Pequenos detalhes
Hoje, a seguir à notícia da demissão de Portas as televisões entraram em DEFCON 1.
Chamaram-se todos os comentadores para as televisões. Pudemos ver os ranhosos do costume. Adão e Silva, o careca imbecil, súcias, comunas e trotzkistas. Tudo.
Todos eles teciam considerações sobre a pouca informação disponível. Mas todos concordaram que o Governo tinha de se demitir e Cavaco tinha de convocar eleições antecipadas. Capucho, deliciado, até avançava com a data.
E por volta das 20:10 Passos falou. E duma penada todas as erecções de desvaneceram.
Mais uma vez eu sabia que Passos ia fazer aquilo. Eu sabia que ele não deixa cair o país nas mãos de Seguro. Aquele cuja fotografia está na enciclopédia a ilustrar a palavra "vácuo".
Foi muito peremptório na sua determinação em não deixar o país no pântano. Logo agora que o ciclo começa a dar sinais de inversão.
As falências diminuiram, a venda de carros aumentou, o desemprego desceu. O ciclo parece ter chegado ao ponto de inversão.
Após a sua curta declaração os painéis de comentadores estavam com cara de ter sido sodomizados a frio. Estupor e indignação. Adão e Silva afirmava que Passos estava louco e desligado da realidade, Marques Lopes proferia as inutilidades do costume.
Mais uma vez, não houve um único que conseguisse prever o que se ia passar. Todos expressaram o seu wishful thinking o que não deixa de ser mais uma prova de como os media estão infestados de lixo súcia e bloquista.
Jerónimo afirmava que Cavaco tinha de demitir o governo. Porquê? Não foi Sócrates nomeado 1º ministro de um governo que nem apoio parlamentar tinha? E não viveu 2 anos nessa podridão?
Não será plausível pensar que mesmo com o CDS fora da coligação seja possível estabelecer com ele acordos parlamentares?
Não deixa de ser curioso como todos os que estão de fora querem impor a sua visão a Passos Coelho. Baseados na sua sensibilidade, fézada ou crença de que para uma determinada situação há apenas uma resposta - a deles.
Pois Passos lixou-os em toda a linha. Fez o que nenhum deles esperava. Deixou Seguro a espumar da boca, Adão a proferir com raiva as suas habituais idiotices de cientista político.
Ainda terão palco para mais 2 ou 3 dias. Depois andarão a encolher os ombros e a dizer uns aos outros: "já viste? viste isto? como é possível?".
Aguentem-se rapazes. Gente com firmeza de convicções como Passos há poucos. Para quem o critica por ser impreparado e hesitante olhem bem para os túbaros do homem.
Não há memória de alguém assim desde há muitos anos. Temos sido regidos por um alinhamento de cobardes, ladrões e estrategas de vão de escada.
E quanto a Portas... ai Portas. Com o gesto de hoje muitos votantes no CDS não lhe perdoam a falta de sentido de estado de que sempre se arrogou. Por em causa um governo maioritário por uma birra com um nome ou por uma questão de "desrespeito" pela sua opinião é uma das maiores baixezas que alguma vez fez.
Ou se assume responsabilidade porque primeiro está o país ou então está melhor fora. Mas tentar dar o poder de mão beijada ao PS que ainda há 2 anos nos arruinou com a esperança de salvar alguma percentagem para poder voltar a ser governo é no mínimo absolutamente nojento.
O governo não se aguenta sem o CDS mas o CDS sem o governo não é nada. É uma relação de simbiose em que os dois precisam do outro para sobreviver.
Vai sendo altura que Portas se capacite que com a sua dimensão não pode passar a vida a chantagear um parceiro de coligação.
Uma coisa destas varre o CDS para o grupo dos indesejáveis. Para o grupo daqueles em que não se pode mesmo confiar.