Nem a propósito

Ainda ontem escrevia que que iríamos ter eleições no 2º trimestre de 2011.
Amigo João Proença, deixe de copiar este blog se faz favor. Ao menos uma vez na vida tenha ideias próprias.

Gosto também da forma como acha que se deve resolver o problema do país - Proença defendeu a adopção de políticas que “combatam a pobreza e o desemprego” e apontou o congelamento de pensões como “algo totalmente injustificado”. 

Francamente nunca me lembraria de propor medidas tão concretas e palpáveis. Mas quanto a ideias... nem um pio. Na bela tradição portuguesa de dizer aos outros para fazerem, é sempre bom isentarmo-nos da responsabilidade de avançar com ideias.

Existem inúmeras formas de fazer isto. Uma delas seria criar um regime de redução de IRC (como se faz com os bancos) para empresas que criassem postos de trabalho. Dessa forma aumentariam as contribuições sociais por via dos pagamentos à Segurança Social e retirando provavelmente gente da dependência do subsidio de desemprego, que é uma forma de retirar dinheiro à Segurança Social.

Essas pessoas passariam a descontar IRS e a consumir pagando impostos indirectos (IVA, ISP etc etc).

Levando este modelo a um limite poderia isentar-se um investidor estrangeiro de impostos por um período de tempo para atrair investimento estrangeiro e aumentar exportações. Nada que os brasileiros não estejam a propor.

Olhando para ideias como estas, mesmo num estado cru e pouco depurado poder-se-ia chegar a um modelo viável a atractivo para o investimento e de criação de riqueza. O que se perdia? Nada creio eu. Não fazendo nada é que se perde muito. Perde-se investimento, riqueza do país e competências desperdiçadas em gente que se arrasta pelo desemprego sem um futuro à vista.

Mas estes tacanhos preferem não ter empresas do que tê-las a criar emprego e gerar riqueza, ainda que tivessem de abrir mão de algum IRS ou um pagamento por conta.

É por isso que quando vejo economistas brilhantes a falar na televisão que não são capazes de apresentar uma ideia concreta, quiçá por medo de não terem lido uma coisa qualquer num manual de economia que corrobore a sua opinião, fico verdadeiramente assustado quanto à qualidade das cabeças que temos. Incapazes de pensar fora dos moldes habituais, incapazes de criarem ideias novas. Em suma incapazes. Bons para a cátedra, inúteis para o mundo real.

E já que falamos de inutilidade podemos então meter estes lideres sindicais e partidários no mesmo saco. A esquerda quer carga fiscal nos "abutres" (até eles voarem para outro lado) e acha que magicamente o dinheiro cresce nas árvores e que paga subsídios, salários de sindicalistas que nunca põem os pés nas empresas onde trabalham, aumentos substanciais todos os anos etc etc.

A direita... bem a direita não existe. Quando aquilo que chamamos direita chega ao poder deixa sempre ficar o garrote que a chamada esquerda criou sobre todos nós e ainda o aperta um bocadinho mais. É sempre a descer. E será assim, até ficar em Portugal só aquela gente sem formação, competência ou audácia para mudar de país.