As calamidades
O caso do temporal de sábado pela madrugada é um perfeito exemplo de que se não há nada de sumarento para choramingar, então inventa-se.
O caso mais extraordinário é o do "morto" causado pelo temporal na zona de Abrantes, "arrastado pelo vento e morto por um traumatismo craniano".
Acontece que o pobre senhor morreu no dia do temporal de ataque cardíaco. Não sei se não terá feito o traumatismo ao cair, ma a verdade é que a família ficou espantada quando soube que o morto que os media falam era o seu familiar. Morto por ataque cardíaco.
Só o JN publicou esta notícia. Todos os outros continuam a insistir no "morto arrastado pelo vento". O mesmo vento que deve ter feito sair os mirrados cérebros dos jornalistas pela orelhas.
Desde o dia da tempestade temos de tudo.
Uma jornalista na Nazaré a mostrar que havia areia na Marginal (segundo ela a marginal é a rua em frente ao mar) o que provava que o mar tinha ali chegado... Como se fosse preciso fazer prova. Como se fosse raro na Nazaré ter ondas de envergadura suficiente para chegar à Marginal.
Um bombeiro a queixar-se que andavam numa azáfama desgraçada e nem tinham tido tempo de comer... Quer-me parecer que se o homem quer comer alguém lhe deve dar uma sandes. Melhor será avisá-lo que os bombeiros são homens que actuam em situações de emergência. Se alguém não lhe descreveu a função e ele está desapontado, talvez seja melhor encontrar outra área de actividade...
O senhor das estufas da Póvoa de Varzim que ficou com tudo no chão e com as alfaces estragadas.
Pede que a ministra aja com rapidez. Provavelmente para retirar do dinheiro de todos alguma "ajuda", já que aparentemente o senhor desconhece a existência de seguros para estufas e seguros de colheitas e incêndios de colheitas.
Claro que fica mais barato não fazer seguro e ter depois "o governo" a dar o dinheiro de todos duma forma muito socialista. Já agora a fundo perdido, porque é impensável que as "vítimas" paguem alguma coisa.
Há certamente dramas por causa deste temporal. Mas muitos podiam ser mitigados se as pessoas assumissem as suas responsabilidades e se acautelassem. Fazendo seguros.
Mas esperam sempre que o estado resolva aquilo que eles decidiram não resolver.
Se de cada vez que aparecer um grupo com este tipo de conversa o Estado for ao fundo bolso do dinheiro do cidadão buscar alguma coisa para lhes dar, a carga fiscal que temos não vai chegar.
Se eu tenho um seguro de acidentes de trabalho para assegurar que se me acontecer alguma coisa eu não fico na miséria e a minha família também não, a obrigação desta gente que vive da agricultura é fazer exactamente o mesmo.
Se não o fizerem a responsabilidade é sua.