Que se lixe a Troyka (2)
Este foi mais ou menos o tom de todos os "directos" de todas as TV's por esta hora. A SIC notícias até mete umas imagens da outra mnifestação anti TSU para dat mais algum peso à coisa.
Já tinha sido mais ou menos óbvio o alinhamento dos jornalistas com quem protesta na manifestação anterior. Hoje, a julgar pelo nível destas intervenções atrevo-me a dizer que devem estar nas comissões organizadoras.
Tenha a manifestação uma grande adesão ou não, não cabe aos media tomar partido. Eles existem para relatar factos, recolher imagens e deixar que cada um forme a sua opinião.
Tornaram-se num mero veículo de propaganda sem objectividade e aparentemente sem qualquer pudor.
E voltando ainda à senhora que falou de manhã, toda agarrada aos "direitos constitucionais" não deixa de ser curioso que no fim passa por cima de um preceito constitucional com o à vontade de quem não faz nenhuma ideia do que está a dizer. Segundo ela, um governo que foi eleito democraticamente (palavras dela) tem de sair agora porque as pessoas mudaram de opinião.
Portanto, cenários como a perda de apoio parlamentar ou dissolução da AR estabelecidos na nossa constituição já não são de observar.
Com este tipo de abordagem da legalidade ou da realidade como é possível esta gente merecer sequer alguma credibilidade?
Bem vistas as coisas eles têm razão. A situação está péssima e pode ainda piorar. Mas em que é que um vazio de governo e a substituição por um liderado por um deficiente mental vai resolver os problemas criados em mais de 20 anos de desbarato?
Qual é a solução objectiva que permita a Portugal sair do buraco sem haver um sacrifício enorme?
Sabendo nós que a maioria do desemprego vem de sectores ligados à construção civil, com o efeito em cadeia que se espera, como acham possível reempregar toda esta gente numa economia que viveu de acrescentar margem a coisa nenhuma durante 20 anos?
Enquanto que os ideólogos da esquerda sabem isto perfeitamente, estes arregimentados do ódio e do desespero parecem passar por cima do mais básico. Vivem de sound bytes e não há uma proposta que soe a sério. Não há uma que sendo implementada não causasse ainda maior mal. Falir os bancos? Claro, o Estado depois paga do fundo de garantia a todos os depositantes. Se só paga 20 mil, quem tinha mais que isso é um fascista.
IVA da restauração? Com certeza. Só isto deve significar "metade" do desemprego. Suponho que esta virtuosa gente passe depois a ir aos restaurantes todos os dias.
Até tive o desprazer de ver uma reformada (bem jovem por sinal) a reclamar dos seus direitos, porque segundo ela descontou.
Pois minha senhora quem descontou fomos nós que ainda estamos no activo e a quem dizem que quando chegar a nossa vez não vai haver caroço. Mas com um elevado sentido de solidariedade para com os pensionistas futuros esta senhora está apenas ralada consigo. Ou outros que se ralem quando chegar a altura. Gostava de saber com que idade a enxuta senhora se reformou para saber quantos anos me calha trabalhar para sustentar a sua reforma. Aquela à qual ela tem um direito inalienável.
Aquela com que eu não vou poder contar, apesar de ter descontado pela medida grande para políticos, gestores públicos, excedentes da FP etc etc. Muitos daqueles que pouco passados os 50 estavam reformados com plenos direitos. Políticos medíocres com reforma após 8 anos, presidentes com reformas vitalícias, gestores com dezenas de milhares por mês por ter servido um ou dois anos numa empresa que ajudaram a arruinar.
Entre as propostas dignas de crianças da escola primária e outras dignas de uma ditadura maoista, os media comem, amplificam, reiteram e defendem este tipo de coisas EM TODOS os canais.
Até onde chegámos... Entre jornalistas e protestantes profissionais só me ocorre dizer uma coisa muito à maneira Nortenha: "Ora bão prá puta que os pariu"