Seguro não estava cá no fim do ano?
Logo depois deste negócio se falou na recondução de Mexia no cargo e foram publicamente conhecidos os nomes que irão ser propostos para os órgãos sociais.
Neles estão nomes ligados ao PSD e ao CDS. Mas, não nos esqueçamos, estes nomes são propostos e votados pelos accionistas dos quais o Estado já não faz parte.
Num processo de alheamento do passado recentíssimo A.J.S. vem manifestar "estranheza" por este facto. Como se fosse da assunto da sua competência ou da competência do Estado Português pronunciar-se sobre nomes propostos para órgãos sociais de uma empresa privada...
"Seguro diz que é preciso por fim a este tipo de situações"Estaria provavelmente a pensar em mais uma jogada a la BCP, possível apenas pela participação da CGD no capital do banco. Aqui a participação do Estado Português mesmo através da CGD é muitíssimo baixa (0.61%).
Os direitos de voto correspondentes são de 0.47% tornando assim quase impossível manipular na sombra aquilo que se passa na EDP. Com a Three Gorges como maior accionista, acabou o tempo de ter políticos de 2ª e 3ª linha como Seguro a ditar o que quer que seja dentro dos órgãos sociais da EDP.
Mas o hábito fica. E é de tal forma arreigado que gente como Seguro esquece-se completamente da situação e pronuncia-se acerca de quem manda e do que ganha na empresa.
Como se lhe competisse pronunciar-se, ele ou outros, acerca do que se passa nos órgãos sociais duma empresa privada!! Como se competisse a políticos incompetentes da sua laia ter uma palavra a dizer sobre quem gere ou não gere o dinheiro dos OUTROS accionistas.
É dum topete e duma presunção que só pode vir duma vida de péssimos hábitos e de completa promiscuidade e interferência nos assuntos da esfera privada. Das empresas e das pessoas.
Seria como ter Seguro a alvitrar palpites acerca da orientação política de altos dirigentes da Iberdrola, por acaso o 2º maior accionista da EDP.
Pasme-se!! Andei à procura de reacções do PCP e do Bloco e não consegui encontrar nada deste nível. Só uma alusão do Bloco à nomeação de Catroga. Mas de gente que ainda vive na era de Trotsky até nem é de admirar. Mas de Seguro? Do partido especialista em imiscuir-se sorrateiramente em tudo o que é empresa neste país? Do partido tentacular que tinha alguém como Vara na CGD e depois no BCP? Pelo menos sobre estes não paira a dúvida das habilitações como acontecia com Vara ou como com o Eng. Nem sequer são capachos como Teixeira dos Santos ou Constâncio. Será que são nomeados por terem provas dadas e um histórico de competência? São maçons? Os chineses são maçons?
Com este tipo de exemplos de incontinência verbal de políticos medíocres, saltam logo a terreiro os comentários estúpidos e os temperamentos inflamados e pouco ponderados de muitos portugueses.
Que, à falta de melhor explicação, me parecem quase exclusivamente movidos por uma inconfessável dor de cotovelo.
Os políticos estão muito preocupados com "poder" e com as vantagens económicas que ele traz. O povo duma maneira geral só está preocupado se eles ganham muito ou não. Como se o facto de estas pessoas ganharem menos melhorasse de alguma forma a sua situação. Sabem que não melhora, mas não suportam que os outros tenham o que têm.
Este foi terreno fértil a seguir ao 25 de Abril com a bandalheira generalizada que se lhe seguiu. Estamos hoje numa situação de quase ter vergonha de quanto ganhamos. Evita dizer-se, só para que um ranhoso ali ao lado não comece a pensar que ele deveria ser o que estava a ganhar o nosso salário reduzindo-nos a um salário mínimo. Notem bem que já li comentários de energúmenos a defender um salário nunca superior a 1000 Euros para um político. Creio bem que só teríamos merda ainda mais refinada na política com esse tipo de retribuição, ou então tipos verdadeiramente ricos em fim de carreira com vontade de se manter entretidos a governar estúpidos.
Gente como Seguro usa este tipo de sentimento (Sócrates usou-o magistralmente, se é que usar este tipo de sentimentos das pessoas pode ser encarado como uma "qualidade") para fazer vingar as suas agendas pessoais e políticas. São medíocres e gostam da mediocridade. São os tipos que gritam no meio da praça para que se persigam aqueles de quem não gostam.
São na verdade o fundo da escala ética e de honestidade. Seguro é ainda além disso o vazio de ideias e de capacidade. Uma verdadeira nulidade.
O Português médio é duma maneira geral um cretino embrutecido que fala do que não sabe e comenta o que não lhe compete.
É a corporização perfeita da "vizinha linguaruda" que vive do diz que disse e dos rumores, cujo Universo começa e acaba nas novelas e nos programas da manhã.
E para grande surpresa minha, mesmo gente de quem esperava ponderação, capacidade de argumentação e frieza de análise porta-se exactamente da mesma maneira. Estamos bem lixados.