A qualidade dos nosso deputados
Ao ver e ouvir esta gente na comissão parlamentar no caso dos swaps fica-se com a sensação de que temos uma classe política, em especial os deputados, de um nível absolutamente miserável.
É impressionante a forma como se comportam perante um caso que foi criado pela negligente e incompetente gestão de uma série de intervenientes.
O objectivo desta gente é por um lado de quase bajulação (PSD e CDS) e por outro de uma demente determinação em chamar mentirosa à ministra.
Nada lhes importa quem fez, o que fez e como fez.
Ana Drago, do fundo da sua mais que óbvia ignorância na matéria, entrou determinada a encostar a ministra à parede. Entre sorrisos jocosos e uma linha de interrogatório própria de uma imbecil, foi sendo encostada ela própria perante as respostas, a memória e o conhecimento técnico da ministra. Era uma guerra perdida. Ana Drago não está ao nível de ninguém que saiba um pouco do assunto de que se trata. Como a maior parte destas pobres amostras de gente, sabe um pouco de generalidades e é perita em agitação e desinformação.
Chegou ao ponto de trazer a questão dos cortes salariais e carga fiscal para uma comissão que pretende apurar de que forma a cadeia de incompetência e desleixo causou tamanho problema.
Insistia repetidamente que o governo nada tinha feito durante mais de um ano. Quando remetida para a consulta da documentação que comprovava as diligências que foram ocorrendo ao longo desse período ficou sem grande coisa para dizer.
De facto montar uma estratégia em cima de suposições tão pouco plausíveis é muitíssimo arriscado.
Ana Drago não faz a mínima ideia do que se foi passando na Secretaria de Estado. Ao saber do momento das conclusões, supõe como só um ignorante o pode fazer, que entre esses dois momentos no tempo nada se fez. Como se fosse possível encontrar uma solução de véspera.
Perdida, entra pela conversa panfeletária na esperança de que apareça na TV. É a única coisa que pode esperar. Esperava eu que ela pelo menos se documentasse um pouco sobre a matéria em discussão. Mas nem um pouco. Nada. Ignorância total.
1 a zero.
Falou depois um deputado com um ar sorumbático (creio que do PS) que pretendia da ministra respostas monossilábicas. De pouco lhe serviu quando chegou à parte da passagem de informação do antecessor. Começou a ficar claro que o antecessor pouco informou pela simples razão de nada saber.
2 a zero.
Finalmente um tal Paulo Sá. E já vi muito tolo. Mas este coloca o conceito de tolo a um nível totalmente novo.
A infantilidade da linha de interrogatório e as conclusões abusivas acerca das respostas só podem ser encontradas num qualquer julgamento estalinista.
Quando à pergunta sobre a passagem de informação a Vitor Gaspar que teria obtido do antecessor foi desmontada, Luis Sá ficou verdadeiramente perdido.
Fico mesmo espantado como é que um partido como o PCP pode ser tão desprovido de competência e qualidade no seu alinhamento.
3 a zero
E o homem é supostamente doutorado em física. Como é que a cegueira sectária pode transformar um indivíduo com formação cientifica num palerma que apenas balbucia disparates como um garoto de 5 anos? Não sei responder. Só sei que se tivesse de imaginar as habilitações dele pelo que ouvi, diria que não passava de um borgesso com um grau de ensino muito limitado. Mas afinal, para se ser do PCP é preciso um grau de cegueira considerável. Portanto tudo normal.
Dizendo a ministra que o antecessor não lhe tinha passado informação relevante na reunião dos dois, não haveria muito a transmitir a Vitor Gaspar, de facto. Mas até aqui este tolo Paulo Sá acabava sempre a dizer "a senhora mentiu".
A infantilidade das conclusões do deputado e a completa falta de respeito pelo objectivo da comissão ficaram bem patentes à medida que se foi cobrindo de ridículo. Isto para não falar da mais que óbvia falta de respeito pela pessoa a ser inquirida.
Nenhuma destas pessoas está preocupada em apurar a verdade.
O Bloco e o PCP estão ali para provar que a ministra mentiu. O PS está ali para provar que a culpa é deste governo e que a ministra mentiu.
Nenhum quer saber quem fez os contratos e quem se isentou de os controlar. Ninguém a não ser talvez os deputados do PSD e do CDS.
Não me lembro de nenhum caso em que esta gente tenha sido tão diligente em expor mentiras passadas. Com Sócrates no poder limitavam-se a tocar os assuntos pela rama e a perder-se em tricas menores. nenhum destes indivíduos se atreveu a colocar numa comissão um governante do PS e fazer este tipo de espectáculo deplorável.
E talvez o devesse fazer. Talvez devesse colocar todo o belo alinhamento de incompetentes e criminosos que pôs o país neste estado e apertar-lhes as canelas. Mas isso não serve os seus objectivos porque nada ganham em tentar desacreditar gente que já não está no Governo. À falta de melhor atiram-se a estes.
Felizmente que quando falam só conseguem cobrir-se de rídiculo.
Para que raio serve uma comissão assim com gente deste nível de qualidade e com este tipo de objectivos? A resposta é claramente: Nada. Uma pura perda de tempo.