Estamos quase a ir votar
Cavaco Silva, o homem que aceitou dinheiro da comunidade Europeia em troca da destruição do sector primário em Portugal, clama agora por um Ministério do Mar. Apela aos agricultores que nos dêem alguma auto suficiência alimentar.
Curioso como em 20 anos se defende uma coisa e o seu contrário. Como se ajuda a criar um país de terciário e se pede agora a produção de bens transaccionáveis tendo sido em grande medida o obreiro da destruição do sector primário e secundário da economia.
Criou um país que viveu de acrescentar uma margem aos que os outros faziam de forma consciente e planeada.
Disse que a construção civil era a principal indústria do país (pelo seu efeito multiplicador) quando o efeito multiplicador foi aniquilado com a concorrência de países com uma produção com muito melhor preço e design.
Adoptou uma posição de subserviência ao aceitar reduções de quotas pesqueiras e agrícolas.
Apesar de nos ter dado um forte sector financeiro, também nos deu a noção de que isso era a única coisa que interessava. Isso era importante para financiar as casas que todos os portugueses precisavam de comprar.
Essa loucura imobiliária destruiu os centros das cidades descaracterizou a paisagem e deixou as câmaras municipais (curtas de vistas) a esfregar as mãos de contentes com as contribuições. Mas agora vêm-se a braços com a desertificação dos centros, das casas devolutas e degradadas e ajudou ainda mais a destruir o mercado do arrendamento.
E depois em tom grave e sério adverte as pessoas para os problemas do sobre endividamento das famílias e do próprio país?
Será que quero um presidente com uma memória mais curta que a minha?
Será que a presidência é sequer relevante?
Poderia ser. Se não tivéssemos um presidente que se sentisse tão superior e apartidário ao ponto de ter medo de tomar decisões de acordo com a sua consciência. Ao menos Sampaio ajudou o partido pondo fora um governo que visto hoje era infinitamente menos incompetente que os de Sócrates. Ao menos Sampaio não se apoquentou com as criticas. E na verdade não as houve em grande volume.
Cavaco, imóvel, exercendo uma magistratura de influência (ou lá o raio que é aquilo que ele faz) nada faz. Nem sequer influência. Sócrates está-se literalmente nas tintas para ele. O PS com a sua maioria absoluta fez gato sapato de princípios éticos e do estado de direito como quis. Cavaco discursava. Mandava recados, diziam os comentadores. Diria eu que isso é um comportamento típico dos cobardes. E cobardia em assumir as suas responsabilidades foi o que Cavaco demonstrou até à exaustão.
Como sugestão para Cavaco deixaria uma ideia - vá com os seus recados e discursos para o raio que o parta. Actue, porra!
Alegre não se encontra. Não sabe se é de esquerda se é um burguês diletante. Não sabe como há-de explicar o apoio entusiástico a quem o derrotou nas eleições para o partido e o seu apoio acéfalo a todas as tropelias que o PS fez com a maioria absoluta.
É este Alegre que fala do Estado Social? Só se for Social para "ele". É que os pagadores de impostos com o fruto do seu trabalho já há muito tempo que sabem que não há estado Social.
Na cabeça de polpa de Alegre alguém que ganhe mais de 1500 Euros por mês já não deve ter direito a nada que o Estado Social tenha para dar. Ele TEM de acreditar nisto. Afinal sempre votou alinhado com o conceito de "rico" que o manipulador de marionetes socialistas tem.
Agora veste a capa de protector dos desfavorecidos, enche-se de prosa de Coimbra e vai travar o combate pela democracia. A democracia que o sustentou durante 36 anos e que deixou de existir para os cidadãos que o elegem numa lista de um circulo eleitoral qualquer.
Poderia quase pensar que Alegre tem Alzheimer. Esquece-se. De quem é, de quem foi, do que fez e até de que dinheiro recebeu e para quê.
Não passa dum mistificador com arremedos de revolucionário. Produto de uma época passada.
E mesmo que não tivesse defeito nenhum, só o facto de se aliar ao inenarrável Louçã já seria razão suficiente para nem sequer o considerar. Infelizmente esse não é o único defeito que tem. Ainda há memória e gente como Alegre é especialmente repugnante. A sede de ribalta, o ego e a incapacidade de perceber a falta de coerência que mostra, são razões mais que sobradas para nunca ser uma escolha.
O Sr. do PCP ainda está algures em Estalingrado e cantar a Internacional. É a única conclusão a que posso chegar quando o ouço dizer que é o candidato em melhores condições para disputar a segunda volta com Cavaco.... (???)
Este está tão louco como os generais que achavam que cargas de infantaria a pé nas planicies de França durante a 1ª Guerra iriam assegurar a vitória.
Em 1º lugar sr. Lopes, não vai haver segunda volta. Em 2º lugar sr. Lopes a sua candidatura decrépita vai ter uma votação que não chega aos 2 digitos. Diga não à drogas. Não lhe estão a fazer bem nenhum.
Defensor Moura nem parece ser relevante no Norte onde foi presidente de Câmara. Com a história do "dou-lhe dois dias para se explicar" parece claramente dar-se mais importância do que o povo português lhe dá. E agora pergunto eu: E se Cavaco se estiver a c**** para si como tudo parece indicar? O que faz? Vai a casa dele e bate-lhe? Tenha juizo homem! Saia da reforma e volte a exercer como médico e tente não matar ninguém. Do ponto de vista de ideais políticos até eu tenho mais coerência do que você e não sou político profissional. Nem político sou.
Tenho de confessar que Nobre é o único que me merece o reconhecimento de ser um Homem. Sempre primou pela sua entrega aos outros. Sempre foi perseverante e sempre atingiu objectivos quase impossíveis. Infelizmente não tem o dom da palavra nem está habituado às tricas palacianas e às formalidades da política. Mas ainda assim não posso deixar de lhe reconhecer aquilo que nenhum dos outros tem - Espírito de serviço e capacidade de sacrifício. É o único em quem ponderaria votar.
Claro que os comentadores têm analisado todo este processo eleitoral exaustivamente.
Desde as platinas trabalhadas das Purdeys até à gravitas de cavaco (esta é de um comentador que ouvi na TSF que em dois dias usou a mesma palavra em latim para dar mais peso à sua enorme sapiência e gravtitas comunicacional. Para ele gostaria de deixar esta frase - ne supra crepidam sutor iudicaret ) até a um Marcelo que ainda acredita que a politica é matemática com as suas relações causa efeito de um rigor estonteante e que falham quase sempre (mas se não falham é porque são verdades de La Palisse ou porque ele depois dá o spin contrário à coisa).
Não é por acaso que como líder partidário Marcelo foi uma nulidade. Talvez se pusesse com os seus excessos analíticos a tentar perceber um partido que apenas queria poder e dinheiro (e quanto mais melhor).
Toda esta campanha é fastidiosa, vazia e inútil. Todos estes comentaristas sobressaem pelo comentário bacoco, inútil e tão desviado da realidade e do fundamental como os próprios candidatos.
Com este cenário como é que eu escolho um? O menos mau?