Faça-se justiça
E há um par de dias assisti a um programa (não me lembro do nome) com o mesmo João Semedo e com Medina Carreira.
E devo dizer que fiquei impressionado com João Semedo e não houve um ponto de discordância entre mim e ele.
Isto só prova quanto a mim a máxima de que "cada um devia falar do que sabe". E não há dúvida que a especialidade de João Semedo é a saúde.
Porque é médico, porque tem anos de vivência no SNS etc etc.
Percebe as razões das coisas porque as viveu e consegue formular alternativas válidas para corrigir os problemas.
O seu lúcido diagnóstico acerca da produtividade nos blocos de cirurgia, as razões históricas para esse sub aproveitamento, o ridículo da contratação de recursos à hora em vez de contratação para os quadros do SNS, tudo isso foi manifestamente bom.
Não me custa reconhecer isto. Custa-me é que por razões políticas algumas destas pessoas se desviem da factualidade e usem estratégias de "debate" quando não dominam os assuntos.
Impressionou-me pela positiva e acredito que se fossem aplicadas algumas das sugestões as coisas mudariam de figura. Até no que diz respeito à rentabilidade das farmácias a sua proposta foi sensata e, imagine-se, a pensar na rentabilidade do negócio para os donos das farmácias.
E porquê? Porque João Semedo sabe que a farmácia é um negócio que desempenha um papel vital nos pontos mais recônditos do país. E só subsistirá se os seus donos puderem viver do seu negócio.
Quem me dera que as discussões sobre estas matérias fossem despojadas do habitual sectarismo político como o foram nesse programa.
Dou a mão à palmatória. João Semedo portou-se como um técnico conhecedor e não como um político sem soluções.