Graças a Deus pela coragem

Ontem no fim do aclamado discurso de Sócrates uma corajosa jornalista lançou ao ar a pergunta que muitos de nós gostávamos de poder fazer
Agora que sai, acha que isso o pode prejudicar em processos judiciais em curso?
Terá sido  isto em linhas gerais o que lhe foi perguntado. No meio de vaias dos descerebrados imbecis que enchiam o Altis, Sócrates fingiu não ter percebido a pergunta.
A jornalista paciente repetiu. Os imbecis apavorados vaiaram de novo (nada melhor do que uma assembleia de Cro-Magnons para aplaudir um líder que sai). Sócrates apanhado em contra pé não tinha a ajuda do tele ponto.
Respondeu com generalidades. Com a "treta" da separação entre os poderes. Separação essa que ele tentou desesperadamente encurtar.
É tão conveniente o refúgio no "estado de direito" quando sabemos que ele não nos pode tocar, não é Sr. Pinto de Sousa?

Não convenceu ninguém. Os apoiantes só esperam que nunca se desenterre o cadáver e que ele o tenha enterrado bem fundo. Os outros nunca ficaram convencidos.
Não é normal ter um 1º ministro a saltitar de caso em caso e a ser salvo milagrosamente por questões técnicas. Ainda por cima questões passíveis de uma  interpretação e do seu contrário

Ele deixa hoje de ter imunidade. Mas mais importante do que isso, ele deixou de ter de repente uma série de amigos. Será que o "formal" e "compacto" Presidente do Supremo lhe faz mais algum favor?

Seja como for, são poucos os jornalistas que fazem as perguntas que devem ser feitas. E viu-se porquê. É que fazer aquela pergunta, naquele sítio, no meio daquela assembleia pungente com os olhos lavados em lágrimas pela saída do SEU líder, não é coisa para "meninos".

É um gesto que define profissionalmente quem o faz. É mesmo ter TOMATES.

Os meus parabéns à jornalista e a minha sentida vénia