

CGTP: Extensão comunista de controlo do movimento sindical

Legitimidade: Condição que advém de um suporte eleitoral maioritário, desde que seja de esquerda.

Ilegitimidade: Condição da qual padecem todos os governos que não são de esquerda.

Igualdade: Todos pobres

Desigualdade: Alguns pobres e alguns ricos

Infalibilidade: Atributo presente em líderes de esquerda.

Eleições: Mal necessário através do qual se pretende conseguir a chegada ao poder para poder acabar com os processos eleitorais ad eternum.

Revolução popular: Movimento organizado por intelectuais de esquerda, levado a cabo por homens de mão doutrinados e pouco capazes de pensar pela própria cabeça,  arregimentando estúpidos para que se insurjam contra alvos definidos pelos intelectuais de esquerda.

Comunismo: Único sistema político justo à face da terra. As experiências fracassadas e rejeitadas pelos povos são apenas ajustes que o sistema precisa de ir fazendo para atingir a perfeição. A eliminação fisica de algumas pessoas entra na categoria dos "ajustes". Ver Cambodja, China, União Soviética, Polónia, Roménia, Albânia, Hungria, Checoslováquia, Jusgoslávia, Bulgária, Cuba, Coreia do Norte. Leitura adicional: "Como esvaziar uma cidade" de Pol Pot, "Travar o crescimento populacional pela agricultura" de Pol Pot, "As crianças e as armas" de Pol Pot, "Como fazer aço sem morrer à fome" de Mao Tse Tung, "O país das flores" de Kim Il Sung, "Um Povo Feliz" de Josef Stalin, "Nutrição - Carne é crime" de Fidel Castro (prefácio de Morrisey).

Fascismo: Tudo o que não seja comunismo

Comunicação social: Imprensa escrita, falada ou multimedia que funciona como mecanismo de propaganda contra os inimigos da esquerda. Ou de louvor das ideias de esquerda.

Bloco de Esquerda: Conjunto de grupelhos comunistas radicais unidos numa estrutura partidária única. O debate interno centra-se na decisão de qual versão de comunismo se deve adoptar: Maoista, Trotskista, Estalinista etc etc.

História:  Narração crítica e pormenorizada de factos sociais, políticos, económicos, militares, culturais ou religiosos, que fazem parte do passado de um ou mais países ou povos, omitindo as partes que não são lisonjeiras para o comunismo, ou falseando factos ocorridos durante a vigência de regimes comunistas. Ver Revisionismo Histórico.

Revisionismo histórico:  Tentativa de "reescrever" a História através da diminuição da importância ou, simplesmente, omissão de determinados factos.

Memória histórica: Factos ocorridos no último mês.

Piquetes de greve - um símbolo da liberdade de escolha

Se um estado impede uma greve, é um atropelo grave à liberdade dos trabalhadores, mas se os trabalhadores em greve impedem outros de fazer o seu trabalho, isso já é aceitável.

Esta é a postura generalizada da esquerda. Que nunca foi conhecida pelos seus propósitos democráticos. Na verdade, os partidos que hoje apoiam a greve são apologistas de totalitarismos brutais, onde a liberdade de expressão, de manifestação e de associação pura e simplesmente não existem. Nem a liberdade de pensar diferente é aceitável.

A razão dos piquetes de greve é simples e cristalina: Impedir trabalhadores de tomarem as suas próprias decisões. Sejam elas resultado de critérios políticos ou económicos.
Ameaças e bloqueios são as formas "democráticas" usadas por estes indivíduos, muitos deles perfeitos broncos arregimentados, para impedir os outros de exercer a sua liberdade individual.

Este tipo de situações não podem ser toleradas.
Caso um piquete de greve impeça outros trabalhadores de trabalhar, por meio de ameaças ou bloqueios, as autoridades devem pura e simplesmente tratar do assunto. Tal como o fizeram hoje na Carris ao dispersar um piquete que impedia os autocarros que iriam assegurar os serviços mínimos de sair do parque.

Perante a irredutibilidade dos manifestantes a PSP teve de os remover do local. E até o fez de forma muito delicada levando-os ao colo, e pelas imagens que pude ver no Público, sem grande violência. Não houve bastonadas, escudos, capacetes nem nada disso. À polícia também não interessa criar "mártires" da causa dos trabalhadores, pelo que se nota que se rodearam de cuidados ao dispersar os piquetes.
Nesses piquetes  podem ver-se alguns personagens que me custa muito a crer que sejam sequer funcionários da Carris. Pela pinta e pelas vestes têm todo o ar de ser "comissários" encarregues de "orientar" a "luta espontânea" dos trabalhadores. Mas isso é algo a que a CGTP (braço sindical do PCP) já nos habituou desde os tempos da Unicidade Sindical. A vanguarda orienta as massas. Porque as massas são estúpidas e pouco cultas politicamente.

Como noutras greves anteriores vão-se seguir números de adesão, ditos e contraditos. Vão aparecer as imagens da "brutalidade" policial nas TV's e vai haver comentaristas abundantes a falar acerca do assunto.
Mas a verdade é que o uso indiscriminado das greves causa indiferença. As greves que se fazem sentir apenas no sector público não são mais do que uma forma de lembrar os que dependem dos serviços e trabalham no privado, aquilo que eles vêm como vantagem: A garantia de emprego, a possibilidade de fazer uma greve sem sofrer qualquer represália etc etc.

A mentalidade vigente no movimento sindical é a típica da esquerda anacrónica e caceteira que temos desde o 25 de Abril.
Mas são poucos, digam lá o que disserem.
E se as coisas continuarem por esta via ainda se arriscam a que lhes aconteça o mesmo que lhes aconteceu no fim do Verão Quente de 75.
Corridos à batatada, sedes queimadas e um gostinho do próprio remédio.

Por acaso acho que devíamos ter ido mais longe nessa altura. Só que o país dos brandos costumes fingiu acreditar nos ideais democráticos de gente para quem a democracia não significa nada e aceitou-os como "fundamentais" para o processo democrático.
O que o PCP fez com o país em quase 2 anos foi um descalabro total. Prendiam-se pessoas sem culpa formada, apenas pela denuncia de se ser "facista". Agrediam-se trabalhadores que não podiam ou não queriam aderir a greves. Assaltavam-se sedes de partidos de "direita". Saneava-se por razões políticas ocupava-se e roubavam-se (literalmente) as colheitas em propriedades.
De tudo esta pandilha fez. E com a crise que vem recrudescendo volta a fazê-lo.
Já vai sendo hora de terminar com esta bandalheira pseudo revolucionária e começar a chamar os bois pelos nomes.

Piquete que faça isto ou coisas como o fecho da Fontes Pereira de Melo por movimentos fantoches manipulados pela extrema esquerda, só pode ter um remédio - bastonada no focinho, para que percebam que a liberdade deles acaba quando começa a dos outros.
É que além de intolerantes, totalitaristas e dissimulados parecem enfermar de um outro mal - são burros que só percebem com cacetada aquilo que uma criança de 3 anos percebe com palavras.

Diário de um menino chorão

Hoje no parlamento Seguro levou uma desanda.

Passos Coelho não gostou da atitude arrogante de Seguro que no seu discurso se quer apresentar como alternativa. Tenta mostrar todas as coisas a que já nos habitou no seu permanente vácuo.
Sensibilidade, sentido de Estado, liderança etc etc.

Mas enquanto discursa com os olhos nas sondagens (e Passos disse-lhe isso mesmo) comporta-se como um tolinho quando confrontado nos mesmos termos.

Depois da réplica de Passos , Seguro afirmava que tinha sido dada uma machadada no relacionamento entre o PS e o PSD. Ao que levou como resposta que a atitude confrontativa e acusatória de que faz uso constante, tem limites.

Seguro é aquele merdas que nem está dentro nem está fora. Com o olho em ganhos políticos passa a vida a indignar-se, chocar-se e a fazer declarações sobre tudo o que o Governo faça ou diga. Exemplo perfeito disso foi a patetice de ontem de se mostrar surpreendido por Gaspar falar em números do deficit antes de o INE os publicar oficialmente.

Nunca está em posição de ser um suporte às medidas. Na verdade está contra todas. Fala de diálogo mas nunca se quer comprometer com nada, porque sabe que no momento em que faça o mea culpa ou se associe a medidas de austeridade impostas pela Troyka a sua taxa de aprovação vai pelo cano abaixo.
Espera assim sobreviver com ameaças de corte de diálogo constantes, provavelmente até ao fim da legislatura. Diálogo que na verdade não existe. Nem mea culpa. A versão mais recente (e absolutamente desavergonhada) é de que teriam sido o PSD e o CDS a querer a Troyka em Portugal. Como? Chumbando o PEC IV.

A necessidade de ter o PS num acordo de regime é nula. Desde que lhe cheirou à possibilidade de o PS ganhar as eleições que Seguro foge do PSD como o diabo da cruz, não se comprometendo com nada e limitando-se às suas declarações diárias e totalmente patéticas.

A ambição é algo forte neste personagem. E é forte como costuma ser com os medíocres. Seguro do fundo da sua mediocridade ambiciona ser 1º ministro.

As ameaças de corte de diálogo não são mais do que uma estratégia de aproveitar a resposta de Passos para justificar uma coisa que nunca quis fazer - dialogar.
O PS não sabe sobreviver sem dinheiro. E agora não o há. A última coisa que Seguro fará, por puro tacticismo eleitoral, é associar-se a uma medida que seja implementada por este Governo.

Da mesma forma que acredito que o PR e a oposição na altura esperaram que Sócrates caisse mas que o fizesse já num estado de putrefação total. Para que fosse difícil à criatura regressar sem levantar velhos fantasmas e velhos ódios. Sócrates é ainda hoje visto como o algoz das finanças do país. Por muito que o PS tente afastar as culpas e os erros.
E só um grupo sem qualquer réstia de honorabilidade se pode abster de assumir as suas culpas na situação. Ainda mais quando o seu desgraçado líder é substituído.
O PS não o fez porque a ala Socratista ainda domina o aparelho e porque Seguro é um líder conjuntural, fraco e irrelevante. Não conseguiu impor a sua autoridade no partido e é tolerado por aqueles que sonham correr com ele assim que uma verdadeira hipótese de poder apareça no horizonte.

E sou forçado a concordar com eles. Seguro é um incapaz, entusiasmante como um saco de pedras e completamente inábil. A juntar a isto uma incompetência assustadora e dotes de um um tribuno mudo.
A única coisa que fica deste emplastro é ser um choramingas da pior espécie que nem é capaz de aguentar como um homem aquilo que constantemente fez a Passos e a este governo (e já agora a uma fatia muito considerável da população deste país).

Seguro é um perfeito imbecil. E fala ele do "mundo real" como se soubesse o que é isso.

Regozijo com a desgraça

Foram ontem revelados os números da execução orçamental até Maio com notícias algo encorajadoras.

Houve uma recuperação por comparação aos últimos números que apontavam para um agravamento relativamente ao ano passado.

Até ontem a oposição deleitava-se numa orgia de declarações tendente a demonstrar que a "receita não funcionava" mesmo perante declarações que afirmavam que não se podiam retirar conclusões mês a mês, uma vez que a situação é desigual entre eles e há picos na receita e na despesa. O resultado final só pode ser verdadeiramente confirmado, ou não, mais perto do final do ano.

Claro que conhecendo o sistema se pode comparar com outros anos (Mês a mês) e saber se os ditos picos e mínimos estão em linha com o normal. Mas este tipo de rigores de análise é coisa que a oposição não sabe ou não quer fazer.
O PCP e o Bloco não fazem a mais leve ideia da forma como estas coisas são de facto. Nunca estiveram em lugares governativos e até preferem poder criticar de forma gratuita.

O caso do PS é mais grave. Porque já esteve no poder e terá alguém no seu seio que sabe exactamente (ou devia saber) como se processam estes ciclos ao longo do ano.

Só que ninguém gosta que a realidade interfira com os seus propósitos e vai daí que hoje todos se desdobraram em declarações dizendo que mesmo assim é mau!!!

Em vez de se congratularem com uma aproximação dos objectivos e um caminho mais seguro para o fim da austeridade, criticam os números (eles criticam qualquer merda...) porque isso é mais benéfico para o seu discurso catastrofista. Se por um deslize qualquer um destes indivíduos não disser mal  de qualquer coisa tem receio de perder votos...
E são estes pormenores que revelam até onde a política é suja. A oposição torce pelo falhanço mesmo que isso signifique mais desgraças em cima de nós, portugueses.
Se por acaso se conseguir abrandar a grilheta durante o mandato deste governo isso será o pior que pode acontecer à oposição.
Vivem aterrorizados com a perspectiva de os os partidos do Governo "não perderem" as eleições, já que qualquer deles é incapaz de as ganhar.
O PS apesar de tudo o que diz e faz deste governo teria de se sustentar numa coligação para poder ser governo. Aliás, o seu namoro ao CDS é por demais nauseante. Um dos expoentes máximos deste desavergonhado lamber de botas tinha de ser João Soares. A genética está lá, não há dúvida nenhuma...

O PCP e o Bloco não têm aspirações a nada nem querem ser nada. São partidos confortavelmente imóveis na oposição e nunca teriam a capacidade de gerir fosse o que fosse.
Estou mortinho por conferir o meu vaticínio acerca do Bloco. E que é o seu afundamento, a juntar a outros anteriores.
E digo isto porque a sua liderança se tornou completamente irrelevante. O bloco era Louçã, por mais voltas que lhe queiram dar. Estes dois tontos não têm nem a desfaçatez nem o discurso redondo de Louçã. Este tinha a capacidade de disfarçar as suas ideias abjectas de tal forma que muitos consideravam o PCP mais radical e mais à esquerda que o Bloco.
Estes dois dividem-se entre o dinossauro pré Stalin e a bimba alienada pós 25 de Abril.
Sim, porque ter menos de um ano à data da "revolução" é a mesma coisa que dizer que só terá tomado consciência da realidade uns bons anos depois.
E só dois personagens de tal forma díspares é que podem manter convictamente esta agenda de esquerda radical em que o Bloco se vem revelando. Não é que não fosse já, só que Louçã sabia disfarçar...

O PCP é o costume. Chafurda na sua eterna ânsia por desgraça, porque isso é que alimenta o seu eleitorado de descontentes permanentes. A linha dura. Os que dizem que as ditaduras de esquerda são melhores que as de direita. Caducos, insensíveis à realidade e alimentando-se da desgraça alheia. E nem sequer conseguem fazer nada para mitigar essa desgraça a não ser mostrar "solidariedade"...

A ver vamos o que isto vai dar, mas até lá ainda iremos ouvir toda esta gente repetir os chavões de que a receita não funciona "como demonstram os números". Mesmo que os números demonstrem uma tendência.
E com o apoio dos media rosa, vermelhos e roxos não terão muita dificuldade em se fazer ouvir, criando uma realidade alternativa em que se sentem à vontade.

Em suma, nada de novo na frente Ocidental.

Quando a desfaçatez se transforma em desonestidade

Há pouco na SIC notícias assisti ao frente a frente com um tipo anafado do PS e um outro do CDS. Desculpem-me a omissão dos nomes mas é coisa que tenho alguma dificuldade em fixar.

Este anafado é aquilo a que se pode chamar um "mete nojo". O PS está cheio deles mas há alguns que brilham a grande altura. E este é um desses casos.

No meio da discussão acerca da greve dos professores dizia a criatura que se o PS fosse Governo as coisas nunca teriam chegado à greve.
Estou certo que esta criatura não nasceu ontem, mas a tentativa de fazer esquecer a contestação dos professores às medidas de Sócrates é no mínimo brincar com a inteligência das pessoas.
É certo que a questão era outra -  as avaliações. Mas o resultado pretendido era poupar em custos através duma avaliação complexa desenhada apenas a evitar a progressão na carreira docente.
Claro está, os professores fugiam disso como o diabo da cruz e saíram à rua para o dizer alto e bom som.
O facto é que a contestação foi enorme. Hoje o PS arroga-se de defensor de toda esta gente e "está com eles" na sua luta. Extraordinário.

Mas a coisa mais espantosa que esta alimária disse foi quando se virou para o deputado do CDS e exclamou: "Vocês são responsáveis pela vinda do FMI para Portugal".

A princípio pensei que tinha ouvido mal. E ao olhar para a cara do deputado do CDS percebi que não. O tipo tinha mesmo dito aquilo.
E continuou... "Porque foram vocês que chumbaram o PEC IV..."

Desde que o chulo de Paris apareceu na TV que esta passou a ser a "narrativa" do PS. O que mostra bem até que ponto Seguro é apenas um líder de corpo presente. Durante meses andou a tentar afastar de si e do PS a responsabilidade do descalabro, mas tinha de ser o vigarista a regressar e atirar esta versão para o ar.
E desde esse dia todos estes acéfalos repetem este chavão para passar a culpa do FMI para cima da oposição.

O problema do PEC está no número: 4. O que significa que em 3 tentativas o país estava cada vez mais afundado. Sabemos agora que nem com PEC 4 nem com PEC 5 a desgraça tinha hipótese de se travar. Aliás, o FMI emprestou-nos dinheiro a semanas de haver ruptura no pagamento de salários. Gostaria de saber como é que o PEC IV resolvia esse problema com um juro de dívida soberana a escalar até ao céu.
Ou como é que um dos objectivos do dito PEC poderia ser cumprido: 2% de deficit no final do ano!!!

O PEC 4 era apenas mais uma tentativa de Sócrates de "dar a volta" à Europa. Para tentar evitar o descalabro final que se via na Grécia. Se as coisas tivessem ido por essa via iríamos hoje no PEC 25 provavelmente.

Se o país precisou de 78 mil milhões meses depois, como é que nos querem fazer acreditar que com mexidas no IVA e com retoques cosméticos se conseguiria inverter o rumo? Como é que um PEC poderia fazer inverter a dívida crescente de forma exponencial? Não o podia fazer nunca. E tanto é assim que a tendência só poderá ser invertida 3 ou 4 anos depois. No fim de toda a redução de despesa que já foi conseguida até agora.

O PS tornou-se um partido profundamente desonesto.
Sempre o foi nos actos e agora passou ao discurso completamente manipulador e totalmente falso.
Sempre contaram com a memória curta, de Soares a Sócrates, mas atingiram agora um novo patamar. É quase impossível ser tão falso no discurso como aquilo a que assistimos destes personagens. Para o fazer esta gente tem de estar completamente despojada de barreiras morais.
Esta gente é amoral. Completamente amoral.

A alternativa de esquerda?

Semedo está preocupado por não sentar o seu traseiro esquerdista no poleiro. Segundo ele o namoro entre o PS e o CDS torna isso difícil. A "alternativa de esquerda" está em risco.

Mas qual é a alternativa?

Vejamos...

1. Não pagar a dívida
2. Aumentar a despesa pública (com que dinheiro?)
3. Aumentar os impostos às grandes empresas
4. Baixar a carga fiscal (hum? às grandes empresas)
5. Apostar no investimento (de quem? das grandes empresas?)
6. Nacionalizar sectores chave da economia (e assim quem investe?)
7. Acabar com as rendas no sector da energia e rodovias
8. Aumentar o salário mínimo (com a saída do Euro até podem dizer que são 500 contos de reis porque o escudo não vai valer nada)
9. Criar emprego (só se for no Estado, porque empresas privadas deixará de haver)
10. Acabar com os exames
11. Sistema de saúde gratuito (por esta altura só se pagassem com feijões)

São apenas 11 das insanidades irreconciliáveis de Semedo e da menina histérica. Talvez só fosse possível fazer a primeira medida ja que tudo o resto ou seria inviável ou uma das medidas comprometeria todas as outras.

Estas são as alternativas de esquerda que Semedo tem falado desde há anos e que agora fala cada vez mais. O problema é que colocando essas medidas numa pequena lista torna evidente como é francamente impossível realizá-las sem que aconteça uma coisa. E essa coisa é aquilo que Semedo diz que quer evitar - o empobrecimento generalizado do país.
Numa situação assim acabariamos a fazer troca directa, nenhuma grand empresa manteria as portas abertas e não haveria qualquer investimento quer nacional quer estrangeiro.

É triste que esta gente não aprenda nada com o passado recente. O que Semedo continua a defender foi exactamente o que arruinou Portugal em 3 anos após o 25 de Abril. E que motivou a primeira intervenção do FMI.
O país nunca se recompôs. Adiou o inevitável com crescimento à custa do desbarato de dinheiro da CEE e manteve uma situação completamente artificial criando dívida em cima de dívida.
A Semedo perdoa-se esta ignorância completa de causa/efeito (ou talvez não). Afinal ele é médico, provavelmente da mesma forma que Nogueira é professor.
O grave é que gente como Louça defendia isto e Seguro (el burro) defende a mesma coisa. Apenas da boca para fora, claro está, porque ele sabe ou alguém saberá no PS que a maior parte destas medidas são inviáveis ou vão contra o seu comprometimento com a Troyka.

Então qual é a alternativa de esquerda? Pobreza e miséria ou será exactamente a mesma coisa que estamos a sofrer mas com "mais sensibilidade"?

Fora deste mundo - a constatação do alheamento

Por causa da recente greve dos professores tive uma conversa interessante com um professor meu conhecido e com o qual privo com frequência.
Como todos e especialmente dado a sua idade e posição na carreira, está preocupado com a mobilidade especial mesmo não sabendo muitos pormenores acerca da forma como se vai processar.

A questão que o afecta é a mesma de todos. Estão positivamente aterrorizados de serem colocados na mobilidade especial que é para eles sinónimo de despedimento.
Não saberem os critérios para essa colocação só agrava o estado de espírito. Qualquer pessoa que nunca enfrentou essa possibilidade começa a especular e a ficar em pânico com todos os cenários possíveis.

Mas o curioso da conversa foi a linguagem enquistada nestes profissionais e que torna muitas destas conversas um exercício de puro masoquismo.

A defesa do ensino público
Perguntei-lhe porque é que dizia isso. E a resposta foi no mínimo atabalhoada. A explicação parte do princípio que a saída de professores deixa o sistema com um deficit de docentes que obriga a descer a qualidade e consequentemente a abrir as portas ao ensino privado. Quando confrontado com o facto de estar a haver um decréscimo de alunos o que vai acabar por tornar muitos professores em docentes com horário zero, a explicação passa para o direito ao emprego "consagrado na constituição".
A defesa do ensino público acaba por se confundir com a defesa do seu emprego. O ensino público acaba por ser um eufemismo para a sua situação. O ensino público está bem se eles estiverem bem.

A discussão foi avançando com as comparações com o sector privado ficando mais ou menos claro que quem está no privado dá ênfase à segurança  e no público às vantagens que o sector privado tem.

Mas o que mais me fez confusão foi perceber que há uma barreira qualquer que não os deixa perceber que o que o sector público custa (pago com dinheiros públicos) é pago pelos impostos do sector privado.
A razão tem que ver com o facto de os funcionários também pagarem impostos.
O que é mais ou menos irrelevante porque deduzido o IRS retido na fonte, o liquido é pago do dinheiro público.

Uma afirmação deixou-me perplexo. E ela ilustra que na maior parte das vezes mesmo as pessoas mais inteligentes acham que o dinheiro público não é de ninguém e que não há a verdadeira noção do conceito de custo.
Quando eu lhe dizia que o trabalho de uma pessoa no privado gerava mais valias que eram tributadas com IRC e com IVA, o que não acontecia no público, a resposta foi que isso não existia porque o Estado fornecia os serviços gratuitamente. Não vendia os serviços que realizava.

Fiquei verdadeiramente perplexo com esta visão das coisas. Gratuitamente? Toda aquela conversa de o Estado consumir mais de metade da riqueza gerada no país não levou estas pessoas a fazer uma ligação entre o que é o custo do sector público e aquilo que os cidadãos pagam em impostos?

Na verdade os serviços públicos são tudo menos gratuitos. Se por acaso tivéssemos de pagar os serviços do estado como fazemos com os privados, em vez de irmos pagando com os nossos impostos, ficaríamos perfeitamente indignados com o custo e o serviço. Imaginem ter o vosso filho numa escola pública e pagar todos os meses 500-600 euros de mensalidade. Aceitariam aquele tipo de serviço por esse preço? Na maior parte dos casos diriam que não.
Por isso muitos além de pagarem isso (para que os filhos dos outros possam ter acesso à educação "gratuita") pagam ainda por cima a educação dos seus filhos no ensino privado. Onde são avaliados, onde existem regras e disciplina etc etc.
Na verdade alguns têm essas coisas gratuitas porque outros são sobrecarregados com impostos para as sustentar.
E parece não haver nenhuma preocupação com o custo desses serviços ou com o facto de haver gente sem fazer grande coisa apenas porque tem o "direito" de estar ali, à espera do dia em que se vai aposentar.
Quanto me custa a mim e aos outros contribuintes a educação "gratuita"? Estaria eu disposto a pagar, ali al contado todos os meses, 500 ou 600 euros de mensalidade pela escola pública de um dos meus filhos? Absolutamente não.

O maior problema que os professores têm com tudo isto é a arbitrariedade da escolha de quem vai para a mobilidade especial. Estão mais preocupados aqueles que não têm horário, obviamente. Não há nenhum critério que possa ser aceite por todos. Tal como não o houve para serem avaliados. Não querem correr o risco de que possa calhar a eles. E percebo isso. Só que não posso aceitar que num país em que o sector privado paga forte e feio a factura do Estado e ainda se vê a braços com o espectro do desemprego pague alegremente todos estes direitos sem questionar competências, dimensionamento e eficácia do serviço público.

A suposta defesa do "ensino público" com que gostam de cobrir as razões da "luta", desde as  mais nobres às mais inconfessáveis, não existe.
Não são seguramente os professores como um todo a fazer essa defesa. O que está em causa não é defesa do ensino público sequer. O "meio" está cheio de gente com qualidade que se acomodou e de gente acomodada sem qualidade.
A única coisa que une os professores como um todo é a garantia de emprego.
Porque a classe é muito variada e muito pouco unida e solidária, como aliás em todo o lado.
Os professores que chegam são atirados às feras pelos seus colegas. Literalmente. Sem qualquer prurido nem hesitação. Os professores novos são confrontados com horários indecentes e com turmas pavorosas. Porque no ensino a antiguidade é um posto e porque os professores mais "experientes" cortam e recortam para si a melhor parte do bolo.
E isto pode ser perfeitamente confirmado por quem quiser.
Os professores foram-se adaptando ao dia a dia. Se era trabalhoso reprovar um aluno passavam-no. O problema seria para o seguinte.
Se existe um risco que a avaliação faça vir alguns podres à superfície, contesta-se. Com a mesma argumentação de sempre - a defesa do ensino público.
A verdade é que a preocupação com o ensino público é da boca para fora. Durante anos pactuaram com um sistema disfuncional de forma crescente, protestaram timidamente contra as suas condições de trabalho, a sua falta de poder disciplinar sem dizer nada como classe.
Aceitaram pacificamente que os alunos saíssem cada vez pior preparados sem abrir a boca. Até era cómodo porque assim o esforço de "puxar" por alguns alunos nem era necessário.

Em suma, a classe só existe quando vem para a rua arregimentada pelos sindicatos a clamar por "direitos" adquiridos. Nem que esses direitos sejam absurdos ou impagáveis.

Dizia-me este professor que quando só houver ensino privado logo veremos. Sem hesitação eu digo: venha ele. Descontem-me dos impostos o que eu pago por este sistema caduco e pejado de ineficiências e eu pago alegremente o privado. Aliás, só poderia poupar em relação ao que gasto hoje. E mesmo o suposto ensino público gratuito superior paga à volta de 1000 Euros por ano em propinas apenas. Sem contabilizar todos os custos associados. Portanto acerca da gratuitidade estamos conversados.

A cultura de desresponsabilização vem de longe. Quando era preciso mais dinheiro gastava-se. E toda esta gente que não faz ideia do que é justificar o seu salário (e há muitos acreditem) vê-se hoje a braços com critérios de eficácia. Chama a isto liberalismo e afirma que é a destruição do sector público.

Uma greve para ter efeito tem de fazer-se sentir. É verdade. Mas há muitas formas de isso acontecer sem deixar plantados milhares de alunos. A greve podia ser às correcções dos exames. Ou podia ser numa outra data qualquer. A bem dizer o calendário de exames foi publicado primeiro. A ter de adequar as datas deve ser quem marca depois. Não é intencionalmente fazer cair a greve em cima dos exames e depois dizer que é o governo que não quer mudar. O que tinha a data de tão importante para ser marcada? Os exames. Ou seja, os sindicatos não estavam nada interessados em não "cair" em cima dos exames. A sua intenção era causar a maior disrupção possível ao ministério.
Desse ponto de vista só posso concordar que, se não quiserem ver os exames afectados, os sindicatos marquem para outra data. Simples.

Como acreditar que os sindicatos estão apostados na defesa do ensino público quando deliberadamente escolhem uma data que é claramente gravosa para milhares de alunos no país? E insistem que se alguém mude a data que seja o ministério?
Tenho muita pena de ver gente com pretensões legítimas enredada nesta teia de interesses e manutenção do status quo. E tenho muita pena que mesmo pessoas objectivas e inteligentes sejam incapazes de se "despir" dos seus interesses e olhar para as coisas de forma desapaixonada.

Porque é que eles estão "lá"

Nestes últimos dias de agitação do "mundo" docente tudo se disse acerca das razões para fazer uma greve.

A razão "oficial" é a defesa do ensino público. E aqui nada de novo. Não há uma greve que se faça neste país que não seja por razões altruístas.

Os médicos e enfermeiros fazem-nas em defesa da saúde pública, os professores fazem-na para defender o ensino público (e por tabela os alunos), os transportes fazem-nas para defender o sector público de transportes etc etc.

Num país como este, completamente pejado de individualismo e defesa de interesses muitos próprios, é sempre bom perceber que toda esta gente faz greve e perde uns dias de salário pelos outros.

O problema é que nem eu nem muitos portugueses acreditamos minimamente nestas razões.

E , como diria Marcelo, há 2 razões.

As razões da CGTP e de Nogueira
Derrubar o Governo. A única coisa que preocupa este longinquo professor é o seu alinhamento com a "central". Com a voz do dono. E apesar de se arrogar de defender todos menos ele, a única coisa que preocupa esta central sindical é, neste momento o derrube do Governo. Democraticamente eleito e com um mandato de 4 anos. Que não terá feito pior que os anteriores no que diz respeito à destruição do ensino e no caminho seguro para a sua insustentabilidade.
Se bem se lembram quando foi a polémica das avaliações também a agenda era a defesa do ensino público. Apenas porque a avaliação era tão complexa que tirava tempo para ensinar...
Mas desta vez Nogueira diz claramente que quer uma mudança do Governo. Não é uma mudança das opções do Ministro da Educação ou das Finanças.  É mesmo do Governo.
Em que é que isto é defender a escola pública é que eu não consigo entender, mas ele que anda na "luta" há dezenas de anos lá saberá.

As razões dos professores
A possibilidade de serem colocados na mobilidade e sairem da função pública aterroriza-os. Compreendo-os e creio que nenhum de nós gostaria de estar na mesma situação. Ao contrário dos trabalhadores do sector privado, nunca tiveram de se preocupar muito com essa possibilidade. Preocupavam-se sim com o momento em que pudessem ficar efectivos e não ter de passar a vida a saltitar de escola em escola. Mais uma vez percebo-os perfeitamente e gostaria que os meus dias nunca fossem interrompidos com pensamentos sobre a viabilidade do meu emprego.
A outra razão é a do horário de trabalho. 40 horas numa semana. Pouco se sabe qual o impacto que isto possa ter na componente lectiva e sei perfeitamente que há tempo gasto fora das aulas na sua preparação, preparação de avaliação e actividades complementares. Mas o facto é que os professores já deverão trabalhar as ditas 40 horas semanais com toda a certeza, pelo que este ponto nem é uma das questões maiores que os traz à greve. Provavelmente estarão por solidariedade com outros que fazem estritamente as 35 horas e não querem trabalhar mais uma hora por dia da semana.

A única razão que não existe em tudo isto
É a defesa dos alunos e a defesa do sistema público de educação. Se porventura não pairasse sobre eles o espectro da mobilidade, a maioria destes professores não sairia à rua em defesa de nada. Os alunos podem ser a preocupação de muitos, mas não a ponto de fazerem uma coisa que prejudica os alunos em grande medida. E quanto ao ensino público desde que o seu salário fosse garantido até à reforma estar-se-iam nas tintas para a sustentabilidade do sistema e para todos os outros que o pagam.

Sei bem que os professores também pagam impostos e trabalham como qualquer outra pessoa. Nem sou daqueles que acha que o tempo de férias no ensino até é um bónus simpático que muitos usam para isso mesmo - férias. Outros haverá que não o fazem ou porque têm tarefas na escola que lhes ocupam o tempo não lectivo ou porque trabalham em casa preparando o período seguinte.
Mas, surpresa das surpresas, eu conheço centenas de pessoas no sector privado que fazem os mesmo. Chegam a casa e trabalham. E durante o dia excedem largamente as 8 horas de trabalho e sem qualquer compensação extra.
Sei também que muitas vezes têm de fazer na escola aquilo que os pais se isentam de fazer em casa - educar. E sei que isto desgasta terrivelmente e é pontuado de vez em quando com um aluno brilhante, interessado e inteligente.
Não consigo é perceber como é que num país em que a demografia está claramente a apontar para um decréscimo de alunos, se pode conviver com o mesmo número de professores para sempre. Ou pior ainda, viver já hoje com uma quantidade enorme de professores com horário zero.

Se o horário zero não é sustentável atribuam a estes professores algumas turmas. Não estou a dizer que lhes deêm a carga horária máxima mas ao menos alguma coisa. Na verdade alguns deles estão nesta situação porque a lei lhes conferia redução de horário ao longo da carreira. Mas estar numa escola anos sem leccionar não deixa de ser absolutamente ridículo. A não ser que haja uma razão médica para não o poderem fazer e aí o caso muda de figura.
A alternativa para estes professores não pode ser entre não leccionar e a saída.
Tem de haver alguma coisa pelo meio. Nem que seja a mudança para uma escola onde a sua disciplina seja leccionada, se por acaso o horário zero acontecer por não haver alunos (o que acho que nem é o caso).

Na verdade o que vemos de cada vez que há um problema a resolver é a tentativa de manutenção do status quo.
Uns por umas razões e outros por outras. Mas a verdade é que todos estão confortáveis como estão porque a alternativa pode ser pior. E resistem.
Resistiram com a avaliação porque na verdade era um sistema ridículo e contraproducente. Mas ainda estamos para saber qual foi a alternativa proposta. Não será que passada a "batalha" da avaliação e com a queda das ministras de má memória tudo foi atirado para trás das costas?

Acho bem que lutem. Acho bem que ponham o pé na porta quando alguém faz algo de erradoO que me aborrece é que não tenham a decência de dizer porquê. Ou de dizer coisas como por exemplo "sou professor há 30 anos...". E então? É exactamente o que se passa no sector privado. Não há qualquer segurança no emprego. E aparentemente toda essa gente tem de viver com isso.

Gostaria muito de ver os professores reclamar contra o facilitismo na avaliação. Contra a dificuldade de reprovar um aluno. Contra a indisciplina nas escolas. Mas em vez disso passavam-nos para não ter de os aturar e para não se perderem em justificações e hoje temos toda uma geração que chega à universidade e é virtualmente analfabeta. Aprenderam a viver com o sistema e deixaram passar toda a porcaria porque isso lhes trazia menos problemas e melhorava a estatística. E é isso que os Governos adoram - a estatística.
Não quero de maneira nenhuma que os professores fiquem com o pior. Até vivo bem com o facto de terem melhor que eu, mas por favor digam que é porque não querem perder a segurança de um emprego para a vida e não se ponham com estas merdas da defesa do ensino público para se justificarem. Muito dificilmente o objectivo primeiro desta luta pode ser a defesa do ensino público. Digam alto e bom som que é porque não querem ver-se desempregados por um qualquer critério arbitrário. E aí eu aplaudo de pé e só tenho pena que no sector privado, profundamente individualista e egocêntrico, se olhe para o colega despedido como o cordeiro sacrificial... Ainda bem que não fui eu.
Todos sabem porque é a greve e quais as razões de todos os lados. Os alunos e o ensino público são aqui perfeitamente marginais.

Desejo-lhes a melhor sorte, mas num país em que mais de metade da riqueza do país é "comida" pelo estado que impõe impostos elevadíssimos à população em geral, custa-me um bocado a perceber porque é que temos de garantir certos empregos em vez de pagarmos a quem faz um "trabalho".

Um bloco esboroado

Pobre Bloco de Esquerda.

Não bastava já a existência de cisões internas e o abandono do Grande Líder, ainda tinham que ter escolhido para sucessores um par de pobres diabos sem chama nem glória.

Louçã tinha uma arte especial de mentir convictamente. O espectáculo das suas palavras sobrepunha-se ao conteúdo. O ar assertivo e o ênfase em alguns momentos do discurso quase  apagava os disparates que dizia. Tinha currículo. Feito no ensino público e obviamente à custa também das suas capacidades intelectuais.

Por isso conseguiu lançar sobre si o manto do esquecimento. Praticamente ninguém se lembra ou sabe o que era Louçã antes do Bloco. O PSR, aquele grupo revolucionário que defendia o impensável, com um líder que adorava a Albânia de Hoxha.

De tudo o que era radical, o PSR tinha um lugarzinho especial. Todos se transformaram em nada. LCI, AOC, MRPP, UDP. Mas o PSR renasceu das cinzas e criou o bloco.
Talvez devêssemos dizer que o Bloco era Louçã. Poucos teriam a inteligência de recriar do nada um partido de ideologia comunista travestido de aglutinador dos que sofrem.

Louçã era um líder culto, capaz de ter uma conversa com pose de Estado e um manipulador nato. Não foi por acaso que se tornou na coqueluche dos media. Fica sempre bem ter um revolucionário como amigo. Um tipo que sabe falar e mastigar o croquete de boca fechada. Nada que se pareça com a horda de broncos do PCP que não têm preparação nem pose para frequentar os melhores ambientes.

O problema do Bloco é que Louçã se foi. E deixou à frente do partido duas criaturas que muito dificilmente conseguirão manter o bloco na posição que já ocupou.

João Semedo parece ser um bom homem. Com experiência de vida, médico e conhecedor pelo menos do sistema de saúde neste país. Talvez não o conheça do ponto de vista administrativo ou de gestão mas pelo menos viveu nele e já o ouvi dizer coisas muito acertadas acerca da saúde em Portugal.
Só que o pobre Semedo não passa disso. O seu discurso é soporífero e recheado de chavões proto comunistas. Não há outro remédio senão olhar para ele e ver um fóssil. E era essa arte de Louçã: tinha discurso de fóssil que parecia novo... mas não era.

Catarina Martins é a todos os títulos uma barata tonta. A sua principal ocupação é indignar-se muito. Poderá saber como funciona um partido mas claramente não sabe muito de política. Não se pode dizer que seja alguém muito por dentro da história do pensamento político nem que tenha um "vasto" conhecimento da matéria.
A sua mania de se sair com frases lapidares choca quase sempre com o ridículo das afirmações. Debate como uma débil mental e indigna-se com as coisas mais disparatadas que se possa imaginar (mas neste particular ainda não consegue bater o vazio Seguro...).

A imagem que temos hoje do Bloco é muito diferente da que tínhamos com Louçã. Por muito aldrabão e pequeno burguês que fosse Louçã, ainda era daqueles tipos com quem se podia ter uma conversa.

Com estes dois a vontade que dá é deixar Semedo a falar sozinho e esganar Catarina Martins. Não são claramente o tipo de pessoas que possam ser a coqueluche dos media. De tal forma é assim que a presença do bloco nos alinhamentos televisivos caiu tremendamente.

Ao ouvir Semedo na apresentação como candidato à CML a única coisa que ocorre fazer é dar um longo bocejo. Os chavões "da esquerda" e a tentativa de se afirmar como qualquer coisa de diferente chocam inexoravelmente com a realidade. A esquerda tal como a concebe Semedo é completamente incapaz de se adaptar à realidade. É apenas capaz de ter a sua própria realidade que não é, nem pouco mais ou menos, possível.

Outros bem falantes do Bloco desapareceram. Daniel Oliveira que é sempre aquele tipo que está com um pé dentro e um pé fora (acha-se um livre pensador) escrevinha umas coisas no Expresso e diz umas insanidades no Eixo do Mal com um ar grave. Mas a verdade é que lhe parece mais apetecível o poder do que a "luta" sem vantagens. E disse-o numa reunião geral do Bloco (ou como raio chamem aquele ajuntamento) para estupefação dos presentes que o votaram ao degredo.
Rosas passou a viver confortavelmente da sua cátedra e diz umas coisas na TVI24. Fazenda desapareceu quase completamente dos media. E quando aparece também não passa dum daqueles tipos que diz coisas e faz afirmações por uma questão de fé.

O facto é que nada do que dizem é consubstanciado pelos factos ou pela realidade. Acreditam, e pronto. Se tirarmos o conteúdo da crença estão ao mesmo nível que os cristãos radicais nos EUA. É fé.

Imagino que o Bloco que pode ter gente cheia de boas intenções se vá afundando paulatinamente com estes dois pobres diabos na frente. Por muito líder do Syriza que mandem vir para as manifs ou por muita solidariedade que demonstrem pelos rebeldes na Siria. As causas do Bloco passaram a ser quase alienígenas. E no caso das causas locais são apenas redundantes. Em nada se distinguem das constantes profecias de desgraça do PCP ou das boas intenções do PS.

O Bloco, como dizia um conhecido meu, nem é carne nem é peixe. É uma grande merda.

E convenhamos que andar a bradar pela expulsão da Troyka e o não pagamento das dívidas e ao mesmo tempo dizer que isso melhora a situação dum povo já na desgraça ou é uma mentira descarada e consciente ou é um total desfasamento da realidade e o alhear completo das consequências que uma coisa dessas podia causar ao país. Em qualquer dos casos não é lá muito abonatório para a inteligência dos líderes programáticos deste pequeno partido.

Os portugueses de alguma idade sabem bem o que aconteceu com a desvalorização do Escudo (forçada mais uma vez pelas asneiras incríveis cometidas pela esquerda neste país) e com o racionamento de bens essenciais como o leite ou da escassez de carne e outros bens essenciais nos anos que se seguiram ao 25 de Abril.

O que esta gente propõe como alternativa à frigideira é o lume. E fazem-no por uma questão de fé. Ou não têm noção das consequências por mera estupidez ou porventura acham que alguma vez serão poder e podem controlar com mão de ferro um país descontente e miserável.

O consenso num país de merda

As eleições autárquicas foram marcadas para 29 de Setembro.

Só que a oposição em bloco está contra. E as razões são as mais fascinantes.

A 13 de Outubro não deveria ser porque os portugueses são católicos e como se sabe vão em massa a Fátima. Mas essa foi a data proposta pelo PS. Deve achar que os católicos não votam nele e portanto quantos mais forem a Fátima melhor.
E acha que a 22 de Setembro também não pode ser porque nessa altura os portugueses estão de férias. O que não se percebe porque segundo o mesmo PS os portugueses já não podem ter férias.

O Bloco queria que fosse o mais tarde possível. Para que os votantes soubessem qual o conteúdo do próximo Orçamento de Estado para 2014. A ideia é tentar que os portugueses zangados com mais um orçamento de austeridade não votem nos partidos do Governo. Para quem passa a vida a tentar dissociar a realidade local da nacional, não deixa de ser interessante que se queira aproveitar uma questão nacional para influenciar os resultados de eleições locais.

O PCP queria o 6 de Outubro mas o PS acha uma "hipocrisia" que os partidos do governo não queiram porque foi este Governo que acabou com o feriado do 5 de Outubro (!!!). Só não percebo qual o problema já que o 5 de Outubro é um sábado e o 6 um Domingo. Digo eu que se tiver de haver comemorações nessa data até calha bem. É um sábado...

As razões de marcação de datas são as mais estapafúrdias e têm por detrás os cenários especulativos mais ridículos que se possa imaginar. Nestes casos a regra deveria ser simples. No domingo mais próximo ao fim do período de 4 anos. Nem que seja 2 ou 3 dias mais cedo ou mais tarde. Essas eleições eram sempre num intervalo de uma semana sempre no mesmo mês do ano.

Acabava-se esta palhaçada de uma vez por todas e as regras do jogo evitariam este tipo de especulações e acusações ridículas entre partidos. Consagrava-se isto na lei e era só fazer as contas. E era válido para TODAS as eleições. Se nalgum caso se verificassem eleições antecipadas o contador fazia reset e passava a ser nessa data. Qual é o problema? Há-se haver sempre uma razão para que estes ridículos partidos achem que vão ganhar ou perder eleições.

Essa razão é muito outra. Na maior parte das vezes perdem porque fizeram merda da grossa. Ou ganham porque os outros fizeram merda da grossa.

Andarem armados em aprendizes de feiticeiros a tentar encontrar razões para que os partidos do governo saiam beneficiados ou prejudicados é mesmo andar a remexer na merda com um pauzinho. Coisa em que Seguro é um perito.
Chora baba e ranho por cada coisa que acontece e que deixa a maior parte das pessoas impávidas e serenas. É um actor medíocre e um falso dos quatro costados. A razão é a do Bloco e nada mais. Eles querem que seja o mais tarde possível precisamente pelas razões invocadas por Semedo e pela histérica que o acompanha no Bloco. Aquele par de jarras, um completamente inábil e o outro completamente inútil lá se descaem com as razões da SUA data.

Infelizmente para eles o "papa" da extrema esquerda já se foi e eles são claramente incapazes como líderes. O que não deixa de ser adequado, uma vez que o partido é um partido de incapazes. Veremos o seu estrondoso resultado.

Mas de facto não há pachorra para estes "casos" de merda inventados a cada minuto pela oposição. Não há pachorra.

Um cretino é um cretino

António José Seguro é daqueles casos em que é quase certo que se lhe põem um microfone na frente, ou faz figura de estúpido ou ... faz figura de estúpido.

Portugal anda a viver com dinheiro contado. Anda de facto a viver com as tranches da Troyka e com o que vai arrecadando a cada mês em impostos. O que para desespero de muitos vem caindo com o abrandamento da actividade económica.

Não será muito fácil acomodar despesas da ordem das centenas de milhões de Euros de um dia para o outro.
A decisão do TC veio criar um problema ao Governo na medida em que por ter de pagar em 2013 os subsídios de férias e de Natal à função pública torna necessário encontrar uns milhões de Euros a mais para poder acomodar decisão.

E eis que chegados ao mês de Junho, não há aparentemente o suficiente para o poder fazer na totalidade. Portugal não vive à larga nos dias que correm. Nem tem acesso ao crédito fácil e barato para poder fazer este tipo de coisas de um momento para o outro.
E é precisamente aqui que entram figuras como Seguro ou como Arménio.

Esta gente parece ser impermeável ao conceito de margem de segurança. Ou de cativação de dinheiro para fazer face a despesas futuras. E a folga que há neste momento prende-se precisamente com a satisfação dessas obrigações futuras.

Para Seguro e Arménio a coisa é simples - há dinheiro (seja lá ele para o que for) gaste-se. A ideia de Arménio de usar fundos da recapitalização da banca é duma infantilidade quase desarmante. Não há limites, barreiras ou sequer conhecimento da forma como as coisas se processam para este fulano.
Devia haver para Seguro. Porque se ele pretende vir a ser o 1º ministro de Portugal, mandaria prudência que ele se informasse onde afinal "há dinheiro".

Mesmo não sabendo se há e para que fins, ditaria essa mesma prudência que não se pronunciasse acerca destas coisas como um mero cretino do gabarito de Arménio.

Esta mania muito socialista de "gaste-se" e depois pedimos emprestado, foi precisamente o que nos colocou numa situação de perfeita indigência. E mesmo que sejam invocadas razões impossíveis de medir (como o retorno de uma parte ao estado por efeito do consumo acrescido) a verdade é que não havendo dinheiro para fazer face a tudo nãohá maneira de lhe dar a volta.
O que Seguro pretende fazer as pessoas acreditar é que Passos e Gaspar estão a ser maldosos deliberadamente, e que há dinheiro de sobra para fazer tudo o que ele acha que deve ser feito.

Ou seja, quando a decisão do TC foi conhecida e foi comunicado que iria ter de haver alguma "ginástica" para poder cumprir o acórdão ninguém ligou puto. Foram mesmo chamados de mentirosos. Chegado a data de pagamento, mais uma vez são chamados de mentirosos e acusados de todas as más intenções possíveis.

Seguro é a cada dia que passa a imagem do imbecil impreparado e completamente demagogo que muitos sempre acharam que ele é. A sua única e exclusiva preocupação é ver-se como primeiro ministro. E como tal faz as afirmações que todos querem ouvir. Sem se preocupar sequer em saber se isso é possível e metendo a cabeça na areia negando o estado em que o país está por actuação do seu próprio partido.

Claro que se Seguro estivesse no poder estaria na mesma situação e a conversa já seria bem diferente. Mas até lá é muito fácil apontar o dedo aos outros. Imagino que o facto de ter de fazer o mesmo (ou pior) se um dia chegar ao lugar não lhe deve tirar o sono. Afinal a ignorância é uma benção no caso de Seguro. E cretino, superficial e demagogicamente eleitoralista assim vai andando dia após dia, como se tivesse uma varinha mágica e o poder de mudar tudo um dia que ganhe as eleições.

O problema é que não tem e que este tipo de tiradas majestáticas (deêm-lhes brioche) são a face mais aparente da sua total incapacidade para gerir um junta de freguesia, quanto mais um país.
E o que é surpreendente é que mesmo assim há gente que jura a pés juntos a sua qualidade de líder possível para um país a necessitar de gente de enorme quanlidade.
Coisa que Seguro tem provado à saciedade que não tem.
A cada tirada de Seguro torna-se verdade a máxima de Manuel Machado (eminente treinador de futebol) : um cretino é um cretino.

O factóide

Um factóide é um facto divulgado com sensacionalismo pela imprensa. Pode ser verdadeiro ou não. Trata-se também de propaganda política mal intencionada.
O propósito de um factoide é gerar deliberadamente um impacto diante da opinião pública de forma à manipulá-la de acordo com as aspirações de poderosos grupos que se utilizam de sua influência na mídia. Estes, em alguns casos estão, ou aspiram ao poder.
Tão rápido como começa um rumor ele desaparece.
Hoje acordamos para um sem fim de declarações, indignações e iniquidades  acerca da suposta "recusa" do Governo em respeitar o acórdão do Tribunal Constitucional.

Com um título especialmente acintoso o Público declarava que Passos teria dado instruções para manter o corte dos subsídios de férias. No mesmo artigo o jornal explicava porquê - falta de enquadramento legal por não ter sido ainda aprovado o diploma que resolvia os pontos inconstitucionais do orçamento.

Agora, lê-se num artigo desse mesmo jornal a explicação para o caso. É mesmo o diploma que deverá ser aprovado e promulgado até ao final do mês tornando assim possível o pagamento desse subsídio.

A esquerda apalermada saltou logo para a rua aos berros. As mais diversas entidades o fizeram. Sem haver contornos precisos acerca do caso, todos, incluindo jornais rádios e televisões, deram voz atodo e qualquer estúpido que lhes apareceu na frente. Desde o psicopata Arménio até à oposição todos se juntaram num coro de disparates sem fim.

Esta mania de fazer declarações sem saber o que se passa é uma mania muito nossa. Se não fosse isso os comentários a artigos nos jornais on line nunca poderiam existir.

Somos o paraíso do imediatismo, onde as indignações e as declarações espalhafatosas por coisa nenhuma se tornaram regra desde o mais reles idiota ao mais "nobre" comentador.

Mas a verdade é que todos estes arrotadores de postas de pescada se esquecem que a lei fundamental pode ser o suporte legal para todas estas coisas mas no fim, no fim, se não há dinheiro não há palhaços. E ideias como a de Arménio de ir buscar o fundo de recapitalização da banca são tão estúpidas que fica-se sem saber se lhe sairam da boca ou se foram um simples flato com sonoridade semelhante a palavras. O que em Arménio não deixa e ser um hábito.

Quem chora não mama

O sector da construção civil está de rastos.
Talvez porque tenham feito em 10 anos o que deviam ter feito em 20 ou porque andaram a vender a preços altamente inflaccionados e esqueceram-se de se precaver para uma situação de crise e secura de recursos.

Mas o que mais me choca nisto tudo é a crença enraizada neste sector que sem investimento público não há sector.
É mais ou menos o que se passa em muitas outras áreas da nossa economia e sociedade. Sem o estado gastar (ou dar) dinheiro, não há cultura, não há indústria, não há construção.

Até compreendo que o Estado faça contratos que envolvam a construção de infraestructuras, mas o que se passa neste país é que há uma enorme percentagem do sector que vive exclusivamente do dinheiro que o estado gasta.

Durante uns bons 15 anos contruiu-se em todo o lado e foi vendido a preços de tal forma disparatados que enterraram milhares de famílias. Tudo com o conluio dos bancos.
Que financiavam a compra do terreno, a construção dos edifícios e a compra dos apartamentos.

Isso acabou pela simples razão de termos stock de casas a mais. Ninguém com dois dedos de testa se vai por a construir habitação nos dias que correm.
Junte-se a isto a inexistência de contratos para a criação de infraestruturas públicas e vemos um sector absolutamente de rastos.

Mesmo aqueles que construiam escritórios estarão por esta altura com a corda na garganta. Ninguém arrenda espaços e a procura dos mesmos decresce a cada dia que passa. E como estes "senhores" não estão nada habituados à lei do mercado, continuam a querer vender a preços de 2006-2007.

É uma tristeza ver até que ponto nos transformamos numa pseudo economia de mercado. Na realidade se não for o dinheiro do contribuinte a sustentar ganhos enormes para o sector, não existe sector.

Como aconteceu outras áreas antes deles a única coisa que lhes resta é adaptarem-se. Aconteceu com os texteis, aconteceu com o calçado.

Façam-se à vida e evoluam em função do mérito das suas opções. Creio que neste país não será provável que se fabriquem esquis. Porque não há procura... Se calhar é boa altura de parar de construir... porque não há procura.
E em vez de passarem a vida a pedir aos bancos que emprestem dinheiro capacitem-se que nem os bancos vão emprestar como antes nem as pessoas têm a confiança que lhes permite atirar-se de cabeça para compromissos a 30-35 anos.
Talvez seja boa ideia deixarem-se de choradinhos e perceberem que se não há contratos do estado pode ser a altura de partir para outros mercados ou fechar as portas.

Mas por favor parem de clamar pelo gasto do dinheiro dos contribuintes. Temos um país completamente farto destes lamentos que mais não revelam a total dependência dos dinheiros públicos e a tentativa desavergonhada de desrespeitar as leis do mercado que tanto gostam de louvar.

Conversa esclerosada para estúpidos

De cada vez que tomo a decisão de ouvir rádio ou de ver televisão dá-me vontade de estrangular alguém.
Hoje de manhã na TSF houve duas coisas que me deixaram profundamente irritado. E por duas razões ligeiramente diferentes.

A primeira foi uma peça (chamemos-lhe crónica) dum jornalista palavroso por volta das 8:45. Ao tecer considerações sobre a greve dos professores, usou um tipo de linguagem muito pouco consistente com o estatuto. Não consigo perceber quando é que os jornalistas acharam que deviam ser a estrela da estação, mas isto já está a passar completamente das marcas.

Quando o jornalista fala de "campanhas insidiosas para culpar os professores" ou qualifica os apelos de Passos como enganadores ou chama "estúpido" ao ministro da Educação, mesmo que seja numa crónica, passaram-se todos os limites de equidistância e isenção. A TSF é agora a voz oficial de qualquer coisa. E essa qualquer coisa sabemos bem qual é.

A segunda situação foi mais uma vez na TSF e foi sobre o pagamento do subsídio de férias que aparentemente não vai ser pago em Junho.

As razões podem ser muito formais, mas nestas coisas a formalidade é importante.
O diploma que responde ao acórdão do TC foi aprovado pela maioria parlamentar na passada sexta-feira e deverá, na expectativa do Governo, entrar em vigor antes de dia 20 de Junho. A solução encontrada passa por fazer o pagamento do subsídio de férias e prestações equivalentes em duas fases.
Se bem se lembram, o acórdão do TC levou a que tivesse de ser feita uma alteração legal para acomodar as diferenças. Acontece que essa alteração só foi aprovada na sexta feira passada. E para que seja processado o subsídio de férias terá de ser ao abrigo desse diploma. Porque lembremo-nos que o  orçamento original foi declarado inconstitucional nalguns dos seus pontos e o rectificativo foi aprovado na semana passada.

Assim, a gritaria de falta de respeito pelo Tribunal Constitucional, a invocação de ilegalidade e outras palhaçadas avulsas, é afinal o respeito pela legalidade.

Esta palhaçada vai ao ponto de o jornal que explica este pormenor colocar com tútulo do artigo :
Governo dá instruções aos serviços para que mantenham corte no subsídio de férias

Por causa disto Arménio Carlos também se pronunciou. E como é hábito fala para estúpidos como ele. Dizia o imbecil que "o estado tem dinheiro. O fundo de recapitalização da banca não foi todo usado..."
Perante declarações deste tipo não há muito a dizer. Já mudou o discurso um pouco porque há uns tempos atrás este idiota dizia "e o dinheiro do BPN?". Ora como sabemos o dinheiro do BPN é dinheiro que NÃO TEMOS. Agora já mudou para o dinheiro que supostamente temos.

Arménio sabe perfeitamente que não pode usar dinheiro do fundo ou da UE como se de um saco se tratasse de onde se pode pagar o que quer que seja. Nem sequer pode fazer isso com rúbricas diferentes do orçamento.
Esta história de ir ao fundo da banca buscar umas massas para ir buscar salários revela uma de duas coisas: Ou Arménio é de tal forma básico que não faz ideia de como um país funciona ou sabe-o (ou pelo menos suspeita) e fala de forma simplória para mais uma vez acicatar os ânimos. Ou seja, há dinheiro mas o governo mau não quer pagar.

Aborrece-me esta ideia peregrina de que a esquerda tem a legitimidade de se colocar no poder quando há um governo de outra cor no poder, eleito legitimamente.
Mas o que mais me aborrece é que usem as estratégias mais velhas da história para minar o funcionamento de um governo. Como dizia o 1º Ministro:
«Jogando com os descontentamentos naturais, sem contudo se apresentar qualquer programa coerente alternativo, intencionalmente procurou fomentar-se um clima deletério; de descrença generalizada, de pessimismo total, assacando todas as culpas ao Governo - a este Governo - esquecendo o passado ainda tão próximo, denegrindo por sistema, entravando ou mesmo sabotando iniciativas em curso, silenciando ou minimizando os aspetos positivos de uma atuação que todos sabem ser feita em condições singularmente difíceis, que se pretende? Derrubar apenas o Governo? Mas como, se parece difícil fazê-lo no Parlamento, que é o único sítio, em democracia, onde se devem derrubar legitimamente os governos? Na rua? Para dar lugar a que confrontações e a que novo surto de anarco-populismo? Desagregando-o por dentro, desencorajando as pessoas e tentando destruir as suas imagens políticas? Para abrir caminho a que tipo de aventuras?»
Notem que esse primeiro Ministro era Mário Soares em 31 de maio de 1984, citado por Rui Ramos no Expresso.

Os media: Quase uma semana sem eles

Passei a quase totalidade da semana sem ver um noticiário ou ler um jornal. On line incluídos.

E convenhamos que se passa uma semana muito melhor.

Houve uma pequena excepção: Creio que foi ontem apanhei um jornalista "estagiário" a descrever as comemorações do 10 de Junho e a presença de Cavaco Silva nas mesmas.

O que ficou patente foi a necessidade quse patológica que estes jornalistas de trazer por casa têm de trazer outros assuntos a notícias que nada têm a ver com eles.
É mais que suficiente descrever as comemorações ou o sítio onde vão ter lugar sem ser necessário tecer comentários sobre a taxa de popularidade do PR ou de a atribuir ao facto de ele não demitir o Governo.
É dos tais casos em que a bucha "ideológica" é metida por um qualquer desgraçado a quem calho uma reportagem de exterior e ficou sem nada para dizer.

É nestes pequenos pormenores, e notem que foi o deslize da semana, que se nota até que ponto esta militância é constante e muitas vezes despropositada.
Como não vi mais nada de notícias, aquela referência soava completamente extemporânea e muito pouco isenta.

Não consigo entender como é que a SIC Notícias ou a TVI conseguem justificar estas linhas editoriais. Não entendo em que é que Balsemão aproveita com este tipo de campanha cerrada anti governo. Será para evitar a competição de uma RTP privatizada?Será por puro desleixo? Por ódio a Passos, como tantos outros "históricos" do PSD. Não consigo perceber e até agora todas as explicações não passam de especulações.

O que vejo é que estes jornalistas se borravam de medo com Sócrates e qualquer coisa errado que pudessem dizer e que agora num regime de "direita" "sem democracia" tudo lhes é permitido. Duvido seriamente que tenham assessores a telefonar a directores tecendo criticas em relação ao alinhamento noticioso. Nem os vejo a dar tempo de antena a membros do Governo para defesa de casos pessoais obscuros. Sócrates tinha direito a um tempo de antena interminável. Hoje não há qualquer comparação com essa bem oleada "máquina de propaganda".

A tal imagem da ilegitimidade ou a exacerbação de uma suposta clivagem entre parceiros de Governo foram sem dúvida nenhuma os motes da imprensa nacional. Andam nisto há meses. E ficaram especialmente tristes quando perceberam que Cavaco pouca atenção lhes deu. Esperavam porventura uma espécie de Sampaio. O PR de todos que fez um favor ao PS e por tabela arranjou uma enorme chatice para o país inteiro.

A esquerda vê-se como detentora de um direito inquestionável ao poder. Quando estão eles foi o "povo" que assim quis. Quando estão os outros o "povo" quer que eles saiam. Mesmo quando se compara um governo incompetentíssimo como o 2º de Sócrates, monoritário e vitorioso à custa de manobras puramente eleitoralistas com o de Passos que é nem mais nem menos que um governo maioritário.

Este direito divino ao poder que a esquerda acredita deter, é parte da "narrativa" mediática todos os dias que passam. A direita má e a esquerda boazinha.

Mesmo que a esquerda não tenha programa a não ser o mesmo que o do Governo. Sem dinheiro para esbanjar nem banca a quem pedir emprestado, a esquerda terá de alinhar pelo diapasão da Troyka sob pena de um ano após a sua gestão se ver confrontada com outra bancarrota.

E os media, desavergonhados, nunca fazem as perguntas difíceis. E convenhamos que fazer desmoronar Seguro com uma ou duas perguntas seria a coisa mais fácil do mundo. Tem apenas chavões, eleitoralistas para variar, que nunca poderão ser postos em prática.

Com tudo isto não admira que não tenha sentido falta da campanha de propaganda pro esquerda dos media. E foi uma semana bem melhor que a média.

Mitos modernos - A ilegitimidade do Governo

É curioso como num regime "supostamente" democrático ainda há uma parte do espectro político que acha que a legitimidade eleitoral só existe se forem eles os eleitos.

E isto é cíclico. Desde 1995 que o PS esteve no poder 15 anos. Durante esse período destruiu-se com um enorme sentido de irresponsabilidade a possibilidade de Portugal se aproximar da média Europeia.

Apesar do dinheiro que entrou a rodos, os nossos fantásticos gestores conseguiram criar um tal aumento de despesa que não era possível em 2011 que Portugal vivesse sem dinheiro emprestado de emergência.
Os custos com a saúde dispararam, os custos com a educação dispararam e a Segurança Social começou a mostrar sinais preocupantes de falta de sustentabilidade.

Fizeram-se obras públicas em regime de parceria com contratos absolutamente ruinosos para o Estado e que hoje é mais ou menos consensual que não faziam assim tanta falta.
Apesar dum breve período do PSD com Durão Barroso, o período haveria de ficar célebre pelo discurso da tanga. Afinal. como tinha razão Durão Barroso. E como foi olimpicamente ignorado, talzvez pela sua fuga cobarde e interesseira para lugares mais altos.

Quem veio a seguir a ele, pela mão de um Presidente "de alguns portugueses" e dum senhor economista que fazia contas de deficit  em previsão com precisão às centésimas, fez ainda muito pior.
Ignorante em praticamente todas as matérias rodeou-se de gente mais disposta a agradar do que a dizer as coisas como elas são. Não é por acaso que Campos e Cunha esteve brevemente no lugar, certamente não concordando com um papel de mero fantoche nas mãos de Sócrates.
Para isso haveria de ser escolhido Teixeira dos Santos. Por muito professor e por muitos pergaminhos que tenha, ficará para sempre no Hall of Fame dos infames pela sua falta de coluna dorsal e por ter deixado chegar o país a um ponto sem retorno.

A gestão socialista caracterizava-se por varrer problemas para debaixo do tapete. Desorçamentar desavergonhadamente com o beneplácito da UE. Que apenas fingia que fiscalizava as contas.
Em tempos de abundância não se fazem perguntas difíceis. Mas em tempo de vacas magras já foram capazes de rever sucessivamente em alta alguns dos deficits mais vergonhosos que um governo PS alguma vez produziu.
A crise internacional é a desculpa oficial dessa gentalha. A crise e o chumbo do PEC IV. Essa é a "narrativa" do PS de hoje.

Dizem bem que os partidos não ganham eleições. São os governos que as perdem. E neste país quando existir um governo que tente por as coisas direitas irá sempre perder as eleições.
Porque por as coisas direitas significa ajustar desequilíbrios enormes criados ao longo de quase 40 anos.
O que importa que haja cada vez menos alunos e se mantenham professores? O que interessa que a Segurança Social seja insustentável pelo cada vez menor número de gente a trabalhar para sustentar os pensionistas?
O PS no seu discurso intrinsecamente mentiroso diz defender estas coisas quando sabe que não tem outro remédio senão resolvê-las. E para as resolver só há uma maneira. Reduzir os funcionários públicos e reduzir as pensões. Se isso não acontecer só há uma forma de sustentar tudo isto: aumentar os impostos. Mas é o mesmo PS que diz que a carga fiscal deve descer.
Já se sabe que quando chegar a hora irão ver qual das medidas causa menos impopularidade. A subida de impostas desagrada a mais gente que a redução de funcionários. E uma redução superior às aposentações, que não conseguem de forma nenhuma chegar em tempo útil aos números necessários para o equilíbrio.

E convenhamos que na administração pública há milhares de pessoas que não sabem sequer o que é trabalhar. Por ali andam anos a fia, faltando, cumprindo rigorosamente a hora de saída e de entrada e deixando para os colegas a carga de trabalho que lhes competia. Vistas bem as coisas haverá pelo menos uns bons 20% de funcionários públicos que terão muita dificuldade em justificar o que ganham.

Mas nestas vacas sagradas não se pode mexer. Estas vacas sagradas estão constitucionalmente protegidas contra despedimentos. Sejam eles maus como a ferrugem ou francamente incompetentes.
É um lobby demasiado poderoso para um Governo enfrentar.

E é por isso que quando um governo pretende mexer naquilo que precisa de ser mexido saltam todos a terreiro invocar falta de legitimidade.
E perante a incapacidade de fazer alguma coisa que muitos portugueses dão consigo a desejar que esta democracia vá para o raio que a parta. A desejar que pudesse aparecer alguém com mão de ferro a fazer aquilo que tem de ser feito. Para que o país possa ser minimamente viável.

Claro que há formas de tornar o país sustentável. Bastaria para isso denunciar contratos abusivos e accionar judicialmente os responsáveis pela bandalheira a que se assistiu durante estes 39 anos de democracia.
A despesa do Estado cresceu a níveis insustentáveis porque existe gente a mamar em todo o lado.
São as empresas "amigas" que estão sempre à espera do contrato do Estado, são as artes e a cultura que não existem a não ser para ficar com uma fatia do bolo, são os escritórios de advogados que cobram milhões para fazer contratos "furados" que deveriam ser feitos pelos juristas que os ministérios têm nos seus quadros. São as consultoras que fazem "estudos" até para saber se vale a pena ter máquinas de café nos serviços.

Se cortassem toda esta gordura inacreditável sobrariam milhões por ano para gastar naquilo em que deve ser gasto. Se se livrassem dos pequenos e grandes corruptos no seio do Estado (e no poder autárquico em particular) o estado português não teria deficits. O drama é que os partidos precisam de agradar a estas clientelas para se perpetuar no poder. O mal parece ser, portanto, desta democracia que mais não é que uma ilusão de democracia para servir alguns com a coisa pública.

Se algum governo tem legitimidade para actuar é este. Foi eleito em maioria e com a intenção de reformar um estado em situação de ruptura. Pouco me importa que Passos tenha dito que não ia mexer no subsídio de Natal. Já mo levou e já não penso mais nisso. Mas se olharmos essas afirmações para dizermos que um governo não tem legitimidade, então não há um governo desde o 25 de Abril que se possa considerar legítimo.
A legitimidade advém do voto. E este governo teve esse voto. Teve o voto de muita gente que desejava ver-se livre do Sócrates e da sua pandilha de incompetentes. Teve o voto daqueles que acham o PS completamente incapaz de gerir um país. Ou incapaz de assumir as suas responsabilidades inventando "narrativas" elaboradas para se isentar de culpas.
A legitimidade deste governo advém da necessidade absoluta de termos alguém que governo sem o olho nas eleições seguintes. Alguém que governe equilibrando as contas do país e fazendo-nos sair deste atoleiro corrupto e fétido em que o PS tornou este país.

Soares já cá não vai andar muito tempo. Mas a memória do que ele fez e que agora esquece vai perdurar. Ele foi o primeiro de muitos socialistas aldrabões e incompetentes que este país já viu. Este que está em funções parece ser ainda mais incompetente e incapaz do que os que o precederam. Uma verdadeira calamidade.
E desenganem-se aqueles que pensam que Seguro alguma vez chega a primeiro ministro. Será substituído por um qualquer palhaço socialista com sede de poder. A questão que se colocará nas próximas eleições é quem vai enfrentar Passos Coelho. Não é se Seguro é mais capaz que Passos Coelho. Seguro será erradicado do PS e então veremos se não temos um digno sucessor da linha socratista a arriscar-se a ser 1º ministro. Aí sim a questão da legitimidade terá de se por.

Mas até lá muita água vai passar debaixo da ponte e mais vale esperar sentado para ver o que acontece.
Para já as contas públicas estão francamente em melhor estado do que estavam em 2011. Para já Portugal não está na situação em que a oposição gosta de fazer acreditar que está.
Se a solução não vier de dentro, não esperem que  a Europa nos salve por solidariedade.