Um discurso para estúpidos
E não é só a náusea que me causa Sócrates. Só ouvi-lo mentir constantemente causa-me uma sensação visceral de nojo. Não consigo deixar de olhar para ele e pensar que estivemos nas mãos de um espertalhoco sem escrúpulos que conseguiu hipotecar o nosso futuro e o futuro dos nossos filhos .
Falo do Partido Socialista. Nunca se viu um grupo tão alargado num partido português em tempos recentes alinhar de forma tão cega por uma cartilha ditada por um líder compulsivamente mentiroso.
Nem no PCP mais radical se assistia a tamanha falta de ideias individuais num partido.
O líder lança o mote e todos os palermas o seguem com uma convicção e uma argumentação digna de acéfalos.
Durante os tempos foi por causa da falta de programa dos outros partidos. Mais concretamente do PSD. Cheio de orgulho do "seu" programa, lá se atirava ele ao PSD pela falta do seu programa.
Quando este foi anunciado lá foi a sua pobre argumentação por água abaixo.
Ontem agarrou-se à taxa de IVA.
E como é típico dos demagogos, ataca o PSD por uma construção sua. Assumiu que a redução da TSU só pode ser feita à custa da eliminação da taxa intermédia de IVA.
Vai daí todo o discurso do séquito anda à volta disto. Até o argumento estafado e gasto ser substituído por outro.
A verdade é que Sócrates joga na estupidez de quem o ouve e tem sido condicionado a pensar de certa forma ao longo de anos. Da sua forma.
E estupidez é coisa que abunda. De cada vez que sai uma notícia ou um mero sound byte os comentadores de artigos de jornal atacam a um nível indizível. A argumentação usada é na maior parte das vezes digna de débeis mentais. A verdade é que o novo sistema de "moderação" de comentários do Público evita a insanidade de outros tempos, mas os que vão aparecendo são dum nível absolutamente digno de lobotomizados.
Já li de tudo. Se fosse dado ao suicídio, confesso que começava a pensar se não é melhor abandonar este planeta e deixar que os imbecis se auto extingam.
Quando um português inteligente e culto quer argumentar de má fé já é muito mau. Mas quando é um perfeito burro só dá vontade de lhe enfiar com um tijolo na tola.
Ter um país recheado de gente assim é a explicação de raiz para o problema em que nos encontramos.
A maior parte está contra tudo o que não seja pensado por si. O que pensam por si é ridículo, superficial e completamente desfasado da realidade.
O resultado final é o impasse. Que chega ao ponto de ser um impasse no país.
Gente assim serve perfeitamente os propósitos de Sócrates. Manipula-se facilmente, repete até á exaustão o que ele diz e ainda lhe acrescenta o seu toque pessoal com um certo orgulho de "ninguém ainda se ter lembrado disto".
Fala-se-lhe em alhos e responde em bugalhos. Responde a um argumento que demonstra que está errado com algo parecido com "pois, mas seja como for é feio na televisão!".
Quanto mais burro alienado e desesperado é um povo, mais fácil se torna de controlar. E convenhamos que se o nosso não estiver na sua maioria nestas condições não andará muito longe. E é assustador pensar que o voto de tanta desta gente comprometeu o país a este ponto.
Temos hoje uma escolaridade muito diferente de 1974 apenas para sermos um país de iletrados "espertos" e convencidos que evoluimos alguma coisa. Se dantes o povo era "forçado" a ir num certo sentido, hoje é manipulado para o fazer ficando com a ilusão de que o fez de livre vontade. É absolutamente aterrador perceber que até as elites começam a ser tão más como esta gente. A julgar pela qualidade de Sócrates percebe-se bem a que ponto desceu a "elite"
Dizia ontem um comentador na SIC notícias que o mundo do PS e de Sócrates vive de debater a "realidade" em cima de construções feitas por ele próprio e não sobre a realidade.
São feitos processos de intenções, assume-se aquilo que os outros não disseram e durante dias desanca-se o argumento até ele não se conseguir levantar mais do chão.
A seguir nova "construção" e nova semana.
Sabendo como sabe que os media adoram debater sobre especulações, o sucesso é garantido. Não há jornalista que se furte a pedir comentários sobre cenários especulativos nem a propor ele próprio a debate uns quantos.
O triste disto tudo é que o condicionamento e a incapacidade de distinguir a realidade da ficção é cada vez mais difícil para uma grande faixa da população.
Não é raro ouvirmos pessoas repetir um mote completamente falso que lhes foi enfiado pela garganta abaixo pelos políticos manipuladores com a bênção dos media.
E mesmo quando o contraditório é sólido persistem no erro. A incapacidade de reconhecer um pressuposto errado ou de sustentar uma argumentação sensata é uma característica muito corrente.
Não sendo eu um fanboy de Passos Coelho tenho de admitir que existe uma enorme diferença entre os dois:
Sócrates deixou de ser credível. Diz o contrário do que faz mas di-lo com toda a veemência. É um mestre do engano. Desce à maior baixeza que acha necessário para conseguir os seus objectivos. Não tem barreiras morais.
Passos Coelho consegue fazer passar ideias com alguma clareza mantendo sempre a ideia de que não nos está a poupar à realidade à custa de mentiras. Não desce à pura e simples manipulação e ao vale tudo. Tem barreiras morais.
Não têm assim tantos anos de diferença entre eles. Mas estão a quilómetros de distância do ponto de vista de carácter.
Passos Coelho precisa para já de tentar concertar as mensagens de tantas vozes do PSD. A tempestade de declarações pode revelar pluralidade e boas intenções, mas irá provocar por parte da imprensa e por parte do desonesto PS um onda de contra ataques demagógicos destinados a instalar a confusão.
A estratégia de comunicação do PS baseia-se na repetição estalinista de ideias emanadas de uma cabeça. Ao contrário do que parece acontecer no PS, os correligionários só falam aquilo que o chefe deixa. Dá uma ideia de unidade que o PSD parece não ter.
No entanto enquanto uma mensagem é pragmática e realista a outra é mais um saco cheio de aldrabices. O governo está entretido em opor-se à oposição.
Não deixem que isso aconteça e ele morrerá enterrado na sua própria porcaria.