A segura irrelevância

Não há nenhum ângulo pelo qual António Seguro me pareça um personagem aceitável.

Ao mesmo tempo que parece uma massa informe e sempre pronta a adequar-se a qualquer situação, sai-se com indignações absurdas que partem de pressupostos completamente ridículos.

A TVI  apanhou uma conversa lateral entre Vitor Gaspar e o ministro das finanças Alemão, em que o segundo dizia que a Alemanha apoiaria Portugal numa eventual revisão das condições do plano de apoio. Mas isso apenas quando o assunto "Grécia" estivesse fechado.

Compreende-se. Fazê-lo agora seria abrir um precedente para o qual a Grécia iria apontar, mesmo que as duas situações sejam incomparáveis quer do ponto de vista do volume da ajuda quer do ponto de vista do cumprimento do acordo já celebrado.

Esta conversa lateral será seguramente igual a milhares delas que nunca são interceptadas por uma televisão. Será a partir delas que se fazem os acordos e se cimentam relações que mais tarde resultam em acordo entre estados. Não é nada de estranho e é normal chamar-se a isto diplomacia.

Na verdade não existe qualquer problema no teor da conversa. Antes pelo contrário. Se a Alemanha apoiar um alongamento de período, ou uma abaixamento das metas do deficit, ou um abaixamento das taxas de juro no seio do FEEF, isso só podem ser boas notícias para nós.
Tanto que o são que Vitor Gaspar fez o que qualquer pessoa preocupada com a situação faria. Agradeceu a manifestação de apoio e confiança do representante do executivo alemão.

Hoje ouço declarações de António José Seguro na TSF quase dando a entender que ele está zangado com a situação.
E está zangado porque :
  • Ele já tinha falado nessa necessidade
  • Essas coisas não podem ser discutidas em conversas privadas
  • O governo com isto estaria a "discutir" em segredo este alargamento e internamente a defender que não o iria pedir.
Em face disto eu diria que Seguro é triplamente parvo e triplamente incapaz.
Não foi só Seguro que defendeu o abrandamento das condições. Foram quase todos. E quase todos os que as aceitaram assinando um papel onde elas estavam expressas.
Como um bom socialista, Seguro acha que se deve assinar um acordo e mudar depois as regras a meio porque não lhe "convém" cumprir as condições que aceitou.
Isto é absolutamente evidente se nos lembrarmos da actuação do PS em toda e qualquer negociação enquanto estava no Governo.
Negociava de má fé nunca tencionando cumprir o acordo. Há abundantes exemplos dessa forma de estar. Seguro não foge à regra.

E Seguro até pode dizer que não foi ele que as aceitou. Pode até dizer que foi o arremedo de ser humano que era presidente do PS que o fez.
O que é triste é ter um 1º ministro de outro partido honrar um acordo em grande medida concebido por um rival político sabendo até que ponto isso o pode por debaixo de fogo, e do outro lado o sucessor do negociador principal do acordo numa constante choradeira a pedir adiamento, alteração, mudança etc etc de uma coisa com que concordou implicitamente por ser do partido do negociador principal.

A até podem dizer que Seguro não sabia do conteúdo do acordo à data da sua negociação. Não sabia à data nem o sabe agora. A quantidade de coisas que Seguro diz que não constam do acordo e que estão lá escarrapachadas preto no branco só me leva a pensar que ou Seguro fala de cor e nunca leu acordo nenhum, ou mais grave, leu e mente acerca do teor do acordo.


Em segundo lugar, a discussão desse alargamento não é uma conversa privada como uma qualquer conversa entre duas pessoas sem responsabilidades governativas. É uma conversa entre dois membros de dois governos implicados no processo. Caso Seguro na sua imbecilidade não tenha reparado, é assim que muitas das coisas começam a este nível de gestão nacional. E caso Seguro não tenha reparado não é suposto a oposição saber de todos os detalhes, conversas e discussões que têm lugar entre Governos. É a oposição, não é o Governo. Ele bem pode vir dizer as parvoíces do costume "se eu fosse primeiro ministro..." tentando dar-se a importância que ninguém lhe dá. Seguro é um incapaz e um tolinho útil.
Serve para ser achincalhado pela linha Socratista dentro do partido, até esta ter um digno sucessor do miserável desgraçado. Seguro encarrega-se incompetentemente da gestão corrente.

Pois meu caro Seguro, não é 1º ministro nem nunca vai ser. Por este caminho quando acabar de fazer as suas figurinhas imbecis, o PS irá substituí-lo por qualquer um que esteja á mão.

Em terceiro lugar, a conversa parece indiciar que foi a primeira vez que aconteceu. Gaspar não parecia estar a ouvir qualquer coisa que já tinha sido falado. Sendo assim, dificilmente se pode dizer que o Governo está a negociar em segredo.
E mesmo sabendo o que sabe, é de longe preferível manter uma linha de rumo que do ponto de vista alemão merece louvor e confiança. Se assim não fosse o ministro alemão nunca teria dito o que disse. E é importante manter a confiança dos alemães? Sim é. Seguro devia saber isso , já que o seu salário de deputado está a ser pago por eles desde há uns tempos para cá. Portanto, em vez de morder a mão que o alimenta, deveria ficar caladinho e agradecer a sorte de ainda haver alguém que empreste dinheiro a este país que ele e os seus camaradas arrastaram para o buraco mais profundo. Mas convenhamos que vergonha e inteligência não é coisa que abunde em Seguro.

Aparentemente a teoria de passos Coelho está certa. Primeiro cumprir para se ganhar confiança e só depois em face desse cumprimento pedir uma revisão das condições.
Passos Coelho e Vitor Gaspar conhecem bem melhor a forma de pensar dos alemães do que qualquer socialista ou comunista deste país.

Podemos até não gostar deles e chamar-lhes os nomes todos. Mas convém não esquecer que andamos há anos a viver da riqueza que eles produzem e que os salários de muitos milhares de portugueses são agora assegurados pelas poupanças dos alemães.
Em vez de fazer figura de caloteiros e maus pagadores mal agradecidos, parece que compensa fazer o contrário.

Quanto às declarações de Seguro sobre esta matéria elas são mais do mesmo. Vazio total, incapacidade de argumentação e uma tentativa de esconder o papel criminoso que o PS teve em todo este processo que estamos a viver.
E não é com o spin de Assis que afirma que as coisas ficaram piores por causa da crise política, que o PS se pode livrar do triste recorde que obteve.
Ficar a semanas de não ter dinheiro para salários na função pública deveria ser qualquer coisa de profundamente embaraçoso para qualquer um que ainda tivesse uma réstia de vergonha.
Parece não ser o caso desta corja cleptómana, incompetente e criminosa que abunda no PS "ministeriável". A trampa da trampa é no PS a sua cúpula dirigente.

Estas desgraçadas e incompetentes criaturas deveriam ponderar muito bem todas as palavras que proferem, sob pena de se estarem a criticar a eles próprios.