Sócrates: apelo ao diálogo

Caro sr. António Pinto de Sousa


É com muita satisfação que constato o seu apelo ao diálogo.
Da mesma forma que o fez durante o seu primeiro governo nas questões estruturais e importantes para o futuro do país
Da mesma forma que mostrou a sua abertura para discutir com os professores o modelo e avaliação ou da forma como dialogou com a oposição e com os agentes da justiça a reforma tão necessária para que finalmente tudo pudesse ser resolvido.

Os resultados desse diálogo, no qual foi sempre prolífico, nasceu a obra de que hoje se pode orgulhar.
Não só a justiça melhorou consideravelmente como a educação se tornou num exemplo para qualquer país civilizado.


Aliás, os resultados da sua abertura ao diálogo tornaram estes últimos 6 anos num verdadeiro prazer para quem teve a sorte de poder viver neste país bafejado pela sorte de o ter como 1º ministro.

Não é fácil encontrar reunidas na mesma pessoa as características que o sr. demonstra em tanta abundância. E só por isso lhe agradeço. Hoje temos uma bitola pela qual avaliar todos os outros que vierem a seguir. O nível que atingiu perdurará muitos anos intocado.
E isso é uma coisa boa. Queremos sempre poder apontar o seu exemplo aos nossos filhos. O seu papel na formação dos jovens continuará mesmo depois de a sua carreira política chegar ao fim.

Todos sentimos de uma forma ou de outra a tolerância com que o seu governo e os seus correligionários lidaram com a diferença de opinião.


Não nos lembramos duma capacidade de diálogo igual à sua desde o 25 de Abril.
Quem entrava para uma negociação com um dos seus ministros sabia sempre o que levaria à saída.


A sua fantástica capacidade de diálogo foi levada ao extremo com o acordo para o Orçamento de Estado de 2010 em que o sentido de estado e o bem estar dos portugueses esteve sempre presente na sua mente.


Alguns, mal intencionados, poderão achar que não está a ser totalmente sincero.

Não o conhecem. Não sabem como tudo aquilo que diz é pensado. 


Desconhecem porventura que a sua capacidade de diálogo e de negociação vem dos tempos em que conseguia negociar aprovações expeditas na Câmara da Guarda, ou notas de cadeiras no tempo da faculdade.
Serão mal intencionados e mal informados com toda a certeza.


É por tudo isto que aplaudo o seu apelo ao consenso e que constato com grande alegria que António Costa anseia pelo mesmo. Há que evitar a instabilidade social provocada por aqueles que têm mau perder.
Nunca na minha vida adulta encontrei um grupo de pessoas reunidas à volta dum líder tão em consonância com os seus valores e com a mesma preocupação com objectivos comuns.


E por tudo isto gostaria de lhe deixar a minha gratidão e o meu sentimento pessoal acerca dos últimos 6 anos e da sua capacidade como líder dialogante.

Ficar-lhe-ia imensamente grato se pudesse levar para junto dos seus a minha mensagem sentida. Lembro-me de Santos Silva, Silva Pereira, Manuel Pinho, Maria de Lurdes Rodrigues, Alberto Costa, Rui Pereira, Francisco Assis, Alberto Martins, Jorge Lacão, Manuel Alegre, Almeida Santos, Maria de Belém, Edite Estrela, Ana Gomes e tantos outros que terão de ficar sem ser nomeados.

Mas dificilmente o consigo fazer com palavras. Por isso lhe deixo uma imagem singela que espero aceite com o fair play que caracteriza os grandes homens (já sabe, aqueles que dialogam e têm o dom do consenso)





Gostaria de me cruzar consigo um dia para lhe poder expressar pessoalmente e com toda a veemência os meus sentimentos mais profundos acerca do assunto.


Sem outro assunto de momento, despeço-me respeitosamente.