Meter a informação pelos olhos a dentro

Ouve-se com enorme frequência esta coisa da "austeridade pela austeridade".
Por tudo e por nada, desde o mais comum dos cidadãos até ao mais emérito dos políticos, se ouve este tipo de argumentação para demonizar este Governo.

Como se um dia o governo tivesse acordado e decidido que seria bom para um país tresloucado e afundado em consumo, provar as virtudes luteranas da contenção.
Quase parece que não precisávamos de rever a nossa forma gastadora de viver.

A prova de que precisávamos, e já há muitos anos, estão aí para todos verem. As famílias endividaram-se de forma absurda. Para lá do seu rendimento disponível e ainda para lá do seu rendimento eventual. Não se fazia poupança de forma generalizada. Vivia-se o dia a dia e empenhava-se o futuro pelas coisas mais fúteis.
Comprar um iPhone a crédito é um desses extraordinários exemplos...

O país por seu lado conseguiu ainda fazer pior. Meteu-se num buraco de tal forma gigantesco que atirou todo o país para uma contracção forçada que nos está a matar.
E contesto veementemente que a contracção seja a responsabilidade exclusiva deste governo. A responsabilidade está em quem deixou chegar a um ponto de não retorno que forçou, por imposição externa, a que esta contracção se efectuasse em 3 anos.

Fosse quem fosse, teria de adoptar medidas de poupança súbita e de aumento de receitas para fazer face à situação que se nos apresentava em Junho de 2011.

Dizem em cima deste chavão que o Governo não tem feito nada. Ou quando confrontados com o que tem feito, que não comunica.

Não sei o que as pessoas esperam da informação e da comunicação. Mas se esperam que lhes bata á porta alguém a explicar isto, então são dementes.
A informação está aí. Nos media. Pouco, é verdade, mas está aí.
E só alguém muito distraído é que pode dizer que não sabe das poupanças conseguidas ou que não sabe das medidas de redução de despesa que têm estado a acontecer. Mas para isso precisam de querer saber em vez de ficar à espera de uma versão convenientemente distorcida da realidade que lhes é servida de forma imediatista.

Os tais 4 mil milhões de cortes são mais um faceta dessa redução. Imposta pela troika e que visa colocar a despesa pública num patamar sustentável.
Mas depois dizem que não querem. Como se fosse possível ter  uma austeridade do agrado de todos.

A austeridade não é do agrado de ninguém. Das pessoas, dos governantes e nem sequer dos credores. É apenas uma maldita forma de o país não colapsar. Coisa que o PS de Seguro e o barco dos loucos do PCP e do BE parecem querer negar.
Como é que uma família endividada e sem crédito pode esperar manter o mesmo nível de vida para pagar o crédito que não consegue?
É esta a proposta de Seguro. E como ele não é completamente imbecil, prefere dizer que vai aos credores e negoceia "outras regras". E assim milagrosamente pode continuar a ter a vida que sempre teve e lá "mais para a frente" tudo ficará magicamente resolvido.
Que tal como proposta de solução? Boa hein?

Do Bloco e do PCP nem vale a pena falar. Como a sua ideologia desgraçada só grassa no meio da miséria, quanto mais melhor, pensam eles. O estranho que apesar desta estratégia do facilitismo que o povão tanto gosta, eles perdem intenções de voto nas sondagens... Estranho. Estará o povo português a ficar esperto? Será que a informação que diz que não lhe "deram" até foi entrando na cabeça?

Não deixa de ser curioso que os mesmo que dizem que o Governo não fez nada são os mesmos que logo a seguir, num arremedo de realismo, dizem que o que o PS o PCP e o Bloco dizem é completamente irrealista. Então em que é que ficamos? O governo fez alguma coisa ou não?

É que tirando estes partidos só restam os verdes. E esses de verde não têm nada. No dia da verdade vão escolher quem? Um governo em branco? Não me parece.

Oh Rui, agora é que borraste a pintura

No melhor pano cai a nódoa.
De vez em quando aqueles que admiramos fazem ou dizem coisas que nos deixam pouco à vontade.

Há dois casos da minha experiência pessoal que encaixam perfeitamente nesta definição. Com o caso de Rio são 3.

O primeiro é o de Morrissey, antigo vocalista dos Smiths.
Desde o princípio que a onda extremista militante vegetariana de Morrissey me irritava um bocado. Mas essa é das coisas com que se pode viver.
Gostava da música e olhava para o grupo como um conjunto que produzia coisas muito boas (esquecemo-nos de Marr vezes demais, mas era um figura central da qualidade do grupo).
Até ao dia em que vi uma entrevista dele. No pico do sucesso dos Smiths revelava-se como um misógino arrogante e com um ego desmesurado. Afirmando que quando era jovem sonhava escrever coisas "relevantes"... como tinha acabado por acontecer.
Finalmente numa entrevista no programa de Jonathan Ross revelou-se com um completo parvo. Sobranceiro, afirmando na resposta a uma piada de Ross que não tinha nenhuma intenção em ser amigo dele.
Quando alguém diz coisas assim é claramente alguém que dificilmente pode ser admirado. A sua personalidade parece ser verdadeiramente insuportável. Em suma, um parvalhão de alto quilate que fez música muito boa (quando estava nos Smiths...)

O segundo caso é o de um colega de trabalho.
Trabalhou na mesma empresa que eu durante 10 anos. Sempre em áreas diferentes, cruzámo-nos brevemente em algumas ocasiões.
Mas recentemente trabalhámos juntos. A fama de competência e conhecimento que trazia desapareceu no momento em que começou a abrir a boca. A cada pergunta dizia sempre que dominava o assunto apenas para se perceber que isso era só o resultado da insegurança. Resultados - maus.
Muito mais grave do que isso percebeu-se que era uma pessoa dada a "emprenhar de ouvido". O tipo de relacionamento que começou a ter com as outras pessoas do grupo e a ambição de "liderar" acabou por revelá-lo com um elemento a evitar a todo o custo.
A coisa tornou-se tão grave que a uma certa altura todos começaram a desejar-lhe um estrondoso espalhanço. Acabou por acontecer com as piores consequências possíveis. Foi "dispensado" por manifesta inadaptação. Numa leva de downsizing foi dos primeiros a aparecer no topo da lista.
Foi uma enorme decepção. Mas depois de se revelar a única coisa que eu e os outros queríamos era que ele desaparecesse da face da terra.

Rui Rio é o meu terceiro desapontamento.
Toda a gente diz que é um homem sério. Impoluto e incorruptível. Não o conheço pessoalmente mas pelos exemplos de carácter que vai demonstrando parece corresponder à fama.
Mas há outra coisa que se percebe que ele é. E é ser obstinado.
E muitas vezes essa obstinação e a noção de que podemos estar sempre certos faz com que se cometam algumas falhas "chatas".
Na entrevista de ontem Rio parecia zangado com o PSD.
Não só o demonstrou no caso da candidatura de Meneses como creio bem que se alargou para as declarações que fez da ministra.
Uma coisa é dizer que ela não é competente. Coisa que ainda assim estranho, dado o domínio que ela demonstra nas matérias de que falou. Um incompetente não fala assim, senão veja-se a figura dos anteriores inquiridos do PS na mesma comissão. Nem sequer sabem do que estão a falar com um mínimo de detalhe.
A outra bem diferente é alinhar pelo diapasão da "mentira". Só que ele não diz "mentira" porque prefere dizer "não disse toda a verdade".
E o que é "toda a verdade"? É dizer que o antecessor lhe passou toda a informação quando se sabe que a informação que ele lhe passou não era minimamente suficiente ou significativa? É isso a verdade?
Quando a ministra diz que não havia nada sobre os o problema dos swaps, podemos considerar que alguém a dizer que existem é suficiente? Ela sabe que existem. Para que serve uma informação assim?

Vejamos o seguinte cenário.
O governo afirma que vai ter de fazer cortes de 4mil milhões. Já informou toda a gente. Mas a oposição continua a dizer que isso não basta porque precisa de saber detalhes.
Será que o mero conhecimento da necessidade dos cortes por parte de toda a oposição e do povo português permitiria ao Governo chamar a Seguro mentiroso quando ele diz que não sabe sobres os cortes? (quando o que ele quer dizer é que precisa de saber onde vão incidir de forma concreta)
A comparação é perfeitamente legítima. De nada serve dizer que há swaps com perdas potenciais elevadas quando o que se precisa saber é o detalhe mais ínfimo de cada um deles. Saber que existem e que podem dar "chatice" é estar informado? Só se for para o PS, PCP e Bloco que parecem achar que os actos de gestão são meros gestos simbólicos e alertas à navegação. Para quem tem de resolver os problemas certamente que não chega.

Rui Rio já muitas vezes fez o mesmo. ele é político, Já distorceu e omitiu informação para obter ganhos políticos. Não se cansou de fazer isso na Câmara do Porto.
Como dizem os ingleses he has an axe to grind com o PSD. O que não tem o direito é de denegrir pessoalmente pessoas que no seu entender corporizam essa mal estar com o PSD.
O serviço que ele faz ao PSD é péssimo. Se ele é um homem de convicções fortes como é que prefere dar o ouro ao bandido que ele tanto criticou pela péssima gestão do país e da sua própria câmara.
Porque é que se junta ao coro dos que demagogicamente tentam destruir o carácter da ministra das finanças? O que é que ele, o partido, o governo ou o país ganham com isso? Tempo de mexericos na TV?

Por vezes a cólera tolda o raciocínio. E creio que numa pessoa como Rio esse tipo de reacção está sempre a um pequeno passo de distância.
Mas como qualquer militante, e sobretudo no caso dos mais proeminentes como é o seu caso, há sempre a hipótese de concorrer à liderança do partido, ir a eleições e rodear-se dos melhores num governo a que presida.
Porque não o faz? Eu bem gostaria de que o presidente do PSD fosse uma pessoa credível, séria e que usasse esse "mau feitio" para atalhar a direito nas coisas claramente erradas deste país.
Será que enfrentaria lobbies poderosos com a mesma bravata com que se atira a Menezes e à ministra?
Sinceramente não acho. Porque se estivesse em causa a sua própria imagem e sobrevivência política teria muito mais cuidado e seria muito mais diplomático.

Também por estas coisas se mede o nível de um líder. De Rebelo de Sousa já vimos a amostra e acho que ninguém quer repetir a dose. De Capucho, MFL e outros que foram passando pelo poder creio que estamos conversados.
Só faltava mesmo Rio revelar-se como um personagem com questões pessoais a acertar. Preferindo ajudar o PS e toda a corja de malfeitores encapotados que tentam crucificar a ministra para afastar de si a responsabilidade dos actos altamente danosos que temos visto.

BTW, na qualidade de Presidente da Câmara do Porto estava no conselho de Administração da Metro do Porto. Quando é que ele manifestou o seu desacordo por este tipo de contratos que visavam simplesmente empurrar os problemas par debaixo do tapete?
Assinou de cruz? Não foi informado? Não sabia, como tantos outros, onde a Metro do porto se estava a meter?
É este um líder sério, impoluto e competente?
Se calhar vou ter de rever a ideia que tenho de Rio que afinal não passa da vox populi.

A qualidade dos nosso deputados

A qualidade da gente incluída nas listas partidárias fica bem patente em casos como o de hoje.
Ao ver e ouvir esta gente na comissão parlamentar no caso dos swaps fica-se com a sensação de que temos uma classe política, em especial os deputados, de um nível absolutamente miserável.

É impressionante a forma como se comportam perante um caso que foi criado pela negligente e incompetente gestão de uma série de intervenientes.
O objectivo desta gente é por um lado de quase bajulação (PSD e CDS) e por outro de uma demente determinação em chamar mentirosa à ministra.
Nada lhes importa quem fez, o que fez e como fez.

Ana Drago, do fundo da sua mais que óbvia ignorância na matéria, entrou determinada a encostar a ministra à parede. Entre sorrisos jocosos e uma linha de interrogatório própria de uma imbecil, foi sendo encostada ela própria perante as respostas, a memória e o conhecimento técnico da ministra. Era uma guerra perdida. Ana Drago não está ao nível de ninguém que saiba um pouco do assunto de que se trata. Como a maior parte destas pobres amostras de gente, sabe um pouco de generalidades e é perita em agitação e desinformação.
Chegou ao ponto de trazer a questão dos cortes salariais e carga fiscal para uma comissão que pretende apurar de que forma a cadeia de incompetência e desleixo causou tamanho problema.
Insistia repetidamente que o governo nada tinha feito durante mais de um ano. Quando remetida para a consulta da documentação que comprovava as diligências que foram ocorrendo ao longo desse período ficou sem grande coisa para dizer.
De facto montar uma estratégia em cima de suposições tão pouco plausíveis é muitíssimo arriscado.
Ana Drago não faz a mínima ideia do que se foi passando na Secretaria de Estado. Ao saber do momento das conclusões, supõe como só um ignorante o pode fazer, que entre esses dois momentos no tempo nada se fez. Como se fosse possível encontrar uma solução de véspera.
Perdida, entra pela conversa panfeletária na esperança de que apareça na TV. É a única coisa que pode esperar. Esperava eu que ela pelo menos se documentasse um pouco sobre a matéria em discussão. Mas nem um pouco. Nada. Ignorância total.
1 a zero.

Falou depois um deputado com um ar sorumbático (creio que do PS) que pretendia da ministra respostas monossilábicas. De pouco lhe serviu quando chegou à parte da passagem de informação do antecessor. Começou a ficar claro que o antecessor pouco informou pela simples razão de nada saber.
2 a zero.

Finalmente um tal Paulo Sá. E já vi muito tolo. Mas este coloca o conceito de tolo a um nível totalmente novo.
A infantilidade da linha de interrogatório e as conclusões abusivas acerca das respostas só podem ser encontradas num qualquer julgamento estalinista.
Quando à pergunta sobre a passagem de informação a Vitor Gaspar que teria obtido do antecessor foi desmontada, Luis Sá ficou verdadeiramente perdido.
Fico mesmo espantado como é que um partido como o PCP pode ser tão desprovido de competência e qualidade no seu alinhamento.
3 a zero
E o homem é supostamente doutorado em física. Como é que a cegueira sectária pode transformar um indivíduo com formação cientifica num palerma que apenas balbucia disparates como um garoto de 5 anos? Não sei responder. Só sei que se tivesse de imaginar as habilitações dele pelo que ouvi, diria que não passava de um borgesso com um grau de ensino muito limitado. Mas afinal, para se ser do PCP é preciso um grau de cegueira considerável. Portanto tudo normal.

Dizendo a ministra que o antecessor não lhe tinha passado informação relevante na reunião dos dois, não haveria muito a transmitir a Vitor Gaspar, de facto. Mas até aqui este tolo Paulo Sá acabava sempre a dizer "a senhora mentiu".
A infantilidade das conclusões do deputado e a completa falta de respeito pelo objectivo da comissão ficaram bem patentes à medida que se foi cobrindo de ridículo. Isto para não falar da mais que óbvia falta de respeito pela pessoa a ser inquirida.

Nenhuma destas pessoas está preocupada em apurar a verdade.
O Bloco e o PCP estão ali para provar que a ministra mentiu. O PS está ali para provar que a culpa é deste governo e que a ministra mentiu.
Nenhum quer saber quem fez os contratos e quem se isentou de os controlar. Ninguém a não ser talvez os deputados do PSD e do CDS.

Não me lembro de nenhum caso em que esta gente tenha sido tão diligente em expor mentiras passadas. Com Sócrates no poder limitavam-se a tocar os assuntos pela rama e a perder-se em tricas menores. nenhum destes indivíduos se atreveu a colocar numa comissão um governante do PS e fazer este tipo de espectáculo deplorável.

E talvez o devesse fazer. Talvez devesse colocar todo o belo alinhamento de incompetentes e criminosos que pôs o país neste estado e apertar-lhes as canelas. Mas isso não serve os seus objectivos porque nada ganham em tentar desacreditar gente que já não está no Governo. À falta de melhor atiram-se a estes.
Felizmente que quando falam só conseguem cobrir-se de rídiculo.
Para que raio serve uma comissão assim com gente deste nível de qualidade e com este tipo de objectivos? A resposta é claramente: Nada. Uma pura perda de tempo.

O espalhafato e o conhecimento

Ouvindo a audição da ministra das finanças na comissão parlamentar não posso senão fazer a minha vénia.

Em primeiro lugar pela contenção demonstrada perante as perguntas e os apartes cretinos de Ana Drago. Manter a compostura numa situação destas é algo que só pode estar ao alcance de alguém com boa formação intelectual e cívica.

Em segundo lugar pelo conhecimento demonstrado na matéria. Não precisa de recorrer a cábulas e fala com um enorme à vontade sobre os temas o que apenas está ao alcance de quem sabe muito bem o que faz.

Ana Drago por outro lado não desaponta. Uma pateta panfletária, levando ao extremo aquilo que os portugueses fazem normalmente - falar sem saber minimamente o assunto sobre o qual se estão a pronunciar.
As conclusões são completamente abusivas "não fizeram nada durante um ano", ou simplesmente erradas.
É um pouco assustador ter uma especialista em economia e contas públicas a discutir com borgessos. E é assustador porque são deputados como Ana Drago que podem um dia estar num qualquer cargo governativo. Já é bastante assustador perceber até que ponto os seus conhecimentos são completamente insuficientes para falar com um especialista em qualquer matéria.

O curioso da interpelação de Ana Drago é a forma como ela se foi encurralando num canto. O sorriso trocista, tão característico deste grupinho que se acha possuidor da verdade, foi desaparecendo à medida que tomava consciência de que nunca poderia discutir de igual para igual com a ministra.
O sorriso passou de trocista a forçado para um esgar mais raivoso até se silenciar por completo.
Começou por alegar que a ministra não tinha feito nada. À medida que a sua argumentação foi sendo destruída encurralou-se na questão dos custos para os contribuintes.
Chegada aí teve mesmo que assumir a sua "iliteracia" (para quê usar palavras finas Ana Drago? Diga apenas que não percebe um "corno" do que está a falar) sobre o assunto.
Teria sido bom que tivesse percebido isso desde o início. Era mais ou menos óbvio que não tem a capacidade de debater estas questões com profissionais a sério.
Acabam sempre a refugiar-se em coisas supostamente "ditas" por outros especialistas. Ainda por cima mal compreendidas porque estão claramente acima das suas capacidades de compreensão.

Ana Drago foi completamente destruída. Cavou até bater em pedra sólida. Poderia ter continuado a escavar se tivesse algum conhecimento sobre a matéria. Mas mesmo assim não basta ser economista para se poder discutir estes temas com uma pessoa como a ministra.
E assim será por parte de qualquer deputadozeco medíocre (existe de outro tipo?) que tenha como única motivação a chicana política.
Veja-se o caso de Galamba, supostamente economista mas comprovadamente medíocre. Enfrentar um governador do BdP ou um ministro da Economia está bem para lá das suas capacidades.
E não admira. Se eles fossem realmente bons naquilo que fazem estariam a auferir de bons salários no sector privado em vez de dependerem de favores políticos para figurar numa lista em lugar elegível. Não é por acaso que a mediocridade grassa no parlamento.
Ana Drago é socióloga. Pouco mais. Talvez nem isso seja de forma competente.
Como quase todos frequentou qualquer coisa mais que nunca acabou. Nunca acabam nada. Mas têm a distinta lata de dizer que frequenetaram qualquer coisa.
O seu camarada Daniel Oliveira também frequentou uma licenciatura. Que não acabou. Mas espantem-se oh almas, está a fazer um mestrado na Lusófona. Teremos por estes dias um mestre sem licenciatura. Uma novidade a la Bolonha seguramente.

Da carreira profissional de Ana Drago não há nada digno de realce. Mas fico a saber que agora há teses de licenciatura e é considerado um título académico e/ou científico.
Arre porra que esta gente gosta de injectar esteroides no CV...
Isto deve ser uma coisa do Bloco. Por este andar teremos teses no ensino secundário.
Habilitações Literárias
Frequência de Mestrado em Sociologia

Profissão
Socióloga

Cargos que desempenha
Deputado na XI Legislatura;
Membro da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda
Membro da Comissão Política do Bloco de Esquerda

Cargos exercidos
Deputada nas IX e X Legislaturas

Obras Publicadas
"Agitar antes de ousar: o movimento estudantil anti-propinas", 2003, Edições Afrontamento, Porto

Títulos académicos e científicos
"Agitar antes de ousar: o movimento estudantil anti-propinas" - tese de licenciatura em sociologia polítca (2001)
Como currículo estamos conversados. Quantos licenciados em Sociologia estão hoje desempregados ou a trabalhar em profissões  nada adequadas à sua formação?
E é esta pobre amostra de profissional que se põe a tentar encostar à parede uma pessoa como a ministra?

Maria Luís Albuquerque nasceu em Braga em 1967.
Licenciou-se em Economia na Universidade Lusíada de Lisboa em 1991 e é mestre em Economia Monetária e Financeira pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa desde 1997.
Foi técnica superior na Direcção-Geral do Tesouro e Finanças entre 1996 e 1999, técnica superior do Gabinete de Estudos e Prospectiva Económica do Ministério da Economia entre 1999 e 2001, desempenhou funções de assessora do Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças em 2001, foi Diretora do Departamento de Gestão Financeira da Refer entre 2001 e 2007 e coordenou o Núcleo de Emissões e Mercados do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público entre 2007 e 2011.
Foi docente na Universidade Lusíada de Lisboa, no Instituto Superior de Economia e Gestão e no polo de Setúbal da Universidade Moderna entre 1991 e 2006.
Maria Luís Albuquerque foi Secretária de Estado do Tesouro e Finanças entre junho de 2011 e Outubro de 2012 e Secretária de Estado do Tesouro entre outubro de 2012 e junho de 2013. Nestas funções, seguiu os assuntos do Eurogrupo e do Ecofin substituindo o então Ministro de Estado e das Finanças. Tomou posse como Ministra de Estado e das Finanças em 2 de julho de 2013.
O que é que pode resultar de um debate entre uma oportunista política que se vê eleita para o parlamento e alguém com este tipo de CV?
Um massacre completo, como aconteceu.

O que é mais revelador ao ouvir uma audição assim é o fosso de conhecimento e capacidade que existe entre gente como Ana Drago e uma pessoa que toda a vida trabalhou na área. São espertos até um certo ponto, não entrando em detalhes que possam revelar o seu desconhecimento total das questões técnicas em discussão, mas não conseguem sustentar o discurso durante muito tempo. À medida que a sua argumentação superficial é desmontada não conseguem sequer ter o conhecimento para fazer um seguimento pertinente. Limitam-se a ficar pelo ruído mediático.

A imprensa que temos, ou melhor, a imprensa que não temos

Hoje Vitor Gaspar foi ao parlamento. E do que disse ressalta que a informação sobre os contratos de swap era muito reduzida e de carácter processual. Ou seja, a quantificação de valores e perdas potenciais era algo que não foi passado a este governo na data de transição.
Nada que não esperássemos e nada que não tivesse já sido confirmado.

De pouco adianta saber que há uns swaps e que são pedidos relatórios sobre os mesmos se não se souber mais nada acerca do assunto. O que interessa realmente é saber de ganhos e perdas nesses mesmos contratos. Sobretudo quando alguns deles podem ser uma bomba relégio.

A oposição insiste sempre nos mesmos temas. A "mentira" a "demissão" e todo o cardápio necessário para afastar de si a responsabilidade pela contratação dos mesmos e sobretudo da mais que deficiente gestão do processo quer por parte da tutela quer por parte das empresas contratantes.

A mesma notícia em dois jornais e em linhas gerais muito semelhante com destaque para o Público por ter ido mais longe na transcrição de algumas afirmações de Gaspar que são da maior importância.
A informação fornecida era de apenas duas páginas A4 e insuficiente.
De realçar que apenas por imposição da Troyka seria feito (no futuro) um relatório sobre o caso e que a informação que constava da dita pasta era meramente processual.
Saber de perdas potenciais, tipos de contrato, prazos e coisas verdadeiramente importantes só se veio a saber depois de este Governo estar em funções.

Mas o Expresso opta por fazer um título a todos os títulos enganador, enquento que o título do Público é bastante mais claro relativamente ao tio de informação prestada.

Juntando os dois títulos:

Gaspar diz que atual ministra estava "de longa data informada" sobre os 'swaps' mas o “valor acrescentado” da informação sobre swaps era “reduzidíssimo”

Consegue percebe-se perfeitamente até que ponto é manipulativo o título do Expresso. A ideia que querem reforçar é que a Ministra sabia, logo teria mentido ao passo que no caso do Público a ideia que passa é que a informação prestada era insuficiente.
Mais grave é que mesmo na transcrição do Expresso das palavras de Gaspar são omitidas algumas coisas relevantes.
Ainda assim, podiam simplesmente escrever algumas das coisas que Vitor Gaspar disse, nomeadamente o desconhecimento da dimensão do problema porque a pasta não continha informação que permitisse perceber com rigor o montante de perdas potenciais em causa.
Expresso
Gaspar diz que atual ministra estava "de longa data informada" sobre os 'swaps'

Maria Luís Albuquerque conhecia "em profundidade" a questão e "geriu de forma exemplar" a recolha de mais informação, segundo afirma o ex-ministro das Finanças.

Alexandre Costa
10:32 Terça feira, 30 de julho de 2013
João Relvas/Lusa
"Discutimos certamente esta matéria em profundidade (...) (a ex-secretária de Estado do Tesouro e atual ministra das Finanças) estava de longa data informada" sobre os contratos swap, afirmou hoje Vítor Gaspar, respondendo às questões colocadas pela comissão da Assembleia da República.

Por outro lado, o ex-ministro das Finanças, referindo mais adiante a complexidade e implicações das cláusulas dos contratos, disse que a informação mais completa e detalhada só foi recebida pelo Governo mais recentemente.

Vítor Gaspar considerou que a questão central era do domínio público quando o Governo tomou posse, mas que foi necessário um grande trabalho de recolha de informação suplementar, nomeadamente de informação jurídica, uma tarefa que Maria Luís Albuquerque "geriu de forma exemplar".

A informação disponibilizada pelo anterior Governo, "não é no entanto a informação concreta e quantificada de riscos económicos e financeiros e de aspetos jurídicos que permitem as opções políticas. Se essa infomação sistemática existisse na altura da tomada de posse, teria sido possível atuar mais rapidamente", afirmou.

Perante a acusação do deputado do PS, João Galamba, de que Albuquerque teria travado o processo em curso sobre os swap, Gaspar disse que o "processo nunca foi parado, esteve sempre em progresso".

Na declaração introdutória que efetuou perante a comissão de inquérito sobre os contratos swap, o ex-ministro disse que "este Governo encontrou um problema criado pelo anterior Governo, por um conjunto de contratos que em vez de reduzir o risco o multiplicaram".

Vítor Gaspar afirmou mesmo ter encontrado um "padrão de comportamento" existente "pelo menos nos últimos 15 anos", defendendo por outro lado que tudo fizeram para "amenizar as consequências e evitar" a repetição de contratos swap altamente lesivos para o Estado.
Público
Gaspar: “valor acrescentado” da informação sobre swaps era “reduzidíssimo”

Pedro Crisóstomo
30/07/2013 - 13:09 (actualizado às 4:33)
Ex-ministro defende Maria Luís Albuquerque, garantindo que a afirmação da governante sobre a transição de pastas em 2011 corresponde à verdade.

O ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar reafirmou nesta terça-feira que o tema dos contratos swap foi abordado em Junho de 2011 na transição de pastas com o anterior tutelar da pasta das Finanças, mas garantiu que a informação que recebeu de Fernando Teixeira dos Santos foi reduzida, de domínio público e sem detalhe sobre a natureza dos riscos associados aos contratos celebrados por empresas públicas.
Gaspar foi ouvido esta manhã no Parlamento na comissão de inquérito aos contratos de gestão de risco financeiro, onde afirmou ter sido ele a suscitar o tema dos contratos celebrados por empresas públicas, colocando a questão a Teixeira dos Santos (a 18 de Junho).
“A questão foi motivada por uma pergunta da minha parte, tendo, de acordo com a minha melhor recordação, sido referido pelo professor Teixeira dos Santos que o assunto seria tratado” na reunião a seguir, que aconteceu dois dias depois. Nesse segundo encontro (quando Maria Luís Albuquerque ainda não fora nomeada secretária de Estado), a informação passada “terá sido profundamente processual”, acrescentou.
O ex-ministro das Finanças afirmou que o actual Governo recebeu um “dossier físico detalhado” sobre as medidas do programa de ajustamento negociadas com a troika, mas ressalvou que a ficha (desse documento) que se referia aos contratos swap não continha “qualquer informação específica” sobre os riscos associados “e como eles se poderiam materializar”.
Para Vítor Gaspar, a ficha – que Teixeira dos Santos já mostrara quando foi ao Parlamento prestar esclarecimentos– dizia respeito apenas a procedimentos globais e genéricos para dar seguimento a esta matéria no quadro do programa da troika. Por isso, o “valor acrescentado” da informação era “reduzidíssimo”, afirmou, dizendo que coube ao actual Governo avançar com os trabalhos sobre a avaliação dos contratos.
A ficha em causa (duas páginas A4) faz referência a um dos pontos do Memorando de Entendimento, para a elaboração de um relatório pela Direcção-Geral do Tesouro e Finanças que analisaria o “risco orçamental detalhado” e “todas as responsabilidades (explícitas e implícitas) das empresas públicas”.
Ex-ministro elogia sucessora
Gaspar procurou, durante a audição parlamentar, defender a actual ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que enquanto sua secretária de Estado do Tesouro afirmou no Parlamento a 25 de Junho que “na transição de pastas nada foi referido a respeito desta matéria”.
Ouvindo o deputado socialista João Galamba acusar Maria Luís Albuquerque de mentir no Parlamento, Gaspar rejeitou a interpretação dada pelo PS – e a restante oposição – às declarações da actual ministra das Finanças (que esta tarde volta a ser ouvida na comissão de inquérito).
Gaspar insistiu que a questão dos swaps foi suscitada, mas não abordada em detalhe com o anterior Governo nas reuniões de 18 e 20 de Junho de 2011, antes de Maria Luís Albuquerque e os restantes secretários de Estado tomarem posse. A governante “não esteve presente na minha reunião com Teixeira dos Santos, nem na reunião que se seguiu com os secretários de Estado”, garantiu Vítor Gaspar.
“A única interpretação que me parece razoável (…) é que nada [de específico] lhe foi referido na pasta de transição e essa afirmação [no Parlamento a 25 de Junho] corresponde exactamente à verdade, tal como foi reportado”, disse.
Gaspar recordou ainda indirectamente o facto de Maria Luís Albuquerque ter sido directora financeira da Refer entre 2001 e 2007 (altura em que foram celebrados contratos de derivados financeiros), para argumentar que a governante conhecia a questão dos swaps “na sua generalidade” e que o que estava em causa não era esse conhecimento genérico, mas as situações concretas. “Não só não desconhecia, como a conhecia bem. E é uma pessoa que pode ser considerada perita nesta matéria. Colocar a questão sobre se tinha conhecimento geral é simplesmente ridículo, não faz qualquer sentido”.
Os deputados da oposição acusaram, por outro lado, a actual ministra das Finanças de esconder que teve conhecimento da questão dos swaps, referindo-se a uma troca de emails entre Maria Luís Albuquerque e o ex-director-geral do Tesouro e Finanças Pedro Felício em Junho e Julho de 2011. Em causa estão emails indicando uma perda potencial de 1500 milhões de euros para o Estado associadas aos contratos celebrados pelas empresas públicas. A informação foi já classificada por Albuquerque numa entrevista à SIC como insuficiente para detectar toda a dimensão do problema.
Estou um pouco surpreendido. Não muito. Desde há bastante tempo que o Expresso deixo de ser comprado cá em casa. Nem para acender a lareira e o churrasco. Arranja-se melhor e mais barato. Mas pensava que o tão propalado rigor e profissionalismo levasse o Expresso a ser mais sério. Noto que se degradou ainda mais desde que decidi deixar de o comprar.


Manchetes ao nível de tabloide e informação convenientemente expurgada de alguma coisa que não reforce a intenção do jornal.

É esta a imprensa que temos. E diz a imprensa que está em "crise" de vendas. Assim não admira. Até dá para espantar como é que não fecharam já as portas e deitaram a chave fora. A julgar pela qualidade do que escrevem o tempo em que o deviam ter feito já passou há muito tempo.
O prazo de validade já expirou há muito e cheio a podre é mesmo insuportável.

O papel de Sócrates

Sócrates usa a RTP como um tempo de comentário muito "especial".
Já o tinhamos visto usar uma entrevista enquanto primeiro ministro para se defender relativamente ao seu curso "mal cheiroso". Apresentando papéis que ninguém consegue ver e afirmando que eles provam "isto ou aquilo".

A estratégia é mais ou menos eficaz. Há sempre aqueles que dizem que ele "apresentou um papel"  ainda que não o tenham visto ou mesmo quando escrutinado com cuidado (como foi o caso dos dicumentos da sua licenciatura) não só não provam o que ele diz mas provam exactamente o contrário.

Ontem apareceu com um documento que "provaria" que a informação sobre os swaps estava na dita pasta de transição. Mas mais adiante no "comentário" acabaria por dizer que um suposto relatório sobre as empresas públicas conteria esta informação.
Disto ressaltam imediatamente duas dúvidas
1. Em que qualidade é que um comentador tem cópias de documentos submetidos a uma comissão parlamentar? Foi na qualidade de ex-primeiro ministro aquando da transição? Já alguma vez um ministro ou primeiro ministro revelou documentos num espaço de comentário televisivo?
2. Como é que um documento de uma página que pede um relatório é uma prova de que a informação foi passada? Estava algum relatório incluído? Se estava porque é que o responsável faz um despacho a pedir informação às empresas e tem como primeira resposta informação insuficiente?

1 página. Nela está toda a informação que seria necessária. E estamos a falar de contratos complicadíssimos.
De tal forma complicados que nem deram por algumas das clausulas que nos lixaram. Mas Sócrates prova com uma página que a informação acerca dos mesmos foi passada ao governo seguinte.
Nem o formulário para aderir a um operador de telemóvel tem tão pouca informação.
O poder de síntese do governo anterior é uma coisa notável. Para quê um dossier de transição se podemos por cada uma das questões numa folha A4?

Devia ser este o conceito de "dar informação" dos seus governos. Bem se vê até que ponto um político mentiroso e medíocre pode descer.

É óbvio que este governo sabia que existiam swaps. Não precisava da merdinha da folha que ele brandiu para saber que eles existiam. Não só são uma prática corrente para protecção de subida de taxas de juro, como a própria MLA tinha assinado alguns na REFER.
O facto de o governo anterior o ter pedido um relatório só fortalece a ideia de que lhe faltava informação acerca do assunto. À própria tutela.

Esta suposta prova arrasadora é mais do mesmo. A mesma estratégia de Sócrates com os "documentos" da sua licenciatura. Ficarão alguns crentes (há sempre) e ficarão os mais céticos a desconfiar totalmente do conteúdo de tal documento.

Sócrates usa e abusa destas manobra de mistificação e baixa política. Baixa política é mesmo o que sempre o caracterizou.
Serve os seus próprios interesses enquanto manobra o PS. Nem sequer demonstra respeito pelo seu próprio partido e líder do mesmo. Se bem que neste caso Seguro ainda terá de lhe agradecer a ajuda por tentar descredibilizar MLA. No entanto usa um nível de baixeza raramente visto para o conseguir. E surpresa das surpresas, as outras vezes a que se assistiu ao mesmo nível de baixeza foi ele também o protagonista.


Sócrates é uma cloaca ambulante. Um homem sem vergonha, escrúpulos ou moral.

É a representação da anti ética.
E a RTP dá tempo de antena a uma besta destas todas as semanas. Ainda dizem que a RTP faz favores ao Governo? De certeza que esta RTP não.
Mas no mínimo deveria ser isenta em vez de se colocar do lado da mais completa mistificação de que há memória televisiva.

Que país é este em que há pessoas que votaram nele 3 vezes? Que país é este em que há gente de tal forma crédula que diz hoje que o papelinho que ele "mostrou" na RTP é uma boa razão para que um ministro se demita?

Um país ao contrário


Depois de ter ouvido Zorrinho a falar na SIC Notícias acerca do caso dos swaps fiquei possesso.

E não consigo pronunciar-me sobre isto com a objectividade que seria desejável. Mas que se lixe. Vou dizer por palavras cruas aquilo que vai na cabeça de muitos de nós.

Comecemos então...

1. O governo do partido a que pertence este MERDAS chamado Zorrinho, empurrou as empresas públicas para se financiarem de maneiras criativas, nomeadamente fazendo contratos de swap com características especulativas que poderiam render ganhos. No caso presente perdas, como parece ser apanágio das decisões tomadas por estes MERDAS em que sai tudo ao contrário. A RESPONSABILIDADE destes contratos e da falta de controlo sobre os mesmos cai sobre os ombros de responsáveis deste partido de MERDA. O PS

2. Quando se fez a passagem de pastas a informação não existia na forma necessária para tomar qualquer decisão. Antes da tomada de posse não responderam a Maria Luis Albuquerque e apenas depois da posse foi revelado que 4 entre muito mais empresas acumulariam já 1200 milhões de perdas. Quem a informou tarde e mal foi o MERDAS que foi à comissão parlamentar dizer que tinha comunicado TUDO. Aparentemente conseguiu viver bem sem informação durante muito tempo, já que só a teve quando já nem sequer o PS era Governo.

3. Tendo o governo tomado posse em Junho, este mesmo MERDAS, que chama mentirosos aos outros soube e comunicou, depois de 1 de Agosto, que afinal as perdas já eram de 1600 milhões.
Isto porque entretanto foi ele próprio recebendo informação. De notar que o que tinha feito até aí tinha sido emitir um despacho a "perguntar" o que não sabia. Portanto, à data da tomada de posse de MLA, este MERDAS nem fazia ideia até que ponto o Governo PS tinha deixado as situação tornar-se potencialmente catastrófica.
Em pouco mais de um mês há uma diferença de 33% de perdas a mais comunicadas pela mesma pessoa a MLA. O MERDAS de que estamos a falar e que parece que gosta de chamar mentirosos e negligentes aos outros.

4. Mesmo assim a informação era insuficiente, já que contemplava apenas algumas das empresas e alguns dos contratos feitos. As perdas seriam bastante mais do que tinha sido declarado. Ou seja, este MERDAS, o MERDAS Teixeira dos Santos e toda a corja de MERDAS do PS não faziam a mais leve ideia do que se passava com a bandalheira generalizada que acontecia nas empresas que estão sob a tutela do Governo. MERDAS, INCOMPETENTES e sobejamente NEGLIGENTES.

Vem hoje o deficiente mental Zorrinho pedir a demissão da ministra porque, segundo o PS, ela não terá condições políticas para desempenhar o cargo.

Este partido de MERDAS profissionais e militantes tenta afastar de si a responsabilidade das perdas enormes causadas pela sua MERDOSA gestão do país e dos dinheiros públicos.
Esta prática e outras similares foi terminada liminarmente por este Governo a quem assacam agora a responsabilidade de ter deixado aumentar o problema. O PROBLEMA que estes MERDAS do PS criaram.

Se houvesse um mínimo de justiça neste país, toda esta gente seria investigada até ao osso para se perceber se não houve favores feitos aos mediadores do sector financeiro que se encheram de dinheiro com a brincadeira.
Recuso-me a acreditar que este tipo de negócios falhem para o lado do Estado apenas por azar e estupidez. Há seguramente aqui intenção de beneficiar alguém. E sendo gente deste partido de MERDAS que se chama PS, não me surpreende nada uma vez que é a prática corrente deste grupo de vígaros de má pinta.

Mas a suprema ironia é ter Zorrinho com uma inteligência ao nível do deficiente mental profundo (sabe deus como esta alimária é doutor) a falar de condições para o exercício de um cargo. E diz isto referindo-se a outras pessoas sem qualquer capacidade de auto análise relativamente às suas próprias competências. Estou em crer que este Zorrinho não morre de asfixia porque a respiração não depende de funções cerebrais conscientes. Se assim fosse o homem asfixiava e caía para o lado, morto...

Todo este processo é abjecto. A tentativa de crucificação de alguém para esconder as próprias responsabilidades é algo que devia ser castigado com apedrejamento público.

Não tenho mais palavras para descrever este grupo de bandalhos que dá pelo nome de Partido Socialista. Fico-me por aqui.

A pasta de transição...

Vai longo o debate sobre a passagem de informação sobre swaps na pasta de transição do Governo de Sócrates para o de Passos Coelho.

O governo tomou posse a 21 de Junho de 2011 como resultado das eleições de 5 desse mês.

Acontece que por estas datas a dita transição se deveria fazer durante o primeiro mês de entrada em funções pelo que a dita "pasta" seria passada em Junho.

Tem havido uma série de gente do anterior governo a afirmar que passou essa informação na pasta de transição. Mas ao mesmo tempo percebe-se que a informação não deveria existir nessa data.
De tal forma é assim que o anterior secretário de Estado do tesouro teria feito isto:
A audição que está agendada para esta terça-feira com o ex-secretário de Estado do Tesouro será importante para obter clarificações sobre este assunto. Carlos Costa Pina chegou a emitir um despacho em 2009 a ordenar a contratação criteriosa de swaps. Outro despacho foi emitido em Junho de 2011 a exigir às empresas públicas o envio de informação sobre os derivados à Direcção-Geral do Tesouro e Finanças e à Inspecção-Geral de Finanças, com o objectivo de estas duas entidades prepararem um relatório sobre os impactos dos contratos.
Ou seja, em Junho teria feito um despacho a pedir informação sobre os ditos contratos. Em que data de Junho isto aconteceu e saber se a informação chegou a tempo de estar incluída nessa dita pasta de transição é o cerne da questão.
Aparentemente não estava. Porque segundo notícia de hoje do Público
Os emails enviados pelo ex-director-geral do Tesouro e Finanças Pedro Felício à agora ministra das Finanças em Junho e Julho de 2011 já continham informação sobre swaps e indicavam uma perda potencial de 1,5 mil milhões de euros.
Nos emails trocados no Verão de 2011 entre o ex-director-geral do Tesouro e Maria Luís Albuquerque, a que a Agência Lusa teve acesso, é feito em primeiro lugar um ponto de situação sobre o valor a preço de mercado dos contratos swap nas principais empresas (Metro de Lisboa, Metro do Porto, CP e Refer). A troca de emails diz respeito aos dias 29 de Junho, 18 de Julho, 26 de Julho e 1 de Agosto.
No primeiro destes emails enviado por Pedro Felício à então secretária de Estado do Tesouro e Finanças, que tem data de 29 de Junho de 2011, é incluído um "ponto de situação dos MtM [Mark-to-market, valor de mercado] dos derivados e instrumentos financeiros nas principais empresas do SEE [Sector Empresarial do Estado]", afirmando ainda que esta informação está em actualização no âmbito do programa da troika, mas que o grosso dos valores está nestas quatro empresas.
A primeira mensagem do FIM do mês de Junho (dia 29) é feito um ponto de situação que é depois complementado com mais informação em 18 de Julho, 26 de Julho e 1 de Agosto.
A 29 de Junho nem toda a informação está disponível. Vai estando...
Na segunda mensagem, datada de 18 de Julho, Pedro Felício envia a Maria Luís Albuquerque um anexo com detalhe dos instrumentos de gestão de risco – swaps – das principais empresas, com detalhe dos bancos e tipo de contrato e ainda mais informação sobre a renegociação de dívidas das empresas com bancos internacionais.
Maria Luís Albuquerque responde ao então director-geral do Tesouro e Finanças dizendo-lhe que necessitariam de conversar sobre este tema e outros que estariam pendentes, dando orientações para que a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) não garantisse o cumprimento das dívidas das empresas e para que não sejam dadas orientações às empresas sobre como negociar a sua dívida com os bancos.
A 26 de Julho, Pedro Felício envia novo email a Maria Luís Albuquerque no qual é anexado o relatório anual do sector empresarial do Estado de 2011, dizendo que dentro deste estão incluídos novos capítulos, entre eles um dedicado a Instrumentos de Gestão de Risco Financeiro. No documento incluem-se quadros que têm, entre outras coisas, uma actualização das perdas potenciais associadas a swaps, que em Junho de 2011 já tinham subido para 1549 milhões de euros.
A 1 de Agosto, Maria Luís Albuquerque interpela Pedro Felício e pergunta-lhe o porquê de não constar nos documentos da DGTF a informação sobre os derivados da EGREP – Entidade Gestora das Reservas de Produtos Petrolíferos. Pedro Felício diz, num email de resposta, que tal se deve a informação insuficiente por parte da empresa. Um dia mais tarde, envia a informação à agora ministra das Finanças, informando-a de que os derivados da EGREP acabariam por inflacionar para 1646 milhões de euros o valor de perdas potenciais estimadas, tendo um impacto negativo de 97 milhões de euros.
Disto decorre que à data da posse, este governo não tinha informação sobre os swaps. Ela foi chegando e só terá  chegado na totalidade depois de 1 de Agosto, já que MLA pergunta a Pedro Felício porque é que na informação anterior não consta informação da EGREP. Segundo o mesmo Pedro Felício a empresa não teria respondido, logo ele não sabia a 1 de Agosto. E apesar de não ser muito na catástrofe global ainda são 97 milhões de Euros. Uma quantia que faria feliz qualquer um de nós (e as nossas famílias vivas e futuras)

Para quem vem peremptoriamente a uma comissão dizer que na transição o governo foi informado parece mais ou menos óbvio que não foi. Parece mais ou menos óbvio que "foi sendo" informado à medida que foi solicitando informação. E se a solicitou é porque não a tinha e se não a tinha é porque o governo anterior não a deu.

Claro que estar aqui a debater questões de dias quando já decorreram dois anos sobre isto pode parecer um detalhe desnecessário. Mas não é. E não é liquido que sabendo mais cedo as perdas poderiam ser evitadas. Essas coisas não são feitas de forma unilateral e as perdas acumulam-se a uma velocidade alucinante.
O que parece claro de tudo isto é que o Governo anterior não fazia nenhuma ideia do que se passava. E só o soube, provavelmente, porque foi forçado a pedir a informação que não tinha. E quando soube passou "delicadamente" a batata quente a quem estava a chegar.

Isto torna evidente duas coisas, ambas graves.
1. O Governo anterior geria este tipo de assuntos com uma negligência assustadora
2. Aproveita-se da situação de transição para "lavar" as mãos da sua mal e porcamente feita gestão do assunto.

Não sei durante quanto tempo é suposto um governo demorar a passar a pasta ao seguinte. Eu diria que logo que se saiba o elenco governamental essa transição deveria ter lugar. A tomada de posse é uma formalidade mas nada diz que só de pode ter a informação só a partir dessa data.
No dia em que um Governo toma posse já deve ter ao seu dispor a dita pasta de transição. Que neste caso tinha lacunas de informação sobre um assunto de bastante gravidade.

E assim se vai gerindo o país. Entre incompetentes, negligentes e larápios o país vai perdendo dinheiro pelas frestas. Ms é curioso perceber que com o PS essas fretas parecem ser enormes.

A podridão dos hábitos políticos

Uma frase lapidar de Rui Machete.
E que o caracteriza muito.
Advogado de formação e esbanjador por deformação.

Anda na política activa desde o 25 de Abril. Já foi ministro, secretário de estado, administrador, presidente de fundação e todos os cargos bem remunerados e cheios de mordomias que alguém pode imaginar.

É quase divertido chamarem-lhe senador. A ele e a Mário Soares. Outro que nunca precisou de lições de ninguém acerca de como esbanjar dinheiro que não é seu. O qiue me leva a concluir que o título de senador é dado neste país a uma espécie de homem que desde há quase 40 anos vive refasteladamente saltitando de lugar em lugar, fazendo fortuna e nunca tendo responsabilidade de nada.

Rui Machete também não tem. Nada tem a ver com o que se passava na SLN, nem sequer acha que foi um esbanjador vergonhoso na FLAD. Ele só é responsável pelos sucessos. Entre os quais brilha a grande altura a valorização da coleção de arte que comprou para a fundação uma parte da qual estava no seu gabinete.
E é curioso como se tenta pintar a coisa como se fosse uma má vontade dos embaixadores. A vontade de se livrarem de alguém que se comportava como um reizinho usando dinheiros da fundação em proveito próprio ficou bem patente nalgumas das comunicações reveladas pelo WikiLeaks.
Será que o que levou esses embaixadores (mais do que um) a quererem livrar-se de Machete foi uma cabala orquestrada entre eles ou o simples facto de ele usar recursos da fundação em proveito próprio e dos amigos? Há algo que me leva a acreditar mais nos embaixadores do que em Rui Machete. Parecem-me dignos de maior crédito. Sobretudo porque foram mais que um a constatar a forma como a fundação era gerida.

Mas com isto tudo tem curriculo. Nada melhor para um esbanjador do que encontrar-lhe um lugar adequado.
As viagens em representação do Estado, as recepções onde irá provavelmente encontrar embaixadores que nutrem por ele um profundo desprezo, e a vida na alta roda são sem dúvida um lugar condigno para este "senador".

Ele é sem dúvida nenhuma um símbolo daquilo que o regime tem de podre. É uma cara demasiado ligada a nepotismo, esbanjamento e abusos para ser sequer considerado para Ministro.
E este Governo perde muito ao ceder ao "aparelho" numa vã tentativa de apaziguar os barões e baronetes.

Machete faz parte do PSD podre, corporizado por Capuchos e outras eminências pardas do partido.
O Capucho das 3 "negas" nem sequer conseguia hoje disfarçar o despeito pela nomeação do "amigo de há muitos anos". Outro "senador". Este sem dúvida o "senador" despeitado que nem a presidente da Cruz Vermelha consegui chegar por nomeação do governo do partido.

Era este PSD que eu ansiava ver varrido do mapa por Passos Coelho. É este PSD  que mais uma vez ganha a batalha da perpetuação na gamela do poder.

O governo também cede ao CDS e retira o ministro que talvez tenha feito mais pelo país nestes últimos 2 anos. Um homem despretencioso, imaginativo e frontal. Que escrevia o que pensava no seu blog (que eu anseio voltar a ler depois deste interregno de 2 anos). Quanto a Santos Pereira não existe qualquer dúvida acerca do seu afastamento de lobbies e grupos de pressão.
Por isso foi sempre um alvo. Não foi um alvo fácil, mas esteve sempre na mira dos que de dentro e fora do partido o viam como um empecilho, como um outsider que urgia abater.

É substituído por Pires de Lima. O mesmo Pires de Lima tão por dentro das questões económicas que conseguiu estar no programa do inenarrável Nicolau Santos com o "vigarista da ONU" e não conseguiu rebater com um número real que fosse as baboseiras infindáveis de Nicolau e do impostor.

E é este o novo ministro da economia.
Um empresário que conseguiu sucesso a vender Super Bock.
Eu diria que qualquer indivíduo com meio cérebro e com uma equipa que não seja composta por imbecis consegue fazer sucesso a vender cerveja.
Junte-se a isso a promoção desmesurada junto das camadas jovens com os festivais e com as festas académicas e aí temos a receita para o sucesso.
Fosse o álcool uma substância maldita como o tabaco e eu queria ver o sucesso de Pires de Lima no mundo dos negócios.
Não foi tão eficaz assim na Compal. Pioneira dos sumos naturais e vencedora de inúmeros prémios internacionais acabou por ser vendida à Sumolis que só começou com o negócio dos néctares no início dos anos 90. Ou seja com umas boas décadas de atraso em relação à Compal.
Foi incapaz de resistir à concorrência  de uma recém chegada na mesma franja de produto. Foi incapaz de sair do mesmo tom quando encontrou concorrência. Isto não me parece um bom exemplo de gestão sob nenhum ponto de vista.
Antes da cervejola não me parece que Pires de Lima fosse mais que um "gestor" mediano. Com a cervejola passou a outro patamar. E esse patamar parece-me perfeitamente conjuntural e completamente independente da sua "genial" gestão. Até 2012 os valores de consumo por habitante por ano chegaram a uns impressionantes 61 litros por habitante em 2008.
Estão em queda com a crise mas em 1992 o valor era de 50 litros. Um aumento de consumo de um pouco mais de 20% em 16 anos (até 2008). Não admira portanto que se possa dizer que Pires de Lima teve "sucesso". Resta saber quanto é mérito dele e resta saber se existe algum mérito em ter o seu sucesso associado ao consumo de álccol.
Seria interessante ver o sucesso de Pires de Lima como empresário a tirar uma empresa do buraco ou a tornar o Estado eficiente em termos de custos.
Parece-me que Pires de Lima não passa de uma daquelas fraudes clássicas.
Um belo dia começam a dizer que ele é muito bom e passado algum tempo todos o repetem.
Tal como se passou com António Vitorino que todos diziam ser um comissário Europeu fabuloso mas ninguém sabia ao certo quais eram as suas competências ou o resultado da sua passagem pela comissão.
Mais um caso do "dizem que é bom".
Vai entrar, vai sair e vamos ficar sem saber o que conseguiu ser feito. Estou bastante seguro de que não atacará os sectores que têm delapidado os consumidores e o país desde há muitos anos.

Mas tirar Santos Pereira da pasta da Economia para meter mais um como este, por ser supostamente um fabuloso empresário, parece-me um bocado demais.

As pequenas diferenças

Daniel Oliveira, simpaticamente, já me tinha avisado que me ia criticar por um texto que escrevi. Não me vou deter na sua extensa argumentação em defesa dos conflitos políticos e demonização dos compromissos. Apenas me detenho nesta sua frase que resume toda a nossa discordância: "a política é, como a vida, o território do conflito. A democracia apenas cria as condições para que ele seja resolvido. Com cedências, claro. Com diálogo, muitas vezes. Com negociações, sempre que necessário..."
Saliento que o próprio Daniel destrói o seu argumento quando refere que pode haver negociações, se necessário. Presumo que ele as entende necessárias quando o conflito chega a um impasse ou quando nenhum dos contendores tem condições (financeiras, físicas, anímicas ou outras) para continuar o conflito. Pois bem, desde logo, defendo que este é um desses momentos.
Poderia ficar por aqui, mas interessa-me ir mais fundo: a política "é como a vida, o território do conflito? A vida é o território do conflito?" É por isso que se justifica a democracia?
Pois bem, caro Daniel, na minha visão a vida é a arte do compromisso, porque ninguém tem toda a razão, toda a verdade ou toda a justiça. Porque é preciso colocarmo-nos na posição dos outros, afastar-nos de nós para nos vermos a nós próprios. A democracia, meu caro, é - citando a conhecidíssima boutade de Churchill "o pior dos regimes excetuando todos os outros", ou seja a forma menos má de sermos dominados, porque é a forma de conciliarmos visões diferentes. E onde as conciliamos? No Parlamento e nos órgãos democráticos, onde tendencialmente estão representadas todas as visões.
 A política democrática não deve ser impositiva, mas inclusiva. O problema é que partidos não totalmente democráticos (porque preferem o jogo da rua ao jogo dos votos e o conflito à conciliação) muitas vezes não se querem incluir. Mas mesmo assim, a democracia, por ser inclusiva, concede-lhes os mesmos direitos. E é por isso (mas esta parte Daniel deve concordar) que para aferir a qualidade de uma democracia interessa também conhecer os direitos concedidos às minorias. Mesmo que - como ambos sabemos - essas minorias não concedessem (na verdade não tenham concedido, nos locais onde estiveram no poder) um centésimo dos direitos de que gozam.
O território do conflito, caro Daniel, é quando falha a política. O que defendes, radica no prussianismo de Von Clausewitz que considerava a guerra não mais do que "a continuação da política por outros meios". Ou seja, a política, em si, era já a antecipação da guerra.
Por isso, na política se distinguem os humanistas, entre os quais me pretendo filiar, daqueles que  apelam a um constante conflito, seja de classes, seja de gerações, seja de géneros ou de outra coisa qualquer. Não suponho que os bons estejam separados dos maus e muito menos que estejam todos do mesmo lado. Embora as fotos neo-realistas a preto e branco sejam esteticamente interessantes, não me parecem representativas da complexidade do mundo. 
E assim, Daniel, deixo-te com o Vinicius: "A vida é a arte do encontro/ Embora haja tanto desencontro pela vida". Também não vais dizer que ele era um sonso a defender compromissos, pois não?
Quando se lê um texto destes é muito difícil não sentir alguma empatia com a forma de pensar e de escrever de Henrique Monteiro.
Ao mesmo tempo é muito difícil não detectar a profunda hiposricia de pessoas como Daniel Oliveira.

Pessoas para quem tudo é um "combate" e para quem o conceito de critica é sempre belicoso e não poucas vezes malcriado e intolerante.

A negação dos compromissos é precisamente o que fez com que Daniel Oliveira se afastasse do Bloco. Mas ao mesmo tempo afasta-se porque quer um compromisso com o PS.
A mesma pessoa que defende um compromisso com o PS para que o Bloco possa ser uma alternativa de poder é a pessoas que escreve isto:
Quem olha para estas divergências como um problema, e não como uma enorme vantagem, não se limita a não compreender a democracia. É, no essencial, antidemocrático.
E isto diz mais da forma de pensar de uma pessoaa do que qualquer afirmação sua em favor da amada democracia. Isto diz que para ele o compromisso é a imposição aos outros da sua visão. É o tipo de pessoa que nunca se quer encontrar a meio da ponte e que quer apenas evitar que o outro a atravesse.

Não tenho respeito por Daniel Oliveira. Não passa de um demagogo bem falante que aprendeu a esconder no seu discurso sofisticado as suas verdadeiras intenções.
Duma forma geral não tenho respeito por gente que acha que deve impor a sua visão do mundo aos outros porque acredita estar imbuída de uma legitimidade quase divina.
Coloco-os na mesma categoria em que coloco os cristãos radicais americanos ou os católicos da era negra da Igreja ou na qual coloco os talibans.

Qualquer dos exemplos de regimes que estas pessoas defendem  silenciou as minorias e oprimiu as maiorias. E fê-lo de forma absolutamente brutal.
Quando confrontados com isto e incapazes de negar as evidências, passam à justificação dos actos numa espécie de necessidade divina de assegurar o bem dos outros. Daqueles que dizem defender e que paradoxalmente acabam por ser os mais oprimidos e silenciados.

Todo o discurso comunista, do qual Daniel Oliveira é apenas mais um produtor, se caracteriza pela mentira constante. Gozam da tolerância dos regimes democráticos. Tolerância essa da qual se isentam por um "bem maior" quando conseguem tomar o poder.
A democracia tem-lhes permitido manifestar-se e levar a cabo acções de todos os tipos que nunca tolerariam a ninguém. Porque, para eles, a oposição às suas ideias está errada de forma absoluta. Porque eles são a encarnação do bem e da justiça.

Não acredito que sejam burros e não entendam isto. Acredito sim que ao ser inteligentes acreditam que a melhor forma de aceder ao poder é através da pressão ilegítima e da manipulação dos outros para atingir os seus fins.
Partidos com uma representação espúria na sociedade portuguesa têm acesso a um tempo mediático completamente desproporcional. Usam os media de forma a criar uma sensação de instabilidade generalizada imparável.
Mas são apenas gente com sede de poder. De um poder absoluto sem contestação e sem tolerância.

Não é por acaso que a sua faixa de simpatia se encontra em jovens, dados a radicalismos com uma necessidade de mudar o mundo, e entre pessoas mais desfavorecidas e incultas, facilmente doutrináveis.
Ou outros, poucos, consideram-se uma elite pensante. Uma vanguarda de um movimento de massas perfeitamente habilitada a orientar e decidir os destinos de todos.

Mas, meus caros, tenho uma notícia para vocês. A vossa representatividade é incipiente, mesmo numa altura em que se esperaria que pudessem capitalizar o descontentamento geral.
Infelizmente para vocês, estar descontente não significa apoiar a falta de liberdade e tolerância que os regimes que vos são caros sempre demonstraram. Não significa que os descontentes concordem com julgamentos populares, ocupações, propaganda falacciosa vomitada de forma constante.

Estar descontente não significa despojarmo-nos de ideais democráticos e defender a eliminação dos adversários. Estar descontente é apenas isso - estar descontente.

Talvez fosse altura de os partidos que tentam arrogar-se de ser representantes dos descontentes percebessem que afinal nunca poderão representar mais do que os seus simpatizantes. E esses, como sabemos, são uma minoria que tem a sorte de viver num regime democrático que os tolera e que lhes dá voz. Coisa que nunca fariam caso estivessem no poder.

Aldrabices socialistas

O ex-secretário de Estado do Tesouro do governo PS garantiu que Maria Luís Albuquerque, actual ministra das Finanças, teve acesso a “toda a informação” sobre os swaps subscritos por empresas públicas, aquando da transição de pastas em Junho de 2011.
Noticia o Público hoje.
Disto quase se poderia concluir que afinal o governo por inação ou outra razão qualquer teria deixado a situação chegar ao um ponto de catástrofe sem nada fazer.

Já tinhamos sabido que afinal a informação sobre os swaps foi na melhor das hipóteses ligeira. Não se pode dizer que "há swaps por aí". É preciso saber  detalhes bastante profundos para saber o que se passa com cada um dos contratos. As taxas, as maturidades e no caso de muitos dos que foram contratados pelas empresas públicas, as clausulas "especiais" que os transformam em verdadeiras bombas relógio.

Ora para este senhor a informação prestada sobre os swaps teria sido suficiente. Mas logo a seguir estranha-se este parágrafo
A audição que está agendada para esta terça-feira com o ex-secretário de Estado do Tesouro será importante para obter clarificações sobre este assunto. Carlos Costa Pina chegou a emitir um despacho em 2009 a ordenar a contratação criteriosa de swaps. Outro despacho foi emitido em Junho de 2011 a exigir às empresas públicas o envio de informação sobre os derivados à Direcção-Geral do Tesouro e Finanças e à Inspecção-Geral de Finanças, com o objectivo de estas duas entidades prepararem um relatório sobre os impactos dos contratos.
Este  é um perfeito exemplo da forma de funcionamento dos nossos irresponsáveis dirigentes. Note-se que o despacho de 2009 ordena a contratação criteriosa. Creio que este tipo de alertas nem deveria ser necessário, porque é assumido que devia ser criteriosa. Não só na análise das taxas de juro futuras (que podem descer em vez de subir) como também na não inclusão de clausulas especulativas que podem ser fortemente danosas.
Aparentemente o despacho de Costa Pina de 2009 foi ignorado.

Mas ele afirma que fez outro despacho em 2011 a perguntar (??) às empresas que tinham contratado swaps que informassem a DGTF e IGF para elaborar um relatório.

Ora se o despacho pede informação, como pode ele dizer que passou essa informação a esta secretária de Estado? Se pediu a informação será porque não a tinha. E como tal não a poderia ter passado.
Serei eu ou o que eu vejo aqui é o típico lavar de mãos tão característico nestes personagens?

Resta saber se estas entidades responderam ao seu despacho. Eu diria que não. E por duas razões:
1. Ele estava de saída e o mais provável é que quem o recebeu o ignorasse no meio da mudança de executivo
2. Este governo só soube de informação detalhada dos swaps alguns meses entrados no novo governo.

Assim este fulano chama mentirosa à secretária de Estado (mais do que óbvio) apenas porque fez um despacho a pedir informação que não tinha.
Isto para ele é informar...

E um tipo destes vai a uma comissão parlamentar e vai dizer isto com a maior desfaçatez do mundo, dizendo que fez o que lhe competia.

Eu diria que o que lhe competia era saber da situação e não fazer um despacho quando já está de saída ao qual ninguém vai ligar.
Quanto ao aviso à navegação do "façam os contratos de forma criteriosa" é no mínimo patético. Nem eles o fizeram de forma criteriosa nem ele sabia disso, aparentemente.
Provavelmente soube quando era tarde de mais.
Em resposta ao PÚBLICO, o ex-governante referiu que “o governo anterior tomou em tempo decisões que se impunham”, acrescentando que “a decisão de 2009 visou precisamente dar resposta (…) aos alertas recebidos”. Já em relação ao despacho de 2011, Costa Pina respondeu que o considerou “imprescindível atendendo precisamente à circunstância de terem ocorrido eleições antecipadas e com a preocupação de assegurar que o assunto ficaria bem encaminhado”.

O facto de se saber em 2011 (se é que se soube) não é de forma nenhuma desculpa para vir dizer agora que a culpa é do governo seguinte. Muito menos de pode dizer que um despacho é deixar o assunto encaminhado.

É como incendiar uma casa e depois por as culpas nos bombeiros porque não conseguiram apagar o fogo sem danos.
Mais uma típica cagada socialista. Gestores de três vinténs a brincar com o dinheiro dos cidadãos.
Não há ninguém que ponha um tipo destes no banco dos réus?

Por um lado aplicam-se multas ao ministro da economia e da agricultura por uma estrada para a qual acabou o dinheiro para construir. Por outro lado temos incontáveis casos de negligência e dolo na gestão dos dinheiros públicos na era `Sócrates que ficam impunes.

Alguém consegue entender isto?

Como fazer falhar uma negociação


Pelos vistos não há acordo.  Mas fui ler o que tinham as propostas do PS de tão divergente das dos outros dois partidos a ponto de não se conseguir chegar a um entendimento comum.
E depois de ler o breve documento fiquei boquiaberto. A primeira coisa que salta à vista é que parece um programa político. Sem sustentação, sem quantificação e dependendo de coisas que nem sequer estão na nossa esfera de decisão.
Algumas delas implicam a aceitação pelos orgãos europeus de alterações que nos fossem favoráveis. O peso que Portugal pode ter para exercer pressões a este nível é nulo.
Outras significam simplesmente um aumento de despesa. Aquilo que a troika impõe que nós cortemos. Mais exactamente 4.7 mil milhões.
Finalmente outras que facilmente se poderiam conciliar. Por exemplo um acordo no abaixamento do IVA da restauração. Não vejo porque não se faz um acordo para 2014 neste aspecto. E se calhar até se conseguiu acordo neste ponto, mas é claramente uma coisa menor perante as posições diametralmente opostas das 3 forças em negociação.
Mas o que está presente em quase tudo é esta ideia peregrina de que vamos sustentar todas estas trivialidades com dinheiro dos outros. Da Europa. O desemprego, a reabilitação, a dívida. Tudo. Tózero espera, que após 6 anos de governo assasino do PS em que enterrou o país que se seguiram a anos de Cavaco e Guterres em que se atirou fora o dinheiro da Europa, mais dinheiro da Europa.
Por solidariedade. Porque estamos fartos de pagar o que os camaradas dele estafaram.
Um líder assim devia ser corrido a pontapé pela avenida da Liberdade abaixo e ser afogado no Tejo. No meio das águas fétidas que tanto se assemelham com a porcaria que tem dentro da cabeça. Com clara vantagem para a água, claro está.
É indescritível o nível de burrice e de desfasamento da vida real que este parasita partidário demonstra.

Alguns dos pontos do documento do PS são um completo delírio. Ou talvez não. Talvez estivessem lá para que o acordo nunca se realizasse.
1.1.1. Parar com as políticas de austeridade
Parar com os cortes de 4,7 mil milhões de euros acordados entre o Governo e a troica na sétima avaliação, nomeadamente, parar com os despedimentos na função pública,com mais cortes nas pensões atuais, com a “contribuição de sustentabilidade do sistema de pensões” e com a redução de vencimentos.
Não deixa de ser interessante que se leve como proposta de acordo que a outra parte volte atrás num ponto conseguido noutro acordo. Mas isto não é o mais grave. Já esperávamos esta. O que vem a seguir é MUITO pior.
1.3. Sustentabilidade da dívida pública
O PS defende uma solução global e europeia para o problema das dívidas soberanas dos países da zona euro.
A parte da dívida soberana superior a 60% do PIB deve ser gerida ao nível europeu, assumindo cada país a responsabilidade pelo pagamento dos juros correspondentes. Esta solução baixava os juros a pagar e o défice orçamental.Sem prejuízo dessa solução mais global, em torno da constituição do denominado “Fundo de Redenção”, o nosso país deve defender a intervenção do Mecanismo Europeu de Estabilidade na proteção das emissões de dívida dos países da Zona do Euro com maiores dificuldades, em particular aqueles sob maior pressão dos mercados.
Por outro lado, afigura-se essencial a renegociação das maturidades dos empréstimos concedidos por credores oficiais, o diferimento do pagamento dos juros e a redução das taxas de juro, para garantir a sustentabilidade da dívida pública.
O nosso país deve solicitar o reembolso dos lucros do sistema de Bancos Centrais com SMP (Securities Market ́s Program), como já aconteceu com a Grécia. Calcula-se que o montante seja de cerca de 6 000 milhões de euros.
Aqui o PS espera conseguir com os outros dois partidos um acordo num ponto que não depende deles. Será que já acertou as agulhas com a Europa neste ponto? Ou será que isto não é mais do que má fé negocial? Ou será que está consciente da baixíssima probabilidade de isto ser aceite, agora que a Irlanda está prestes a terminar o seu plano de ajuda, restando só a Grécia e Portugal para convencer a "Europa"?
Isto nem é um ponto negocial. É um desejo semelhante ao que nós expressamos quando dizemos "quem me dera ganhar o Euro Milhões".
1.4.1. Investimento público e privado
Os fundos comunitários devem ser prioritariamente dirigidos para incentivo reembolsável.
A componente nacional dos fundos comunitários destinados ao investimento não deve contar para o défice.
Uma "alteraçãozinha" às regras de contabilização de despesa pública. Mais uma vez é caso para perguntar se tem o acordo prévio do Eurostat para fazer estas propostas delirantes. Isto parece como as brincadeiras dos putos "vá, esta agora não vale..."
1.4.7. Reabilitação urbana
Desenvolver programa de reabilitação urbana como prioridade para a eficiência energética, como forma de combater o desemprego e um défice estrutural da balança de bens. Tal passa, nomeadamente, pela otimização do fundo Jessica e outros recursos comunitários.
Quem é que explica a este atrasado mental que a reabilitação urbana não é uma iniciativa maioritariamente governamental? E que os privados não o vão fazer por excesso de oferta de habitação. E que combate é esse ao desemprego? Não sabendo a adesão à "reabilitação" é simplesmente impossível quantificar o impacto no emprego que isso pode ter. Como é previsível que o impacto na reabilitação seja marginal o mais provável é que o impacto no emprego seja marginal também. Esta é daquelas que toda a gente concorda porque é apenas para enchar chouriços e empurrar com a barriga.
1.4.10. Apoio à criação de um fundo de coesão da zona euro, através do Instrumento de Convergência e Competitividade.
Este instrumento deve funcionar como um fundo para os países da zona euro fazerem face a choques assimétricos e funcionará como um estabilizador automático, podendo também permitir dar apoio à competitividade.
Isto existe ou é mais uma daquelas coisas que Seguro pensa que consegue OBRIGAR a Europa a fazer? 

O documento com as propostas do PS é das piores coisas que pude ler até hoje. Parece um documento escrito por estagiários em estado de alienação.
Mostra bem a craveira profissional e intelectual das gentes que pululam nestes partidos. Alguém com um mínimo de brio profissional teria vergonha em aparecer numa negociação com este pedaço de papel que nem digno é de limpar aos fundilhos.

As propostas são tão fora da realidade e tão pouco sustentadas que sou levado a pensar que foi pensado para não ser aceite. E se não foi assim, então estamos perante gente com sérios problemas do domínio neurológico.
Seguro consegue transportar para o papel todo o vazio e toda a superficialidade que o caracteriza.

Eu vou guardar este PDF porque daqui a uns anos iremos ler isto e achar inacreditável o ponto em que chegamos. O tipo de pessoas que lidera os partidos e tem a ambição de Governar um país de 10 milhões de habitantes!!

Que asco

Hoje foi o debate da moção de censura no Parlamento.
Numa das intervenções, um senhor do PEV lá trouxe o argumentário do homem da rua.
Aquele tipo de afirmações espantosas que fazem os ignorantes e os que emprenham de ouvido. O que mais me surpreende é que ninguém responde de forma a mostrar até que ponto esta gente é manipuladora dos factos.
Diz ele que em 2011 o desemprego era de 11% e que agora era o que se via: No caso do BPN o governo o tinha vendido por 40 milhões e o comprador exigia agora 100 milhões de volta.

Não me espantava que um tipo já "carregado" com uma bejecas num café proferisse este tipo de afirmações. Mas ele é um deputado que não deveria fazer outra coisa senão lidar com estes números, certificar-se dos mesmos e pelo menos conseguir construir um discurso à volta de verdades.
Mas fá-lo à volta de rumores e imprecisões.

Na verdade o desemprego em 2011 foi 12.7. Não é por nada mas 1.7% é importante. Até porque agora discutem 0.1% como se mais uma hecatombe nos fosse servida pela mão do governo.

A outra afirmação é baseada em notícias ainda não confirmadas, mas que a ser verdade não surpreendem. Como estas pessoas não estão muito habituadas ao termo "passivo", convém acrescentar que quando o banco foi comprado a "preço de saldo" tinha um passivo monstro. E que o resultado disso é que o passivo tem de ser pago. O banco foi comprado assumindo o comprador o passivo. Provavelmente no acordo não constaria a verba que agora é pedida e ou isso se confirma contratualmente ou o accionista não leva nada. De todas as formas nem sequer ainda foi confirmado, quanto mais pago. Lá está o que eu digo... conversa de café.
Mas talvez o mais importante será saber o que são os Verdes. São um partido? São uma secção do PCP com o objectivo de conseguir por exemplo duas moções por legislatura? Alguém vota na heloísa e no outro tonto sabendo que eles nem são do PCP (isso dizem eles...)?

Não. Se os verdes tivessem a infeliz ideia de alguma vez ir a votos separadamente desapareciam como partido. Não é que existam hoje, porque de ecologia não vejo rigorosamente nada vindo daquelas pessoas. O que vejo são um par de comunistas disfarçados de verde. Gostava de saber as diferenças, se existirem, no programa dos Verdes e do PCP. Gostava mesmo de saber.

A outra intervenção foi de um tipinho do PS que afirmava que o deficit tinha piorado horrivelmente desde que o governo entrou em funções. Essa deixou-me de cara à banda.

Caso não se saiba o deficit em 2010 for de 9.9% tendo descido em 2011 para 4.4% e em 2012 a terminar com 6.4%.
Dificilmente se pode dizer que  a situação esteja pior hoje que em 2010. Mas adiantar-se e dar como garantido um deficit neste ano de mais de 10% porque esses eram os números a determinada data é não só desonesto como estúpido.
Mas como já não é o primeiro socialista a dizer isto não me admiro. Já ouvi António Costa e Seguro dizer o mesmo disparate mas nem um nem outro são figuras de grande craveira intelectual. E a acutilante imprensa nunca, mas mesmo nunca, lhes faz a pergunta sacramental : "mas ainda são números antes do fecho das contas anuais. Acha que o deficit vai ser esse no fim do ano?"

E já quase no fim, depois de todos os foguetes e chavões do costume a jornalista de serviço sai-se com esta frase: "e o governo repete sempre os mesmos argumentos..."

Bolas!!! Mas então que porra é esta? E a oposição o que tem feito desde há dois anos senão repetir as mesmas coisas com gradações mais ou menos diferentes? O que tem sido o discurso do PS senão uma repetição incessante de vulgaridades e generalidades?
O mais espantoso é que estes jornalistas, se questionados, jurariam a pés juntos a sua isenção e equidistância.
Não conseguem mesmo separar o profissional do pessoal. É incrível como deixam as suas simpatias políticas inquinar tudo o que dizem.
Percebo agora o chamado "estado de Graça" de Sócrates. Nenhum destes badamecos, fosse por medo ou por simpatia, se atrevia a questionar o que fosse vindo do PS. O PS conseguiu arruinar o país, criar um buraco digno de nota e só agora é que encontram motivos de critica num governo.

Nunca mais vou olhar para a comunicação social da mesma forma. Isso é garantido.

O neurónio solitário

O líder parlamentar do PS acusou hoje o PCP e o Partido Ecologista 'Os Verdes' (PEV) de serem "a muleta da direita". Carlos Zorrinho, que falava durante o debate da moção de censura ao Governo apresentada pelo PEV, justificou o voto favorável do PS apenas por uma questão de "coerência".
Segundo Zorrinho, a quinta moção de censura que este Governo enfrenta em apenas dois anos de mandato não é mais do que o argumento de que a maioria PSD/CDS precisa para convencer o Presidente da República a dar continuidade a este Executivo.
"Esta moção é um favor irrevogável a este Governo, que vai tentar aproveitar a formalidade desta votação para justificar a sua continuação junto do Presidente da Republica. Mais uma vez os senhores são a muleta da direita em Portugal. Triste figura", atirou Zorrinho para as bancadas do PCP e do PEV.
O líder parlamentar socialista, que insistiu em justificar o voto do seu partido a favor da moção, recordando que "censuramos o Governo há três meses e voltamos a censurar agora. Chama-se a isso coerência. Vamos manter a nossa posição".
Na resposta, Heloísa Apolónia recusou as acusações da bancada do PS e deixou a pergunta a Carlos Zorrinho: "Porque se está a meter no meio? Esta moção é para o Governo", disse perante os sorrisos saídos em alto e bom som das bancadas do PSD e do CDS. 
Se dúvidas houvesse acerca da dificuldade de agradar a Deus e ao diabo, estas declarações de Zorrinho são a todos os títulos o produto de uma mente conturbada e profundamente dividida.

Acusa o PEV e o PCP de serem a muleta da direita, ao mesmo tempo que vota favoravelmente a moção de censura proposta pelo PEV e negoceia com os partidos que fazem parte da coligação.

Para se ser malabarista é preciso talento. E Zorrinho não o tem. Seguro também não. A primeira constatação é que gente assim é incapaz de tomar decisões. Vão a todas e em todas se espalham de forma espectacular.

Mas o mais fantástico é como se podem reunir num conselho nacional e sair-se com uma estratégia destas. Isto é verdadeiramente "uma conspiração de estúpidos".

Como é que um país pode esperar medidas sensatas, realismo e um impulso renovador de gente deste calibre intelectual?

Nota: Estou a escrever isto no mesmo momento em que Seguro profere insanidades na SIC Notícias. Vazio, insuportavelmente pomposo e incapaz de defender as 3 posições que defende (todas antagónicas entre si).

Sede do PCP. Morada? Alguém tem?


O Estado português de novo condenado a pagar indemnizações a famílias que viram as suas propriedades expropriadas durante a Reforma Agrária em 1975.

Já lá vão 240 milhões com a brincadeira...

Alguém sabe a morada da sede do PCP para enviar a conta para lá? Parece-me da mais elementar justiça que este partido de desvairados e irresponsáveis pague pela porcaria que fez de forma abundante nos anos quentes da revolução.

Se juntassem a isto os prejuízos que causaram com anos de abandono de inúmeras propriedades depois de se terem aproveitado das colheitas por fazer, a conta deveria ser muito jeitosa. Maquinarias destruídas, propriedade roubada e vandalizada foi o que resultou deste belo período para o qual alguns olham com nostalgia.
É esta a beleza da revolução. Quando já não têm nada que roubar, ficam todos igualmente miseráveis.

240 milhões não é coisa pequena. Seria se comparado com a desgraça que um partido assim pode causar num país como o nosso.
Graças a Deus agora só conseguem mesmo é ter conversa. Porque em actos não me parece que estejam muito dispostos a demonstrar nada.
São bons a reivindicar e a exigir as coisas dos outros. A trabalhar... isso não...cansa para diabo.

Mas nem com a história aprendem. Mentes brilhantes que causam a sua própria destruição vezes e vezes sem conta. E mais do que espetar-se vezes sem conta, ainda querem levar todos com eles.

Dois mortais encarpados e um flic flac à rectaguarda

Apesar de já ter visto muito, o mundo da política consegue sempre surpreender-me.

Ao mesmo tempo que encetou negociações com o PSD e o CDS, o PS começou a negociar com o Bloco de Esquerda.
E tão rápido como começou, acabou.

O PS parece sofrer de múltipla personalidade. Ou então de um cinismo sem paralelo.
Senão vejamos:
Ao mesmo tempo que inicia negociações com os partidos do Governo diz que vai votar a moção de censura proposta pelos verdes (melancias, para os amigos).
É a maneira mais espalhafatosa de dizer que qualquer negociação com estes partidos é impossível. E só o faz porque insiste na questão das eleições que julga poder ganhar sem problemas.
Mas uma coisa é ganhar as eleições e a outra é poder governar com essa vitória.

O PS apercebeu-se que os números não chegam. E numa jogada de tacticismo bacoco decide negociar com os partidos à sua esquerda para viabilizar um eventual governo saído de eleições.

Mas o PS arrasta consigo uma cruz gigantesca. O facto de ter sido o grande responsável e o negociador principal do Memorando de Entendimento com a Troyka.
Nele se comprometeu a cumprir determinadas metas orçamentais e a implementar medidas de corte estrutural de despesa do Estado. Em bom rigor não se comprometeu. Fê-lo porque sabia que nunca poderia ganhar eleições, deixando assim a batata quente para quem quer que viesse a seguir.
Toda a estratégia do PS desde esse dia tem sido distanciar-se o mais possível das medidas implementadas pelo Governo e que foram negociadas por si próprio.
As desculpas foram incontáveis. O "ir além da Troyka", o "emprego e crescimento" por "decreto", a submissão à vontade alemã etc etc.
Na verdade o PS tentou sempre fingir que nada tinha a ver com o assunto. Mais recentemente imputou mesmo a responsabilidade do acordo ao PSD e CDS pelo chumbo do famigerado PEC IV.
Acordo esse que, caso tivesse sido aprovado, teria causado efeitos em grande medida semelhantes ao MoU mas com o detalhe de provavelmente já irmos no PEC 25 por esta altura.

O PCP e o Bloco enveredaram pela via mais fácil. A crítica pura e simples e a rejeição completa do acordo e da sua necessidade. O PCP, que de repente um partido que invoca coisas como o patriotismo e a soberania após anos a defender a situação de satélite de uma grande potência, chama ao acordo "pacto de agressão".
Não deixa muito boas perspectivas para uma negociação com o PS que todos sabem estar indelevelmente ligado ao acordo não o podendo renegar na sua totalidade. Assim se fecha a porta do PCP a qualquer negociação com o PS.
O que de certa forma não é mau. Seria complicado conciliar a visão de um partido que apesar de tudo aceita as regras do jogo democrático com um que apenas adere a essas regras por uma questão de sobrevivência. São disso exemplo declarações constantes de membros do PCP negando a legitimidade eleitoral deste governo ou indo ainda mais longe pela mão dos seus deputados e defendendo (um tal Tiago) uma espécie de selvajaria confiscatória e homicida relativamente à "direita". Talvez fosse bom alguém lembrar ao dito deputadozeco que numa altura em que a maioria era realmente de esquerda, o PCP levou uma desanda a nível nacional e que muitos dos bravos lutadores choravam como meninas quando viam as populações enraivecidas transformar a suas sedes em escombros. Saber a história é fortemente aconselhável, não vá o caso repetir-se e o PCP dar-se mal com a brincadeira.
Mexe nas propriedade de um homem e ganhas um inimigo, seja ele de que cor política for.

O Bloco vive contorcendo-se com as suas tendências e sensibilidades. Não sabe se é maoista, trotskista ou outra coisa qualquer. Funciona como uma tertúlia de revolucionários que se sentam a debater os temas mais estéreis sem nunca lançarem mãos à obra.
Num acordo com o Bloco que pastas poderiam ser dadas a um partido assim? A quem dentro do partido? Como é que um partido como o bloco poderia conciliar a sua visão do mundo com o PS?
É que nem consegue com o PCP e são basicamente farinha do mesmo saco.

O PS na sua tentativa de inclusão destes dois partidos num eventual acordo "patriótico" deu-se mal. Já devia saber melhor com quem está a lidar. Uns são a velha escola de néscios doutrinados, imóveis e incapazes de olhar o mundo com olhos diferentes dos anos 30.
Os outros, intelectuais pomposos, radicais e algo confusos totalmente incapazes de gerir as suas vidas. Um partido que apesar da situação consegue perder votos de cada vez que se apresenta a eleições.
Liderados por um senhor cansado e uma menina histérica. Quando um partido tem como líder alguém que só consegue apresentar como currículo de uma vida o ter sido uma actriz medíocre diz bem da qualidade do alinhamento. Que espécie de ideias brilhantes e realizáveis pode produzir alguém assim?

No meio disto tudo fica um impasse bem chato. Ou o PS faz um acordo com os partidos do Governo e isso seria a sua destruição, ou fica sozinho. Mas grave mesmo é que Cavaco não disse o que iria fazer numa situação destas. Não pode simplesmente ficar sem fazer nada. Se o primeiro ministro não se demite não pode dissolver a AR, porque segundo ele isso só deverá ocorrer em 2014. Logo não pode avançar com um governo de iniciativa presidencial.
Cavaco fica entalado. O fecho das calças apanhou o que não devia. E é bem doloroso.

Se o PS ficar de fora e este governo continuar, conseguindo colher alguns dos frutos do ajustamento que já foi feito, Cavaco terá muita dificuldade em justificar a dissolução da AR um ano antes do tempo previsto para o fim da legislatura.
Ter anunciado uma dissolução a prazo para forçar o PS a comprometer-se foi a totdos os títulos uma borrada notável.

Vamos lá ver o que sai daqui. Mas a minha previsão é a de que não sai nada.
Tudo como antes Quartel General em Abrantes

O afundanço de Portas e do CDS

Os meus vaticínios não andaram muito longe da verdade. (http://eumbloguedatreta.blogspot.com/2013/07/a-traicao.html).

Tinha previsto uma queda drástica na popularidade de Portas e do CDS. E de facto segundo o último barómetro.
Paulo Portas foi o líder que mais perdeu com a crise política no último mês. Os resultados do barómetro da Aximage para o Correio da Manhã, realizado entre segunda e quinta-feira da semana passada, revela que, numa escala de zero a vinte, avaliação feita a Paulo Portas passou de 8,8 em Junho para 4,7 em Julho.
A avaliar por alguns destes indicadores, Pedro Passos Coelho, pelo contrário, continua em terreno negativo, mas parece ter recuperado popularidade. A média passou de 3,9 para 5,5 ultrapassando Paulo Portas pela primeira vez desde, pelo menos, há um ano.

Em Julho, o PSD recuperou nas intenções de voto (quase cinco pontos percentuais, para 28%), enquanto o CDS caiu (3,6 pontos percentuais, para 5,8%). O PS tem uma percentagem mais alta de intenções de voto (que subiu 2,2 pontos, para 37,4%).

Ao longo do último mês, tanto a CDU como o Bloco de Esquerda registam quebras nas intenções de voto, para 10,5% e 6,7%, respectivamente.

O trabalho de campo para este barómetro, que se baseia numa amostrar de 603 entrevistas, foi feito entre os dias 8, segunda-feira, já depois da apresentação da nova composição do Governo (que teria Paulo Portas como vice-primeiro-ministro) e o dias 11, quinta-feira, já depois da declaração do Presidente da República, Cavaco Silva, ao País.
Fonte: Negócios Online
 É um espetanço e pêras. Portas afunda-se para último lugar. O país não lhe perdoa e nem perdoa ao CDS que tem uma queda para níveis abaixo do BE.
O curioso ºé que o PCP e o BE também caem. Será que as pessoas perceberam a inutilidade de tais partidos? Será que as pessoas perceberam que o que eles fazem não passa de conversa inconsequente?

Passos e o PSD por outro lado vêm uma subida que há muito não se verificava.

Mesmo com a pouca confiança que tenho nestes barómetros que parecem sempre enviesados para a esquerda, não há dúvida que o gesto teve consequências. E podem ser graves demais para o CDS. Irrecuperáveis antes das eleições sejam elas em que data forem.

O outro número que vou gostar de ver é o da popularidade de Cavaco com esta sua decisão ambigua e confusa.
As pessoas não lhe vão perdoar o prolongamento de uma crise por razões pouco claras. Parece que a única coisa que quis fazer foi uma pequena vingança em relação a Portas.
Mas para isso arrasta o país numa paz podre durante duas semanas. Pede o impossível a um PS que anseia por estar fora de tudo o que o comprometa.

Cavaco devi saber isto. E devia saber que isto se paga. Portas devia saber o mesmo. Ainda que pudesse ter saído reforçado no seio do governo seria um canto de cisne do CDS no qual muitos deixarão de votar enquanto tiver lideranças deste grau de irresponsabilidade.

O que Portas fez foi depositar o poder nas mãos do PS. Do mesmo partido que nos arruinou e que nos tem causado todas as dores do ajustamento.
Se isto não está presente na cabeça de um líder quando toma estas decisões, devia estar. Sob pena de deixar de ser líder. Esperemos até ao próximo congresso.