É triste mas compreensível

Aparentemente o povo finlandês tem uma palavra a dizer no que diz respeito a emprestar dinheiro a caloteiros pavões.

Apesar de estar do lado quem recebe, não poso deixar de me colocar na situação de um finlandês que vive num clima agreste, que é parte dum país que lançou uma revolução tecnológica invejável e que paga de impostos um ror de dinheiro.

Alguém que paga conscienciosamente as suas contribuições para que outros concidadãos possam ter aquilo que é um verdadeiro estado social.
Alguém assim, ver o seu governo emprestar dinheiro a amantes de corrupção, despesismo e pura incompetência, deve doer até às entranhas.

Para vos ser muito honesto eu não daria nem um cêntimo a um país como o nosso.

E porquê?

Porque nós não diferimos assim tanto de um país da África sub sahariana. Não me posso esquecer de um documentário sobre a ajuda a países africanos. No caso o Uganda.
Um donativo para esse país que tem uma ou duas ambulâncias no hospital central da sua capital, foi desviado para comprar TT's para funcionários do estado enquanto o seu povo morre no chão à entrada do hospital.

A comparação é extrema, mas é em grande parte correspondente ao que se tem passado neste país.
Com todo o dinheiro da CEE para diminuir as assimetrias, com toda a carga fiscal sobre os cidadãos, este estado e recentemente este governo, apenas soube gastar em seu benefício e deixar que desaparecessem milhões em corrupção. Quase nada deixou para fazer aquilo que era realmente importante.

Um finlandês que olha para isto (e se vem cá passar um Verão deve ficar fascinado com a abundância de estradas de 1ª qualidade) deve pensar que nós somos o Uganda. E a ladrões e caloteiros não se empresta dinheiro.

Nada ajuda ter um clone mal amanhado do 1º ministro a dizer que o projecto Europeu está em perigo. Pode estar, mas é porque países como o nosso geridos por gente totalmente incompetente ajudam a retirar riqueza a países que a ganham e a merecem. A solidariedade é muito bonita mas nós demos provas que pouco mais sabemos fazer do que andar de mão estendida. E isso para um alemão ou um finlandês é absolutamente intolerável. Eles são eticamente superiores e têm toda a legitimidade para querer que nós saiamos do Euro e deixemos de os arrastar connosco.

A declaração aparvalhada de Soares de que o governo da Finlandia é de extrema direita não colhe. Seja de esquerda ou de direita um tipo esperto não empresta a larápios. E isso é o que nós somos aos olhos dos países mais desenvolvidos.

A forma como a Europa irá olhar Portugal no futuro (e já no presente) é com desdém. Como já olham a Grécia. Uns azeiteiros aldrabões que cheiram a suor e que desbaratam tudo o que lhes dão.
A Irlanda é uma outra história. A ganância da especulação perdeu-os.  Apostaram tudo num par de duques.
Mas estes dois países com séculos de história (e a Grécia com uma história muito mais relevante do que a nossa) foram arrastados pela lama por governos Socialistas.
Se a Grécia mentiu descaradamente nas suas contas nós fizemos quase o mesmo. Omitimos, desorçamentámos e usámos artifícios incríveis (a dita engenharia financeira feita por "Engenheiros" de finanças como o genial Teixeira dos Santos). Acredito que Campos e Cunha tenha visto o nível das reses e se tenha posto a milhas assim que pode.

Ora aí está um trabalhinho de limpar as mãos à parede. Podem orgulhar-se