A culpa é do Governo

Foi-se a fábrica da Nissan que iria produzir baterias para os seus carros eléctricos. Foram-se 200 postos de trabalho (mais exactamente 194) com esta desistência de última hora.

E a culpa é do Governo.
Não havia incentivos contratualizados, não havia nada mais que uma intenção da Nissan, materializada nas instalações da fábrica.

A Renault-Nissan fez uma reavaliação do investimento e chegou à conclusão que a capacidade de produção que tem chega para os veículos que irão produzir até 2016
A japonesa Nissan, justifica o porta-voz da fabricante, António Pereira-Joaquim, decidiu suspender a construção da fábrica depois de concluir que as outras quatro onde já são produzidos os mesmos componentes (em França, Reino Unido, EUA e Japão) bastam para o grupo “atingir um milhão e 500 mil veículos eléctricos vendidos até 2016”. “As quatro fábricas estão a ter níveis de eficiência muito elevados e a empresa preferiu as que estão próximas de centros de produção de veículos eléctricos”, explicou ao PÚBLICO.
Com esses dados em cima da mesa e com as obrigações que tinha para connosco, parece ter optado por não ir avante com o investimento. No mundo empresarial  é assim. Não iam abrir uma fábrica para ficar a trabalhar a longe da sua capacidade tendo de reduzir a produção noutras que garantem já essas necessidades.
Aparentemente não haveria compromissos com o Estado Português que não pudessem ser quebrados. De acordo com o Governo não havia qualquer obrigação contratualizada.
As instalações já parcialmente construídas não têm ainda destino definido. Dos 200 trabalhadores planeados estavam contratados 6 que serão colocados na estrutura da empresa. E foi assim a mudança de estratégia da Renault-Nissan.

Não é muito fácil evitar que isto aconteça. Mesmo em casos em que havia contrapartidas aconteceu nos tempos de Sócrates com alguma frequência. Lembram-se da Quimonda?
Ainda estou para saber se a postura de "dá cá de volta o dinheiro" deu algum resultado. Faz-se um barulho dos diabos, os trabalhadores perdem os seus postos de trabalho e depois tudo é silêncio.

Num caso em que nem há dinheiro para pedir de volta, acho que nem barulho vai haver. Porque não há por onde o fazer.

A não ser, claro está, vindo do PS, do PCP e do BE. Andam numa azáfama doida a pedir esclarecimento do Governo. E para quê? Para fazer o seu papel de "fogueteiros" para todos nós pensarmos que estavam muito empenhados em que isto fosse para a frente. Do que dá para ver nem o Governo de Sócrates se preocupou muito mais do que lançar a primeira pedra e fazer-se passar por um 1º ministro muito amigo do ambiente. Passado o momento mediático esqueceram-se de contratualizar a coisa ou nem estavam em posição de o fazer.

Agora Basílios e outros que tais berram como borregos porque a empresa se foi embora segundo eles  porque o Governo deixou de apostar na mobilidade eléctrica.
A Nissan, que tem como vice-presidente o português Carlos Tavares, rejeita que o projecto dos carros eléctricos “a nível global” esteja comprometido, assim como “não se pode dizer que haja alterações” quanto à aposta neste nicho no mercado português, sustenta o porta-voz do grupo.
Mais um banho demagógico da esquerda anti capitalista e perdulária. Mais um espalhafato que dentro de 6 meses já caiu no esquecimento.

Talvez fosse altura de aprenderem que quando uma empresa decide deslocalizar ou pura e simplesmente não se implantar, de pouco serve a berraria apalermada de partidos políticos. Mesmo com incentivos e fundos do Estado eles sabem muito bem quando chega a data de "expiração" e nunca dão ponto sem nó.
Talvez fosse altura da AR e dos seus deputados perceberam que a este nível empresarial há gente que faz o trabalho de casa com alguma competência, ao contrário da classe política que se fica sempre pela rama e por uma incompetência que é a sua imagem de marca.

Deputados : A group of assholes that hits rock bottom and keeps digging