Contenção. O mesmo discurso lido duas vezes

O grau de ridículo a que este executivo está a chegar é algo de nunca visto.

O Ministro das Obras Públicas e o Secretário de Estado Paulo Campos repetiram o mesmo discurso no mesmo dia no  mesmo evento.

http://aeiou.expresso.pt/antonio-mendonca-repete-discurso-do-seu-secretario-de-estado=f616268

Impagável. Não só o discurso é uma verdadeira m**** pejada de lugares comuns e generalidades bacocas como é o mesmo.

As partes a bold são as partes que o ministro leu do discurso original.
O que acham disto comparado com a  tão falada tomada de posse do Governo de Santana Lopes com folhas trocadas do discurso e ministros surpreendidos com a pasta que iam ocupar?

Já nem se ralam em parecer competentes. É mesmo prá desgraça.

Discurso do secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, na sessão de abertura do segundo dia do 20º Congresso das Comunicações
 
"Exmo. Sr. Presidente da APDC , Exmo. Sr. Gestor do Programa Compete Minhas senhoras e meus senhores
Quero, em primeiro lugar, felicitar a APDC por mais este Congresso, que se assume cada vez mais como a referência anual de balanço do sector das TIC .
Este congresso irá proporcionar uma importante contribuição para que as empresas localizadas em Portugal, melhor entendam o cenário nacional e internacional das TIC e se posicionem na senda de transformação e do crescimento, acompanhando a grande evolução deste sector no mundo.
A revolução, que as TIC nos estão a oferecer, exige, na nossa opinião, da parte dos governos políticas integradas de desenvolvimento para a nova sociedade digital que estamos a construir e o governo português assume-se um grande entusiasta desta revolução e portanto acolherá com grande expectativa as conclusões e recomendações deste congresso.
Para dar o mote podemos desde já afirmar que consideramos que as profundas mudanças em curso no sector, assentam na substituição das antigas redes de Cobre por redes de Fibra Óptica, com capacidade de transmissão de banda larga e de interactividade. Estas Redes de Nova Geração criam um novo modelo de telecomunicações, que irá alterar, o modo de vida e trabalho das pessoas e o funcionamento das empresas e da economia.
A massificação destas redes, associada ao uso de computadores, telemóveis, televisões e outros terminais inteligentes, serão responsáveis pelo surgimento de um novo mundo, que se desenvolverá a um ritmo nunca antes verificado.Portugal vai estar no pelotão da frente desta revolução
Esta evolução tecnológica vai permitir mudar muito rapidamente o conceito de ensino, a prestação de serviços de saúde, a relação do Estado com o cidadão e mais importante que tudo, o funcionamento das nossas PME, que serão as verdadeiras bases da nossa economia
As politicas do sector constituem uma prioridade europeia, cumprindo-se a Estratégia de Lisboa e a nova Agenda Digital Europeia.Portugal tem sido um impulsionador de metas ambiciosas para a Europa no domínio da Economia Digital, tendo-se batido pelo reforço da capacidade tecnológica europeia nas TIC, como motor para o desenvolvimento de uma nova geração de PMEs.
É bom lembrar aqui hoje que a trajectória de sucesso que Portugal tem vindo a construir no sector das Telecomunicações e das Tecnologias da Informação, Comunicação e Electrónica (TICE) só foi possível porque em 2005 o Governo português lançou o Plano Tecnológico. Os resultados estão à vista
O sector das telecomunicações no nosso país é hoje um mercado liberalizado, competitivo e pujante. Esta pujança traduz-se em indicadores de excelência:
- Existem em Portugal 4 operadores a oferecer um serviço quadruple Play de grande qualidade
- A penetração de telefones móveis atinge os 150%, uma das mais elevadas do mundo.
- Portugal é o segundo no ranking da União Europeia em termos de penetração de banda larga móvel,
- Portugal foi dos primeiros países da Europa a ter cobertura nacional de banda larga e a sociedade e a economia estão a tirar grande partido desta situação
- Lideramos a implantação de redes de fibra óptica na Europa
- As receitas do sector das telecomunicações representam perto de 5% do PIB nacional, um dos rácios mais elevados a nível da União Europeia.
Também no domínio do acesso à Sociedade da Informação e Conhecimento os resultados falam por si:
- Somos líderes europeus na disponibilização de serviços públicos electrónicos aos cidadãos e às empresas,
- Temos o único programa no mundo - o programa e.escola - a disponibilizar a cada estudante e professor um computador portátil com acesso à Banda Larga e todas as escolas portuguesas estão ligadas em banda larga.
Deste projecto nasceu o ACE Example, cujo conjunto de agrupadas está especializado nas tecnologias de ensino, desenvolvendo soluções que vão dos próprios computadores Magalhães e quadros interactivos a hardware, software, comunicações, conteúdos digitais, soluções de energia e ambiente e segurança. Este ACE, será certamente um grande exportador nacional.Sabemos bem que a posição de liderança que hoje beneficiamos nestes indicadores só foi possível porque, com coragem e com ambição, traçámos uma estratégia e delineámos um plano de acção. Foi isso que nos permitiu chegar aqui. E aqui chegados, não nos resta outra opção senão continuar a aposta ganha, cada vez com mais coragem e com maior ambição.
Foi, por isso, que o governo lançou a Agenda Digital 2015. Trata-se de dar continuidade ao trabalho iniciado com o Plano Tecnológico, acrescentando agora novos desafios e novas metas focadas na economia digital.
A Agenda Digital 2015 concretiza cinco linhas prioritárias de acção:
- Em primeiro lugar estão as Redes de Nova Geração, pois queremos dotar o país de uma rede e serviços de nova Geração de telecomunicações de âmbito nacional;
- Segundo, Melhor Governação, pois ambicionamos garantir o acesso dos cidadãos e das empresas a melhores serviços públicos, consolidando a disponibilização de serviços on-line;
- Terceiro, Educação de Excelência, porque pretendemos criar plataformas que potenciem a utilização de ferramentas TIC em contexto de ensino e dinamizar o mercado de conteúdos no contexto do espaço de língua portuguesa.
- Saúde de Proximidade é a quarta linha prioritária, pois desejamos desenvolver e implementar plataformas inteligentes que optimizem a prestação dos cuidados de saúde a nível nacional,
- Por fim, temos a Mobilidade Inteligente e a optimização energética. As Redes de Nova Geração constituem a pedra angular de suporte á Agenda Digital 2015 e por isso até 2012, a sociedade portuguesa vai investir cerca de 2,5 mil milhões de euros no desenvolvimento de serviços de valor acrescentado e na criação duma infra-estrutura com cobertura nacional para oferta de aumento da largura de banda na interligação ao utilizador.
Cerca de 1100 milhões serão investidos pelos operadores em infra-estruturas de fibra instaladas no mercado, 600 milhões serão investidos pelos diversos agentes do mercado no desenvolvimento de serviços e conteúdos e 750 milhões em desenvolvimento e modernização de redes. O programa de redes rurais, único com comparticipação directa de fundos públicos mobilizará 200 milhões de Euros.Os nossos objectivos são claros:·
Queremos ter uma Rede fixa de Nova Geração com cobertura nacional até 2012;·
Uma Nova Geração de Redes Móveis até 2015; ·
Um conjunto de serviços para as PME suportados nas RNG até 2013.· Uma nova geração de serviços para TV, computadores e terminais móveis;
Em parceria com o mundo empresarial e com os representantes do mercado, estabelecemos a estratégia e a acção. Agora, com os recursos financeiros disponíveis, continuando a linha estratégica definida no QREN, apoiaremos os projectos alinhados com a estratégia definida. Com uma política de compras públicas contribuiremos para a existência de um mercado crítico aberto aos diversos actores.
Finalmente, com a nossa política de diplomacia económica, apoiaremos a internacionalização das empresas portuguesas. Do lado das empresas, sabemos que podemos contar com a sua articulação com as universidades e os centros de I&D, com a criação de redes de competência e cooperação multinacional, com a criação de produtos inovadores e com capacidade de produção em escala, dentro de um universo cada vez mais global.
Temos a ambição de até 2015 ter sediado em Portugal um conjunto de grupos empresariais do sector das TICE, funcionando em rede, com centenas de pequenas empresas ágeis e criativas, que sejam responsáveis por 10% do PIB nacional.
A mensagem com que gostaria de terminar é clara: o sector das TIC têm em Portugal um enorme potencial transformador e constitui um elemento chave da construção da nossa Economia Digital.
Estamos, por isso, certos que o nosso País tem a estratégia, a determinação e as competências necessárias para continuar a atingir metas ambiciosas definidas e será, seguramente, reconhecido internacionalmente, como um caso de referência no desenvolvimento das RNG e das TIC com a consequente capacidade industrial de produção de bens e serviços.
Convido-vos a partilhar este desafio, somos todos imprescindíveis. Muito obrigado.