PS, ou o esgoto a céu aberto

Francisco Assis nega ter sugerido carro de baixo custo para o líder parlamentar,
lê-se no Público.
Ou esta notícia é de declarações que eu não conheço, ou então é mais um brainfart do Público.
O que ele tinha dito era em traços gerais "qualquer dia ainda andamos de clio,..."

Lê-se depois na notícia que o que Assis nega é a compra de carros por parte do grupo parlamentar.
O líder da bancada socialista negou então que o Grupo Parlamentar do PS tenha comprado algum carro.

“O Grupo Parlamentar do PS tinha quatro viaturas em sistema de ´renting’, cujos contratos terminaram e foi necessário encontrar uma outra forma para voltar a ter quatro carros. Fizemos um aluguer de longa duração, que custa 3700 euros por mês”, disse.
Oh génio.... Se saisses às rua e falasses com pessoas "normais" que trabalham para poder comprar o carrinho e pagar a casa, saberias que existem várias modalidades para se poder ter um carro nos dias que correm. ALD, Renting, Crédito e pagamento a pronto.
A ideia delas todas é TER UM CARRO. Podes não o comprar mas vais pagá-lo de uma forma ou de outra.

O que está em causa não se compram o carro ou não o compram. O que está em causa é o gasto de 210 mil euros em carros, sejam lá em ALD, renting ou outra porra qualquer.

Ditaria a decência e o decoro que num momento em que o país está a passar pelo que está a passar, que os representantes políticos dessem algum exemplo. Um leve exemplo. Algo que levasse as pessoas a dizer que há alguma empatia ou alguma sinceridade nas palavras grandiloquentes da oposição.
O facto de haver um orçamento não quer dizer que se torre a massa toda. Ou pelo menos não deveria.

O que o episódio Zorrinho e o de Assis nos mostram é que são absolutamente indignos da posição que ocupam num momento de verdadeira crise nacional (como aliás quase todos os outros) e que quando não conseguem mentir, apesar de tentarem como Assis, são de tal forma apalermados que pensamos que espécie de trampas andamos nós a eleger em listas cuja composição nem conhecemos.

A fina flor do esgoto revela-se nestas pequenas coisas. E são de facto pequenas mas muito significativas. O problema é que esta fina flor foi cúmplice de coisas bem mais graves e de muito maior volume que estes "meros" 210 mil Euros.

E isso, estamos nós a começar a pagar... e continuaremos

Quanto ao Público, a coisa começa a ser má demais para se poder considerar aquilo um jornal. E isto quando os jornalistas não entraram ainda em greve.
Pensando bem... vá entrem de greve. Geral e permanente. Faziam um favor a toda a gente.