Se um tipo não está atento...

Um artigo no Negócios Online com o título "Afinal quem aumentou a despesa pública?" de Manuel Caldeira Cabral deixou-me perplexo.

Mas sou dado a acreditar em números, sobretudo se forem de uma fonte reputada como é o caso do Banco de Portugal.

E de facto, ao ler os números fica-se com a ideia de que os Governos do PSD puseram isto de pantanas. Talvez o tenham feito, ou pelo menos ajudado. O que não estava a perceber é como é que o fosso entre o desbaratar do PSD e a gestão "contida" do PS podia ser tão grande.


Quando se vê uma coisa destas realmente ó se pode concordar com o que está escrito.
Guterres e Sócrates são de facto dois governantes que conseguiram reduzir os deficits de forma sensível e controlar a despesa pública ao contrário do "louco" Cavaco Silva que os precedeu.
Ou será que aqui há gato?

Na verdade há. E não é pequeno.

Por outro lado temos um detalhe interessante e que isto omite. E é precisamente a raíz dos nossos males. A desorçamentação levada a cabo por Guterres foi massiva. Chutou para PPP's com pagamentos a começar mais de dez anos depois de sair do poder milhares de milhões de dinheiros públicos que caem agora nas contas da despesa pública. Ele safou-se com uns números simpáticos e Sócrates fez o mesmo. Agora quem vem a seguir leva pela medida grande. Acresce ainda o facto de muitos desses investimentos terem sido feitos à custa de dívida. Cujos juros vamos agora pagar.
Dizia o leitor que comentou e bem (em 2011)
E as PPP's ?

A verdade é que o artigo é de 2009 mas diz bem da máquina de propaganda  socratista. Seria curioso perguntar a este economista nos dias que correm o que acha deste artigo que escreveu completamente pejado de omissões. É caso para dizer que o mais importante que este artigo diz é o que não está escrito.
A manipulação mediática por alturas da 2º eleição de Sócrates centrava-se neste tipo de informação manipulada. E tão manipulada era que chegado a 2011 Sócrates não teve outro remédio que lançar a toalha.
Só agora percebemos que o oásis de que se arrogava de ter criado não passava dum charco fétido.

Este mesmo autor escreve em Agosto de 2012 um artigo intitulado "Cortes nas PPP com aumento de encargos futuros, não obrigado!" em que adverte para as poupanças que acabarão por sair mais caras.

É uma espécie de inverso de Paulo Campos de trás para a frente. O outro diz que poupou milhões mas pagamos mais. Este diz que pagamos mais se fizermos poupanças agora.

Notem bem que este homem ensina Economia na Universidade do Minho.
É preciso mais alguma evidência de que a academia está pejada de sabujos que se prestam a todo e qualquer "serviço"?

Note-se que Manuel Caldeira Cabral foi assessor de Teixeira dos Santos... Não só não é uma opinião isenta como é uma opinião bem "engajada".

Só não percebo como estas grandes mentes e espíritos livres conseguem por-se de quatro perante um 1º ministro que enterra alegremente o país sem haver por parte deles uma réstia de honorabilidade ou coragem
Ou então são tão incompetentes que não viram nada do que se poderia passar ao persistir na receita.

Esta gente dá aulas? E deixam que continuem?