Aldrabices socialistas

O ex-secretário de Estado do Tesouro do governo PS garantiu que Maria Luís Albuquerque, actual ministra das Finanças, teve acesso a “toda a informação” sobre os swaps subscritos por empresas públicas, aquando da transição de pastas em Junho de 2011.
Noticia o Público hoje.
Disto quase se poderia concluir que afinal o governo por inação ou outra razão qualquer teria deixado a situação chegar ao um ponto de catástrofe sem nada fazer.

Já tinhamos sabido que afinal a informação sobre os swaps foi na melhor das hipóteses ligeira. Não se pode dizer que "há swaps por aí". É preciso saber  detalhes bastante profundos para saber o que se passa com cada um dos contratos. As taxas, as maturidades e no caso de muitos dos que foram contratados pelas empresas públicas, as clausulas "especiais" que os transformam em verdadeiras bombas relógio.

Ora para este senhor a informação prestada sobre os swaps teria sido suficiente. Mas logo a seguir estranha-se este parágrafo
A audição que está agendada para esta terça-feira com o ex-secretário de Estado do Tesouro será importante para obter clarificações sobre este assunto. Carlos Costa Pina chegou a emitir um despacho em 2009 a ordenar a contratação criteriosa de swaps. Outro despacho foi emitido em Junho de 2011 a exigir às empresas públicas o envio de informação sobre os derivados à Direcção-Geral do Tesouro e Finanças e à Inspecção-Geral de Finanças, com o objectivo de estas duas entidades prepararem um relatório sobre os impactos dos contratos.
Este  é um perfeito exemplo da forma de funcionamento dos nossos irresponsáveis dirigentes. Note-se que o despacho de 2009 ordena a contratação criteriosa. Creio que este tipo de alertas nem deveria ser necessário, porque é assumido que devia ser criteriosa. Não só na análise das taxas de juro futuras (que podem descer em vez de subir) como também na não inclusão de clausulas especulativas que podem ser fortemente danosas.
Aparentemente o despacho de Costa Pina de 2009 foi ignorado.

Mas ele afirma que fez outro despacho em 2011 a perguntar (??) às empresas que tinham contratado swaps que informassem a DGTF e IGF para elaborar um relatório.

Ora se o despacho pede informação, como pode ele dizer que passou essa informação a esta secretária de Estado? Se pediu a informação será porque não a tinha. E como tal não a poderia ter passado.
Serei eu ou o que eu vejo aqui é o típico lavar de mãos tão característico nestes personagens?

Resta saber se estas entidades responderam ao seu despacho. Eu diria que não. E por duas razões:
1. Ele estava de saída e o mais provável é que quem o recebeu o ignorasse no meio da mudança de executivo
2. Este governo só soube de informação detalhada dos swaps alguns meses entrados no novo governo.

Assim este fulano chama mentirosa à secretária de Estado (mais do que óbvio) apenas porque fez um despacho a pedir informação que não tinha.
Isto para ele é informar...

E um tipo destes vai a uma comissão parlamentar e vai dizer isto com a maior desfaçatez do mundo, dizendo que fez o que lhe competia.

Eu diria que o que lhe competia era saber da situação e não fazer um despacho quando já está de saída ao qual ninguém vai ligar.
Quanto ao aviso à navegação do "façam os contratos de forma criteriosa" é no mínimo patético. Nem eles o fizeram de forma criteriosa nem ele sabia disso, aparentemente.
Provavelmente soube quando era tarde de mais.
Em resposta ao PÚBLICO, o ex-governante referiu que “o governo anterior tomou em tempo decisões que se impunham”, acrescentando que “a decisão de 2009 visou precisamente dar resposta (…) aos alertas recebidos”. Já em relação ao despacho de 2011, Costa Pina respondeu que o considerou “imprescindível atendendo precisamente à circunstância de terem ocorrido eleições antecipadas e com a preocupação de assegurar que o assunto ficaria bem encaminhado”.

O facto de se saber em 2011 (se é que se soube) não é de forma nenhuma desculpa para vir dizer agora que a culpa é do governo seguinte. Muito menos de pode dizer que um despacho é deixar o assunto encaminhado.

É como incendiar uma casa e depois por as culpas nos bombeiros porque não conseguiram apagar o fogo sem danos.
Mais uma típica cagada socialista. Gestores de três vinténs a brincar com o dinheiro dos cidadãos.
Não há ninguém que ponha um tipo destes no banco dos réus?

Por um lado aplicam-se multas ao ministro da economia e da agricultura por uma estrada para a qual acabou o dinheiro para construir. Por outro lado temos incontáveis casos de negligência e dolo na gestão dos dinheiros públicos na era `Sócrates que ficam impunes.

Alguém consegue entender isto?