A pouco e pouco chega-se lá
Até em minha casa já estavam a perder a fé. E eu sempre dizia que era melhor esperar porque para 2011 foi preciso deitar mão do que se pôde mas para 2012 havia tempo de começar a cortar na gordura.
E a cada dia que passa mais me convenço que essa é a estratégia deste Governo.
Cedo percebeu duas coisas:
Cortar na despesa supérflua do Estado não é tão simples como parece
Que mais vale fazer as coisas com alguma ponderação do que causar efeitos perversos com as medidas
A fusão de mais de uma centena e meia de organismos em 25 já diz bem do trabalho de análise que tem de ser feito. Verificar sobreposições, excessos, inutilidades, mas sobretudo preparar o que se sucede a essas extinções. No entretanto há muito caso de chefia intermédia que era preenchido por alguém das simpatias do PS, senão mesmo nomeações por puro nepotismo.
O problema é que mesmo a impaciência de gente do PSD como Marques Mendes não traz nada de bom a esta actuação prudente e gradual. Querem tudo e querem tudo já.
Mas só com esta pequena medida poupam-se 100 milhões por ano. Provavelmente mais, se tivermos em conta muitos dos abusos e despesas injustificadas que muitas destas entidades eram pródigas em fazer.
Se se conseguem poupar 100 milhões sem perder serviço prestado havia claramente muita coisa a mais. E de certeza que ainda há mais "fusões" destas para fazer. Seria de aproveitar a cessação de mandatos de muito lugar de chefia para pura e simplesmente acabar com eles.
Vai começar agora um censo às fundações. Há MILHARES delas que serviram apenas para ter vantagens fiscais completamente injustificadas. Declaravam-se de utilidade pública e começava o regabofe.
Só em impostos não cobrados a soma deve ser respeitável. Mas ainda há aquelas que "recebem" dinheiros públicos. Algumas delas só existem para receber dinheiros públicos e fugir a regras a que o Estado está obrigado quando precisa de fazer coisas como a contratação do Magalhães.
Isto vai acabar. Pelo menos nesta quantidade absurda. Para cada organismo destes havia chefias. Directores Gerais, Sub directores gerais, assessores, amigos, primos etc etc. Tudo pago com dinheiros públicos.
Já se calculava que era mais fácil cortar 5% aos funcionários públicos todos do que terminar pura e simplesmente com estas inutilidades. E Sócrates assim o fez.
Para 2012 o deficit tem de ser 4.5%. Talvez o timming destas extinções possa ajudar o deficit de 2012.
Mas agora falta uma prova de fogo - A Madeira. Se PPC não acabar com esta pouca vergonha que é o despesismo madeirense haverá muito boa gente que não lhe perdoa. E eu sou um deles.
Se exige a todos rigor e seriedade, chegou um bom momento para o provar com AJJ.