LHC - A descoberta do bosão de Higgs e os efeitos colaterais

Ao início da tarde, em Genebra, os responsáveis por duas experiências que estão a decorrer no LHC, o gigantesco acelerador de partículas do Laboratório Europeu de Física das Partículas (CERN), apresentaram os seus mais recentes resultados na procura da famosa “partícula de Deus” – ou, mais cientificamente falando, do bosão de Higgs.

Ainda não foi desta vez que puderam anunciar ao mundo que o Higgs afinal existe mesmo, ao contrário do que os média internacionais vêm insinuando desde finais da semana passada. Algo que, no fundo, não foi uma surpresa, uma vez que no seu site, o CERN tinha há dias um comunicado que não deixava lugar para dúvidas: os resultados a ser apresentados não seriam conclusivos para afirmar a existência da partícula.

No entanto, e por mero acaso, foi descoberta uma nova partícula sub atómica que está a intrigar os cientistas.
"Estávamos com a nossa atenção virada para a descoberta do bosão de Higgs e nem nos apercebemos que como resultado das colisões aparecia algo de muito diferente", declarou Samuel Adams, chefe da equipa que analisa os resultados das colisões.
"É uma partícula estranha. Pelo seu comportamento decidimos chamá-la de administrão.
A primeira coisa que salta à vista é que está sempre rodeada de neutrões. E num dos resultados de uma colisão anterior aparecem vice-neutrões (candidatos a neutrões , mas que ainda não atingiram o grau de apatia suficiente)
O que nos fez olhar para os resultados foi o facto de nas diversas colisões ao longo do tempo, esta partícula parece ser cada vez mais lenta e torna-se mais pesada.
Ao mesmo tempo os neutrões e os vice neutrões que a rodeiam parecem ficar mais excitados energeticamente à medida que o administrão ganha massa.
Na altura da colisão, seguem trajectórias desordenadas a enorme velocidade afastando-se dele."
"A cada colisão parece tornar-se mais lento. Os neutrões e os vice-neutrões trocam constantemente de posição. Não percebemos estes resultados" afirmou Atari Asahi, membro da equipa internacional de investigadores.
A comunidade científica está confusa com estes resultados. Ao fim de várias décadas de pesquisa parece muito pouco provável que se descubra algo desta dimensão. A procura do bosão de Higgs tem norteado as pesquisas do cientistas nos últimos anos. Talvez por isso se tenha ignorado algo que é bastante mais visível do que o efémero bosão.
"Pela sua massa, o administrão já devia ter sido descoberto. Mas o facto é que a massa vai aumentando e tem aumentado duma forma não linear ao longo do tempo. É possível que nas nossas observações anteriores o administrão não fosse detectável."
A forma como os neutrões e os vice neutrões interagem com o administrão é bizarra. Mas mais bizarra é a forma excitada como se comportam as outras particulas que rodeiam o administrão.
"Parece ganhar massa à custa do que os rodeiam. Temos de olhar para esta partícula em maior detalhe, mas ela parece aumentar de massa à custa das outras.
Não se mexe muito, é lenta e de trajectória irregular. Salta de núcleo em núcleo mas só o abandona depois de drenar toda a energia.
Se tivesse que o qualificar chamar-lhe-ia uma particula parasita
Provavelmente o bosão de Higgs não aparece porque o administrão se encarregou de o fazer desaparecer", gracejou Samuel Adams.
"Não é plausível que uma partícula possa fazer desaparecer outras partículas. Não pode simplesmente criar o "nada"" rematou.
O que Gianni Peroni, porta-voz da experiência ATLAS, e Danniele Moretti, porta-voz da experiência CMS, explicaram, é que os avanços experimentais feitos nos últimos meses – e até nas últimas semanas – pelas respectivas equipas têm sido espectaculares. E que os detectores de partículas estão a funcionar tão bem, com um tal nível de sensibilidade, que permitem entrar agora numa fase em que os sinais que vierem a ser detectados no LHC em 2012 poderão finalmente fornecer mais pistas acerca desta descoberta fortuita mas enormemente significativa.
No entanto, a cientista não descartou nenhum desfecho: “Este excesso pode ser devido a uma flutuação, mas também poderá ser algo de mais interessante. Não podemos concluir nada nesta fase. Precisamos de mais estudos e de mais resultados.” Todavia, também afirmou que, “dado o excepcional desempenho do LHC este ano, (...) podemos esperar resolver o enigma em 2012".
Como em todas as áreas de conhecimento a especulação corre livre perante acontecimentos como estes.
"Será o administrão matéria negra (dark matter)? pergunta Estelle Artois.
Talvez nunca venhamos a saber, mas o facto é que o aumento de massa desta particula corresponde com grande exactidão aquilo que se verifica a uma escala enorme com os buracos negros. Pode ser  o elo de ligação entre o infinitamente pequeno e o infinitamente grande."
As consequências desta descoberta são impossíveis de antecipar.
"A existência do administrão é a prova definitiva contra a teoria do desenho inteligente (Intelligent Design).
Não há nada de inteligente no comportamento do administrão e da sua relação simbiótica com os neutrões, vice neutrões e as outras partículas envolvidas.
Ao olhar para estes resultados quase me atreveria a dizer que Deus não existe" rematou Samuel Adams rindo-se.
O LHC entrou em funcionamento em 2008 e a sua função é esmagar partículas subatómicas umas contra as outras a altíssimas velocidades, na esperança de que dessas colisões resulte a produção do bosões de Higgs.

Durante um largo período o LHC esteve parado para reparações e existe a crença entre muitos dos investigadores da equipa que esta partícula recém descoberta possa ter estado na raíz do problema do LHC.
"Perante estes resultados atrevo-me a dizer que existe uma relação entre esta partícula e a avaria do LHC em Setembro de 2008.
Parece-me plausível que esta partícula possa ser a responsável por um problema de milhões de Euros.
Algo assim não seria inédito e estávamos em 2008. Nessa altura ainda não estávamos atentos e não demos pela sua existência.
Talvez a sua primeira manifestação tenha sido precisamente esse problema" afirmou Stephan Grolsch, responsável pela instalação
 os brinquedos para crianças que até agora estavam a ser vendidos como sendo bosões de Higgs, aparecem agora à venda com o nome da nova partícula