Reabilitando bandalhos

Quanto tempo é preciso para que um pulha deixe de ser percebido como tal?

Na opinião de alguns são 2 anos.

Perece ser essa a estratégia calculada para a reabilitação de Sócrates e do seu Governo.

Até Sócrates aparecer nenhum dos seus ministros tinha tido a falta de vergonha de aparecer. Tinham-se imposto recato, longe da vista de todos e fingindo que não queriam nada mais com a política.

Mas o bandalho mor reapareceu. E nem mais nem menos do que pela mão da televisão estatal.
Como comparação seria como se pusessem Isaltino a comentar sobre questões de justiça com o pretexto de que foi em tempos magistrado do MP.

Dois anos passados a fazer ninguém sabe muito bem o quê, Sócrates aparece com a sua agenda pessoal de vingança e sangue. E dispara sobre tudo o que mexe. Como um bom bandalho a sua primeira acção é assacar aos outros a culpa das suas asneiras.
Cometidas por pura falta de estatura para gerir um país aliada a uma incompetência quase natural e teimosia inédita.


Ele afinal era um santo. Que só queria o bem do país e "sabia" que a Troyka iria fazer muito mal a Portugal.
Como se o que ele fez não fosse a razão para a Troyka ser necessária para não morrermos à fome.

Depois aparece Teixeira dos Santos. O idiota útil do PS.
Que, tal como o seu mentor, tenta limpar-se duma imagem de completa incompetência e falta de vontade própria e acusa a gestão que o seguiu de ter cometido erros. Especialmente no caso dos swaps.
Enganará alguns. E para isso basta ler uns quantos comentários às notícias da sua reaparição.
Mas isso não admira, já que o discurso está desenhado para aqueles que tudo comentam sem nada saber. Os que eu chamo papagaios. Repetem chavões, conceitos incompreendidos e defendem-nos até à morte por uma crença de fé no partido em que votaram.
É como se a sua consciência ficasse apaziguada com a ideia de que aqueles que foram a sua escolha nunca fizeram nada de mal. Assumir que fizeram, seria assumir um erro de julgamento. E isso, como sabemos, é impossível. O Português nunca erra e tem sempre razão.

Exactamente como Sócrates, Teixeira criou uma "narrativa" e adoptou um outra inventada por Sócrates. Estas narrativas oscilam entre a mais completa mentira e a omissão de detalhes cirurgicamente escolhidos para deixar o mal entendido no ar.
E como ambos sabem o nível  absolutamente miserável dos entrevistadores que os confrontam sabem que a mensagem passará e nenhum daqueles indivíduos fará uma pergunta inteligente.

Como é possível que um jornalista entreviste Teixeira dos Santos e não se informe até à exaustão sobre o PEC IV e sobre swaps? Que espécie de trabalho de casa se pede a um jornalista?
Não o fazem por pura incompetência ou apenas porque não querem fazer perguntas difíceis aos seus entrevistados?

As duas principais pedras de toque do discurso de Teixeira dos Santos são puras mistificações.
O PEC IV não nos salvaria. Adiaria o inevitável uns meses até ao colapso final.
O PEC IV não seria o último. A julgar pela velocidade a que nos enfiaram pela garganta abaixo com os 3 anteriores, o IV seria apenas mais um episódio trimestral.
E parece que muito boa gente já esqueceu que a primeira redução dos salários na função pública nos foi servida por... Teixeira dos Santos

O caso dos swaps está de tal forma mal contado que se percebe que ele próprio quase nada sabia do que se passava nas empresas tuteladas pelo Estado. A sugestão de que teria falado nisso na reunião bastaria para transferir a responsabilidade para este Governo... de contratos realizados na sua gestão.

Como se tudo fosse uma coisa simples ou como se todos os contratos fossem iguais. Nem uma coisa nem outra. Mas isso Teixeira parecia não saber. Mas não se coibiu de lançar o tema numa entrevista em que o entrevistador não conseguiu pegar no tema para pelo menos por a nú a forma como gestores irresponsáveis de empresas públicas tinham conseguido abrir um rombo daquela dimensão.

Teixeira conseguiu a proeza de deixar realizar contratos de "casino" como forma de financiamento de empresas públicas. Que com a óbvia indigência intelectual dos seus gestores só podia resultar no que resultou.

Muita gente embarca neste branqueamento da história recente. A imprensa vai claramente na vanguarda desta corrente. De tal modo que se liga agora a ministra aos swaps como se ela fosse a responsável pelos mesmos. Depois de se saber que os que foram celebrados por ela na REFER não eram de todo tóxicos (plain vanilla swaps) e depois de ter sido ela a encetar negociações com os bancos que permitiram uma contenção de perdas importante.
Restou apenas o Santander Totta como o único banco que não quer abrir mão de uns milhões que o governo de Sócrates e toda a súcia de gestores de merda lhe atiraram para o colo. Seguir-se-à um processo judicial. E caso o Estado perca ainda será onerado por mais uns jurozitos de uns milhões. Que alguém irá rapidamente assacar a este governo e a esta ministra.

Assim se reabilitam bandalhos criminosos. Gente que num outro país e numa outra realidade teria vergonha de aparecer em público outra vez. Mas estão de tal forma habituados a enrolar o povão com spin que têm o atrevimento e a cara de pau para voltar às lides.

Ainda veremos esse filho da puta do Sócrates a ser candidato a PR ou a ser de novo líder do PS. Não há nada que as hostes socialistas gostem mais do que um tipo sem escrúpulos que os possa por de novo com a mão no pote. E nem um líder criminosamente incompetente os trava na sua ânsia acéfala por poder.