Meter a informação pelos olhos a dentro
Por tudo e por nada, desde o mais comum dos cidadãos até ao mais emérito dos políticos, se ouve este tipo de argumentação para demonizar este Governo.
Como se um dia o governo tivesse acordado e decidido que seria bom para um país tresloucado e afundado em consumo, provar as virtudes luteranas da contenção.
Quase parece que não precisávamos de rever a nossa forma gastadora de viver.
A prova de que precisávamos, e já há muitos anos, estão aí para todos verem. As famílias endividaram-se de forma absurda. Para lá do seu rendimento disponível e ainda para lá do seu rendimento eventual. Não se fazia poupança de forma generalizada. Vivia-se o dia a dia e empenhava-se o futuro pelas coisas mais fúteis.
Comprar um iPhone a crédito é um desses extraordinários exemplos...
O país por seu lado conseguiu ainda fazer pior. Meteu-se num buraco de tal forma gigantesco que atirou todo o país para uma contracção forçada que nos está a matar.
E contesto veementemente que a contracção seja a responsabilidade exclusiva deste governo. A responsabilidade está em quem deixou chegar a um ponto de não retorno que forçou, por imposição externa, a que esta contracção se efectuasse em 3 anos.
Fosse quem fosse, teria de adoptar medidas de poupança súbita e de aumento de receitas para fazer face à situação que se nos apresentava em Junho de 2011.
Dizem em cima deste chavão que o Governo não tem feito nada. Ou quando confrontados com o que tem feito, que não comunica.
Não sei o que as pessoas esperam da informação e da comunicação. Mas se esperam que lhes bata á porta alguém a explicar isto, então são dementes.
A informação está aí. Nos media. Pouco, é verdade, mas está aí.
E só alguém muito distraído é que pode dizer que não sabe das poupanças conseguidas ou que não sabe das medidas de redução de despesa que têm estado a acontecer. Mas para isso precisam de querer saber em vez de ficar à espera de uma versão convenientemente distorcida da realidade que lhes é servida de forma imediatista.
Os tais 4 mil milhões de cortes são mais um faceta dessa redução. Imposta pela troika e que visa colocar a despesa pública num patamar sustentável.
Mas depois dizem que não querem. Como se fosse possível ter uma austeridade do agrado de todos.
A austeridade não é do agrado de ninguém. Das pessoas, dos governantes e nem sequer dos credores. É apenas uma maldita forma de o país não colapsar. Coisa que o PS de Seguro e o barco dos loucos do PCP e do BE parecem querer negar.
Como é que uma família endividada e sem crédito pode esperar manter o mesmo nível de vida para pagar o crédito que não consegue?
É esta a proposta de Seguro. E como ele não é completamente imbecil, prefere dizer que vai aos credores e negoceia "outras regras". E assim milagrosamente pode continuar a ter a vida que sempre teve e lá "mais para a frente" tudo ficará magicamente resolvido.
Que tal como proposta de solução? Boa hein?
Do Bloco e do PCP nem vale a pena falar. Como a sua ideologia desgraçada só grassa no meio da miséria, quanto mais melhor, pensam eles. O estranho que apesar desta estratégia do facilitismo que o povão tanto gosta, eles perdem intenções de voto nas sondagens... Estranho. Estará o povo português a ficar esperto? Será que a informação que diz que não lhe "deram" até foi entrando na cabeça?
Não deixa de ser curioso que os mesmo que dizem que o Governo não fez nada são os mesmos que logo a seguir, num arremedo de realismo, dizem que o que o PS o PCP e o Bloco dizem é completamente irrealista. Então em que é que ficamos? O governo fez alguma coisa ou não?
É que tirando estes partidos só restam os verdes. E esses de verde não têm nada. No dia da verdade vão escolher quem? Um governo em branco? Não me parece.