The guy we love to hate

Sócrates...

Parece ser o que pensa Louçã.
Na sua cabeça distorcida, Louçã deve preferir odiar Sócrates a odiar outro qualquer.

Se não for assim como se explica que Louçã não vote favoravelmente uma moção de censura para evitar dar o poder à direita?

Será que Louçã duvida da capacidade catalisadora do PCP e do BE junto dos trabalhadores (e jovens, ou dos jovens trabalhadores desempregados... hum... se estão desempregados e são jovens e nunca tiveram um emprego, podem ser considerados trabalhadores?) ? Será que ele duvida que este dois partidos juntos consigam uma maioria absoluta?
A julgar pela amostra junta, duvida.

Se eu fosse do comité, ou da mesa ou secretária ou lá o que é aquilo que o BE tem, propunha desde já a exoneração de Louçã do cargo de MegaPapa da extrema esquerda. Despromovia-o a diácono e pespegava com ele no exílio em Rabo de Peixe. Falta de confiança no povo é coisa que não se pode admitir, sobretudo quando sabemos que os abstencionistas são TODOS do Bloco e que só não votam porque não são apologistas dessas "cenas burguesas" de gastar papel nos dias de eleições.

Isto vem de alguém que defende que o que o Governo tem feito é pior do que faz a "direita". Mas... a outra direita ele não vai ajudar.

Por esta lógica de ideias, Louçã esperará até a esquerda ficar em maioria de novo. Sem ele, porque a esquerda que tem alguma hipótese de chegar ao poder é o PS... de novo. Mas sem o PCP e sem ele. Sim, porque misturar um par de partidos de entre estes três seria como tentar misturar água e azeite. Nem o PCP suporta Louçã e o BE, nem o PS suporta nenhum dos dois... Que impasse. Vamos ganhar teias de aranha se ficarmos, como Louçã, à espera que desta crise saia uma vitória de esquerda.

Eu esperava jogadas tácticas por parte do PSD deixando o PS afundar-se ainda mais, mas confesso que não esperava que o paladino da coerência ideológica se saísse com esta.

Quase parece que quer lá Sócrates para continuar a dizer mal de tudo o que ele faz (e com razão, diga-se)

Só que com este gesto prefere sacrificar um país já na penúria a passar a decisão ao povo através do voto. Porque o voto é capaz de lhe ser pouco favorável. E vamos ser a terceira força política, e tal...

Uma aplauso de pé para este democrata que põe os interesses do país à frente de quaisquer outros.


Amigo Louçã, camarada, se é que o posso tratar assim, o voto da sua bancada de intelectuais com real experiência da vida (oops. académica) é mais ou menos irrelevante.

As surpresas que a vida nos traz!!! Até o PCP parece ser mais coerente com o que disse durante seis anos e com a abertura suficiente para deixar o povo expressar-se em eleições.

Arre bolas... estamos mesmo em crise.