Se não tens nada inteligente para dizer, cala-te

Se neste país se seguisse este princípio, seríamos um país muito silencioso.

Desde o cidadão da rua até ao líder de um Partido, todos violam esta regra básica.

Mas as razões pelas quais isto acontece são bem diferentes. Na maioria dos casos é simplesmente porque quem fala é burro como um calhau. Outras vezes não o é mas fala baseado em informação deficiente.

Mais raros são os casos em que sabendo de um assunto se prefere escondê-lo por razões tácticas.

Creio que Seguro por vezes está na primeira categoria. Acredito nisto. O homem não é nenhum Einstein. Passou toda a sua vida a perceber que ser medíocre e falar de generalidades de forma superficial é suficiente para se chegar alto.

Na verdade basta agradar ao líder do momento, nunca dizer nada de verdadeiramente comprometedor e passar uma aura e uma pose de dignidade.

Talvez por isso, quando questionado, tem respostas típicas de um demente ou respostas tão vagas que não chegam a ser nada.

A cruzada pelo "emprego e crescimento" é um dos exemplos mais perfeitos de generalidades Segurianas.
Na sua forma simplista de ver a realidade basta falar nisto sem nunca concretizar uma medida que vise fomentar estas duas coisas. Assim de repente temos dum lado a triste realidade de um desemprego a crescer e uma economia a mirrar, fruto da crise e da forte retracção ao consumo e do outro a "solução" de Seguro. Como se porventura o que ele diz fosse de alguma forma uma solução.

Seguro é como Maria Antonieta. Não há pão? Que comam brioche...

Quando ele afirma que o Governo não explicou a necessidade de um corte de 4 mil milhões comete duas falhas fundamentais.
A primeira é assumir que os portugueses são estúpidos.
A segunda é mostrar que não percebe exactamente o que é o deficit (Deficit = Gasto do Estado - receita do Estado).
Sendo o resultado maior que 0, significa que ou se aumenta a receita ou se diminui o gasto. Essa diminuição do gasto cifra-se em 4 mil milhões.

O mais curioso é que no próprio MoU estava expressa uma redução dos gastos do Estado de vários milhares de milhões ao longo do processo de ajustamento. Mais uma vez Seguro finge que não é nada com ele.  Poderia ser distração. Mas não é... é apenas falta de seriedade e uma total falta de vergonha.

A coisa é tão básica que não haverá um português neste país, à excepção de Seguro que não saiba já a explicação para a necessidade dos cortes.
O que não parece perceber, é que se isto não for feito, dentro de 10 anos precisaremos de 40 mil milhões de euros para sustentar o deficit.
Mas devia perceber. Porque foi para financiar estes deficits que o seu camarada Sócrates contraiu dívida como se não houvesse amanhã.
Agravada, claro está por um aumento de gastos do Estado que foram desde a desorçamentação até ao mais absoluto desbarato de dinheiro em obras inúteis.

Mesmo depois disto, a solução de Seguro é "fazer um comboio de mercadorias de Sines a Madrid".

Ora acontece que o plano inicial não era este. Era fazer uma obra absurda sob a forma de um comboio de alta velocidade de Lisboa a Madrid que nunca iria competir em tempo e em preço. Em suma, mais um absurdo.
As suas certezas acerca dos caminhos para a solução valem tanto como as suas "soluções". São erráticas, superficiais e absolutamente infantis.
Foi Santos Pereira que lançou esta ideia da ligação ao Porto de Sines. Mas mesmo assim custa um disparate de dinheiro e é preciso que a EU aceite "desviar" o financiamento destinado ao TGV para esta obra. Nem nisto Seguro é original. Segue e repete uma das ideias deste ministro da Economia como se por acaso o país tivesse uma memória de peixe e não se lembrasse disto.


Fala de ser atractivo para o investimento estrangeiro. Mais uma vez como se bastasse falar nas coisas para elas aparecerem feitas. Chama Seguro a este wishfull thinking - vontade política.

Estivemos a viver com esta "vontade política" durante 6 anos de Sócrates. Bastava fazer o anúncio que tudo estava resolvido. às vezes até se fazia duas vezes. Bastava ser assertivo e confiante. E todo o jornalismo de merda que temos neste país ficava embevecido com o tom de um aldrabão e chamava-lhe carisma.

Seguro diz também que não pode prometer a redução de impostos sobre os rendimentos do trabalho. Se tinham esperanças de ver a grilheta fiscal abrandar com um governo desta incapaz, fiquem à espera. Qualquer governante debaixo de um plano de ajuda, governará com uma espada sobre o pescoço. Seguro juntaria isto a uma incapacidade genética para ser competente.

Ele é de tal forma irrelevante, mesmo para o PS, que quando se sentir o cheiro do "poder possível" no ar, será trucidado por gente corrupta e igualmente incapaz que abunda dentro do PS.

Seguro faz-me sempre lembrar aquele filme do Eddie Murphy em que vão à rua buscar um pedinte para tomar o lugar dum herdeiro rico que a dado ponto começa a julgar-se capaz de fazer o lugar.
Mas ao contrário do filme em que o pedinte acaba por vencer, Seguro vai voltar para o lugar de onde saiu.

Quando a oposição fala de um 1º ministro impreparado para os desafios que se nos põem quase me dá vontade de rir. E Seguro? E Semedo ou Jerónimo?
Haverá algum destes "líderes" que soubesse o que fazer com um país assim? Há alguma competência técnica nestas cabeças?
Não há. Tão simples como isso. Não há. Vão desde a mais básica incompetência de Seguro aos píncaros da alienação de Semedo e Jerónimo.

Mas se ao menos alguém dissesse a Seguro para só abrir a boca se tiver realmente alguma coisa relevante e inteligente para dizer, seria um gesto de caridade cristã.
E nós como país iríamos beneficiar muito com isso. Evitava-se esta tristeza de ouvir um burro vazio, morto por dentro e tão entusiasmante como um monte de entulho, a falar todos os dias.