A hecatombe pós Socrática

As obrigações do Estado português a três meses fecharam ontem, sexta, 9-7-2011, a 19,4%. Sócrates deixou-as a 14,1% (em 23-6-2011)
Este tem sido o argumento dos apoiantes de Sócrates para provar que afinal o homem era a salvação da pátria.

Deduzir que a taxa de juro subiu meteoricamente por causa da saída de Sócrates ou da entrada de Passos Coelho é no mínimo desonesto. A não ser que seja burrice total.

A subida das taxas de juro não acontece por causa de nenhum destes factores. Acontece pela situação na Grécia e pela inacção da UE perante a grave situação em que se encontram as finanças da Grécia.

Nesse contexto. o risco de Portugal incumprir aumentou. Por arrasto.

As medidas impostas a Portugal não são por si um factor de risco que determine a subida dos juros. Deveriam até ser causadores dum aumento de confiança e dum abaixamento do risco.

O problema é que na situação a que o país chegou, qualquer tremor na zona Euro tem consequências. E elas parecem ser mais dependentes de factores externos do que internos.

Lembremos no entanto que se Sócrates não tivesse no seu "reinado" aumentado de forma desmesurada a dívida de Portugal não estaríamos expostos desta forma a estes factores externos.

O peso de Portugal e da sua liderança nas apreciações de rating é no mínimo reduzido.

Para a Moody's e retirando o factor de interesse especulativo que possa estar a acontecer, o que afecta a Grécia vai por arrasto afectar a zona Euro e os países mais débeis - Portugal e a Irlanda. E são mais débeis porque os seus governantes os colocaram nessa situação.
A debilidade não é da autoria de Passos Coelho nem deste governo. Quando eles chegaram já estava a situação do país num ponto de desespero.
Ou já se esqueceram que o Governo de Sócrates foi OBRIGADO a pedir ajuda?
Se estava tudo assim tão bem pediu ajuda porquê?
Já se esqueceram que Teixeira dos Santos disse que aos 7% tínhamos de pedir ajuda?

Tentar assacar responsabilidades a este governo pela subida de juros é ridículo. Já não é assim tão ridículo atribuir essa responsabilidade a Sócrates. Foram 6 anos de sangria desatada. De tropelias com as contas ano após ano. No fim de 2010 estávamos muitíssimo abaixo dos 14%.

A Moody's Fitch e S&P nada querem saber da cor política de quem está no poder. Olham para a sua capacidade de gestão e, convenhamos, ela foi uma miséria nos últimos anos. E nesses últimos anos sabemos bem quem esteve ao leme.
Foi isso que o país pensou ao votar como votou. E votou em alguém que disse que iria haver mais sacrifícios. Não iludiu ninguém.
Portanto não me venham com a treta do 13º mês. Se não fosse isso seria outra subida de impostos qualquer. IVA, IMI, IMT, IA etc etc. Estava prevista.

Mas estava prevista com o Governo a comprometer-se a fechar o ano com 5.9% de deficit, pressupondo que o ponto de deficit no fecho do 1º trimestre era compatível com esse objectivo. Acontece que o compromisso foi assumido pelo governo de Sòcrates que por "acaso" deixou o deficit YTD num ponto impossível de conseguir esse objectivo.
O que esperam que um governo faça? Que falhe? Que não faça tudo ao seu alcance para cumprir o compromisso do país?

Esse era o método do Sr. que estava lá antes. Fingir que fazia. E mesmo assim aumentou a nossa carga fiscal até ao céu. Sem resultados.

Tenham alguma vergonha na cara e discutam estas coisas com a seriedade que se impõe. A retórica barata e simplista dos desgraçados socialistas que foram corridos 6 anos tarde de mais já enjoa.
Maus perdedores maus políticos e maus gestores. A juntar a isto desonestos até à medula. Isso se por acaso tivessem espinha dorsal.

Acho fantástico ouvir gente como Clara Ferreira Alves a dizer que no programa do Governo não estava a medida dos referente ao 13º mês!!
Duh. Mas está o sacrifício fiscal para por o deficit em valores acordados com a troika. Será que essa criatura pensa que o programa é um roteiro diário detalhado ao pormenor?
Claro que sabe que não. Mas convém agora dizer este tipo de coisas.
E foi esta gente que apoiou um 1º Ministro que disse que não subia impostos e que logo que chegou ao poder o fez com a desculpa do deficit de 6.83% inventado pelo camarada Constâncio.

É honesto discutir este tipo de coisas perante os 6 anos do maior aldrabão que o país já viu, ter sido aplaudido e apoiado por esta gente?
Obviamente que não. A honestidade na análise de pessoas assim é nula. E se alguém se consegue despojar de honestidade para discutir a "coisa" política, está claro que não tem qualquer pejo em despojar-se dela em qualquer outra circunstância.

Basbaques a soldo, saltitando entre lugares proporcionados pelo poder e absolutamente furibundos por perceberem que não vão por os seus reais "cús" num lugar em que não precisem de trabalhar durante 4 anos (ou mais).

Há menos de um mês que este governo tomou posse. Já reclamam que ainda não fez nada e que por esta altura já devia ter resolvido a crise. Atrasados mentais. Vivemos num país de atrasados mentais.