A estrondosa vitória do PS e de Seguro
Há que reconhecer a qualidade desta liderança do PS. A sua capacidade de concretização está muito acima daquilo que era o normal na era Sócrates.O pobre homem bem tentava contorcer a realidade. Mas sem qualquer sucesso. Aquilo que um seu ministro qualificava de oásis, teimava em ser um pântano. Aquilo que era a vanguarda da formação, nada mais era do que um sistema manhoso de emissão de diplomas. Aquilo que era a requalificação do parque escolar redundou numa festa. Festa para os empreiteiros, festa para o PS e festa para as escolas.
Foi também um pesadelo para muitos fornecedores de material de construção que hoje se vêm a braços com milhares de Euros não pagos pelas empresas subcontratadas pela Parque Escolar. Em suma, uma hecatombe.
Verificado este estado de coisas o PS e a sua liderança tinham de arrepiar caminho. As coisas não podiam continuar a ser assim.
E o líder do PS (talvez a figura mais brilhante que este partido alguma vez teve) percebeu como se pode sair deste estado de coisas. Uma agenda para o emprego e para o crescimento.
Não estamos a falar duma Moleskine, até porque teria páginas a mais. Estamos a falar dum PLANO.
Seguro tem um plano.
E o plano é: Apostar no emprego e no crescimento. Já está.
Hollande, o presidente do Partido Socialista Português que ganhou umas eleições em França tem a mesma agenda.
E é infalível. O homem sai a terreiro e diz alto e bom som numa televisão qualquer que tem um plano para o emprego e para o crescimento.
Como é que ninguém se lembrou disto? Como é que ninguém se lembrou de dizer que tem um plano para tornar Portugal no país mais desenvolvido do mundo?
Podiam ter uma agenda que apostasse na exploração petrolífera. Ou na construção de satélites.
Andamos todos perdidos durante anos sem um plano e afinal ele estava mesmo ali à nossa frente. Emprego e crescimento.
Bastaram as palavras de optimismo de Seguro para se começar a notar uma diferença. Já há jovens a apostar no emprego e crianças a apostar no crescimento.
Isto mudou tudo.
Para que isto resulte precisamos de Eurobonds. Dívida Europeia a uma taxa de juro que acaba por ser uma espécie de média entre as várias taxas dos países da união.
Assim a Alemanha passa a emitir dívida com uma taxa de merda e os países de merda emitem com uma taxa muito melhor do que merecem.
Oa alemães vão ficar contentíssimos. A sua dívida passa de pagar 0-1% para passar a pagar 3 ou 4%.
Foi preciso dois socialistas (Seguro e Hollande) para que esta solução para a Europa fosse pensada.
Agora num tom mais sério.
Os sorrisos imbecis de vitória de Zorrinho e de Seguro estão ao nível da alegria do pobre de espírito. Não dá para perceber se o fazem porque pensam que enganam alguém ou, muito pior, se eles próprios acreditam na palhaçada em que estão envolvidos.
Zorrinho é claramente uma pessoa limitada intelectualmente. O que não surpreende, uma vez foi o PS de Seguro que o escolheu para líder parlamentar.
Na cabeça de Seguro parece existir ar. Apenas ar. É infantil ao tentar parecer um homem de Estado. É caricato ao tentar parecer à altura das circunstâncias.
Achar que esta palermice a que chamam a agenda para o emprego e crescimento possa ser alguma coisa, está no domínio do delírio patológico.
As coisas não se fazem por decreto nem acontecem por wishful thinking. E estas tolices, que serão o desejo de todos, não são assim tão fáceis de conseguir.
Não o eram em países comunistas em que tudo era decisão do Estado. A realidade tem a mania de nos tornar a vida impossível.
Estes "camaradas" vivem à margem da realidade. Vivem num mundo de fantasia em que ligar ou desligar um interruptor é um feito de elevada capacidade técnica. Para o qual é preciso um engenheiro eletrotécnico com mestrado em Energia.
Foi gente como esta que pespegou o país na lixeira onde nos encontramos. Foi esta mania de apenas anunciar "medidas" que nos levou a não implementar nenhuma. Foi esta mania de cuidar apenas de pensar superficialmente nas coisas sem nunca as implementar que nos trouxe a este ponto.
Convém no entanto dizer que esta forma de fazer (ou não fazer) as coisas não é apenas uma característica do PS. É mais marcada com eles e com a esquerda que vive na lua, mas foi também o que caracterizou os mandatos do sr. Cavaco Silva que foi o primeiro coveiro nacional.
Toda a destruição do sector productivo deste país pode ser traçada até aos seus 2 mandatos. Cavaco vendeu a alma ao diabo (ou vendeu o país à CEE) e nessas situações, o Diabo volta sempre para cobrar a dívida.