Bolas, eu adoro mesmo os músicos portugueses
Comecemos pelo princípio.
Quem é este homem que foi vitima da música destes briosos autores portugueses?
Nos anos 70 era um revolucionário a atirar para o radical. Do tipo que acreditava em acção directa e fazer as coisas com armas de fogo.
No decurso desse périplo revolucionário fez em 1979 um assalto (quando pertencia aos Proletários Armados pelo Comunismo) do qual terá resultado a morte de um homem e ferimentos graves no seu filho de 13 anos que o tornaram paraplégico.
Fugido para França e para o México, depois de fugir da prisão, voltaria a França onde passou alguns anos até Chirac chegar ao poder em 2004. Fugiu então para o Brasil onde foi detido em 2007 ao abrigo dum mandato de captura internacional.
Entretanto Lula da Silva negou a sua extradição temendo que possa ser perseguido em Itália pela sua ideologia.
O Brasil já tem uma longa história de abrigar criminosos e homicidas. Um deles, Ronald Biggs que participou ao assalto do comboio Correio em 1963 do qual resultou um morto, fugiu também para o Brasil.
A policia inglesa foi atrás dele e prendeu-o. Foi impedida de o levar de volta a Inglaterra em 1974 porque a sua namorada Raimunda (era mesmo este o nome e era dançarina em casas de diversão nocturna) estava grávida e isso fazia com que fosse impossível a extradição.
E por lá ficou até que em 2001 resolveu voltar a Inglaterra de livre vontade. Há muito o dinheiro se tinha acabado e a saúde não era grande coisa. O sistema de saúde Inglês encarregou-se de o tratar de dois ataques do coração e alguns derrames aos quais se juntou uma pneumonia. Foi libertado em 2009 devido ao seu debilitado estado de saúde.
Este assalto foi imortalizado num filme em que o protagonista era nem mais nem menos que Phil Collins no papel de outro dos participantes no assalto a comboio.
E de toda esta história ressaltam dois aspectos importantes:
O Brasil tem uma certa tendência para ser o país preferido para todos os criminosos que não querem ser extraditados
Os "artistas" têm a tendência para se sentir atraídos por estes personagens.
Mas convenhamos que ser personagem num filme é de longe melhor do que ficar associado a uma música deste calibre.
Deve ser uma questão de proporção: Para um assaltante, um filme
Para um revolucionário dos PaP (Proletários Armados em Parvos pelos Comunismo) o castigo tem de ser muito maior. Já começaram por o castigar metendo nome dele nesta música abjecta.
Eles na verdade não estão solidários. estão é a tentar que o homem queira voltar de livre vontade a Itália só para que eles parem de cantar esta música. Maquiavélicos estes camaradas....
E nem o facto de ele ser ter reabilitado escrevendo 17 livros os dissuadiu.
O título da música é perturbador. Soa quase a ameaça. Hoje Battisti, amanhã tu.
É como se dissessem - Se cometeres um crime, como por exemplo matar uma pessoa e por outra numa cadeira de rodas, nós fazemos uma música com o teu nome OK?
Vê lá se atinas
Agora a sério.... Se estiverem a querer dizer que um homicida (seja por motivos políticos ou outros quaisquer) é comparável a qualquer cidadão que nunca cometeu um crime, então meus amigos, estamos conversados. A vossa solidariedade acaba (felizmente) com a vossa música.
Não me agrada que me comparem a revolucionários que lutam por uma ideologia que acha que é legítimo matar. Como tal, aquele "tu" não sou eu de certeza.
Dói-me que uma mão cheia de gente (que nesta música mostra muito pouco talento) se ponha a fazer músicas de solidariedade por gente assim e que não organizem um espectáculo de beneficência em prol e compatriotas que estão a passar necessidades no país deles.
Hipócritas sectários é coisa que não falta neste país. E este grupinho de miseráveis músicos e intérpretes parece fazer parte desse grupo de indivíduos que tudo desculpa aqueles com quem simpatiza (até homicídio) e nada tolera aos outros.
Este tipo de pessoas que vive no passado do Comunismo que acha que Hitler era um vilão e Estaline era um herói, causa-me náuseas. A sua versão revisionista da história e da realidade presente é nojenta.
Entre outros disparates, a letra, pespagada no meio duns ritmos de Bossa Nova, diz que quem manda no Brasil são os brasileiros. Estranha dualidade, se pensarmos que com Pinochet parece que quem mandava no Chile eram os espanhóis ou as instâncias internacionais. A proporção pode não ser a mesma (e não é) mas gostaria de saber a opinião deles relativamente a Lenine, Estaline, Beria, Castro, Honecker, Kim Il Sung, Kim Jong Il, Mao e outros heróis do imaginário comunista. Assim só para balizarmos a forma de pensar deste desinteressados músicos e a sua preocupação com os direitos humanos...
E para não se porem a pensar que eu sou da mesma estirpe (mas de sinal contrário), acho muito bem que prendam todos os homicidas por motivações políticas sejam eles de esquerda, sejam eles de direita.
São homicidas e ponto final. Um homicida não tem ideologia. É alguém que violou o mais sagrado dos direitos humanos - o direito à vida.
Julguem-nos e prendam-nos. Nada mais.