o Pol Pot do Minho

De todas as imbecilidades que li acerca da "taxação dos ricos" esta é talvez um dos maiores exercícios de desrespeito pela liberdade individual de que tenho memória.

Vi no Estado Sentido uma chamada de atenção para o texto em causa e depois do que li não podia deixar de escrever a minha opinião.

E é escrita nem mais nem menos do que por um Professor universitário. O grau académico de facto não é sinónimo de nada. Nem de inteligência nem de contenção nem de brilhantismo intelectual ou de decoro.
O artigo na integra está aqui mas achei por bem transcrever umas partes relevantes. A mente brilhante que se permite escrever tamanha trampa é um tal professor Cardoso Rosas.
Como Warren Buffet nunca se cansou de repetir, não taxar fortunas que se destinam a herdeiros que não as construíram é a coisa mais estúpida do mundo. Todos sabemos que a maior parte dos herdeiros gasta mal o dinheiro dos progenitores, em vez de o tornar socialmente útil. (Estou a pensar em casos muitos concretos, incluindo o da jovem herdeira de uma das maiores fortunas portuguesas que veio agora a público queixar-se de "perseguição aos ricos".)
Pois claro que nós sabemos que a maior parte dos herdeiros são uns devassos, desocupados e perdulários. Da mesma forma que sabemos que os professores universitários são uns inuteis pagos demasiadamente alto que desabafam as suas frustrações humilhando os alunos. Não produzem nada de relevante para a sociedade ao viver num mundo hermético incapaz de transpor o conhecimento para o mundo exterior.
(...) A razão é a seguinte: ao contrário do que acontece quando alguém constrói uma fortuna, ninguém tem qualquer mérito por ter nascido numa família rica. As circunstâncias sociais do nosso nascimento são, como se costuma dizer, "moralmente arbitrárias". Por isso os herdeiros não merecem a sua herança e, quando essa herança vai para além de um património razoável que é lícito que os pais queiram deixar aos filhos - por exemplo 500.000 euros, ou mesmo um milhão de euros -, então é da mais elementar justiça que esse património seja taxado.

Logo, pela ausência de mérito porque não retirar uma parte do espólio familiar a estas pessoas e dá-lo a outros que também não tiveram qualquer mérito na sua multiplicação. Mérito por mérito se calhar é melhor deixar aos criadores dessa riqueza a decisão de o dar a quem muito bem entendem. Digo eu...
Estamos a taxar herdeiros que não têm moralmente direito àquilo que herdaram e que, na maior parte dos casos, irão desbaratá-lo.
Este pequeno artigo é uma das maiores demonstrações de intrusão e tentativa de limitação das liberdades individuais de que tenho memória. O atrevimento em sugerir que podemos dizer ás pessoas o que devem fazer com o que têm é absolutamente nauseante.
De todo o argumentário "anti-rico" dificilmente se podia descer mais baixo.
Uma coisa é justiça fiscal outra é imbecilidade pura e simples. Quanto ao primeiro aspecto, seria bom que o capital e o trabalho tivessem cargas fiscais semelhantes.
Outra coisa bem diferente é procurar legitimidade para o confisco com argumentos acerca da forma como os receptores do dinheiro o vão gastar.

A liberdade tem destas coisas. Permite a alguém fazer uso dela para pretender limitar a dos outros.