Os vícios e falta de credibilidade
Sócrates pode de facto ser muito convincente, mas apenas quando não encontra do outro lado um mínimo de réplica. E se isso é possível com a complacência dos media que dão voz a todas as acções de propaganda deste 1º Ministro, o mesmo já não acontece quando está frente a frente com outro político.
Portas pode ser tudo menos uma coisa - burro. Prepara-se e estuda o adversário. E convenhamos que para este discurso incongruente de Sócrates um pouco de preparação pode ser devastadora.
Sócrates por outro lado parece um viciado no jogo. Incapaz de resistir arruína-se e arruína os outros pedindo-lhes dinheiro emprestado. Quando finalmente alguém se recusa, culpa-o pelos ganhos que não vai conseguir porque não lhe emprestam dinheiro.
É este o papel de Sócrates. O de um viciado que afirma que desta vez é que era. E que são os outros que o impedem de o demonstrar.
Numa situação em que este discurso é feito frente a alguém minimamente inteligente na argumentação, desmorona-se e não evita parecer agastado e de certa forma surpreendido por ver a sua estratégia ir por água abaixo.
O caso que me chamou a atenção foi a questão do congelamento das pensões mais baixas proposta no PEC IV e que Sócrates afirma não ter acontecido.
Num gesto muito confiante entregou a Portas uma cópia da proposta em que esse "não" congelamento estava expresso.
Mas mediu mal. Portas tinha não só os vários documentos com a "evolução" da proposta, como tinha sido ele próprio a apontar essa injustiça no Parlamento.
Foi após esse debate que Sócrates veio afirmar que isso não aconteceria e para tal o documento foi corrigido pela metade. Ainda deixaram as contas da "poupança" no documento como se o congelamento do indexante se verificasse.
A marcha atrás que o governo fez para usar o argumento de que estava aberto à negociação foi feita precipitadamente e com imensas pontas soltas.
Pontas essas que Portas trazia documentadas e assinaladas a marcador amarelo.
Pela primeira vez vi alguém replicar na cara deste mentiroso manipulador. A sua tentativa de passar um documento tentando fazer esquecer a cronologia dos acontecimentos é apenas mais uma prova da desonestidade a que se pode chegar. Não é que nós não soubéssemos já. Afinal são 6 anos de mentiras.
Sócrates não passa dum viciado que tenta culpar todos à sua volta da sua desgraça, passando uma esponja sobre um período considerável em que podia ter feito bem e fez mal. Apenas se preocupou com propaganda e muito pouco com as consequências.
Esta falta de estatura ética é notada não só cá. É notada fora. Infelizmente ainda há muitos que ou não percebem ou pura e simplesmente não querem perceber.
É muito típico dos portugueses preferir ficar com um mal conhecido do que optar por algo que não conhecem.
De uma coisa estou seguro: Não há forma de fazer pior. Venha quem vier (menos Sócrates) já não pode enveredar pela loucura do despesismo descontrolado, da interferência canhestra na economia para beneficiar os amigos ou em defender um Estado Social que não é viável.
As coisas vão piorar é certo. Mas não se esqueçam que se tivéssemos tido juizo na escolha há 6 anos atrás, provavelmente não estariamos de mão estendida a pedir uma ajuda para as dividas que contraímos entretanto.
Mais grave que isso. O empreendedorismo foi torpedeado, quem quis crescer e ajudra o país a crescer foi impedido de o fazer directa e indirectamente. Muitos desistiram e o país está agora com muito piores condições de recuperar do que estva à 6 anos atrás.
Não foi a queda do Governo que causou isto. O governo caiu porque estava podre e merecia ser posto na rua. Mais um ano de loucura e teríamos uma situação de miséria a bater-nos à porta.
Obrigado Sr. Sócrates. Os seus vícios vamos pagá-los todos nós.
Digo isto com toda a sinceridade e do fundo da alma: Vá para o raio que o parta juntamente com os seus correligionários incompetentes e ladrões.