Ao som da Internacional
Eu pensava que vivíamos numa economia de mercado em que o Estado assume um papel de regulador em vez de se imiscuir nas questões específicas de um negócio.
O governo vai OBRIGAR as gasolineiras com 5 bombas ou mais a ter pelo menos uma onde é vendido combustível low cost, sem aditivos.
Um revendedor de combustíveis para ter o seu alvará já tem de cumprir toda uma série de requisitos draconianos para montar o seu posto de abastecimento. Só a aprovação da instalação de um posto é uma processo que leva anos.
Tem de cumprir toda uma série de normas desde as fiscais às de segurança.
Agora vai ter de cumprir mais uma. Ter um posto de combustíveis baratos.
Claro está, que quando TODOS forem abastecer a um destes postos haverá uma bomba com uma fila enorme e as outras vão estar as moscas.
Quem é que no seu perfeito juízo vai optar por colocar combustível mais caro 10 cêntimos numa bomba onde existe a opção low cost?
Em vez de incentivar as marcas a ter os seus postos low cost (todas as bombas) vai obrigar a uma reformulação das bombas maiores.
Vão ter de ter tanques separados para os combustíveis mais caros e para o mais barato por exemplo. E isso não é uma coisinha que se faça assim sem transtornos valentes.
Acho incrível que um governo possa causar um transtorno destes por decreto lei a revendedores que já têm de esmagar as margens até ao limite.
Percebia que se licenciassem postos especificamente para low cost. Não percebam é que se queira forçar a investimentos mesmo para aqueles postos que tiveram a infelicidade de ser maiores.
Uma sã concorrência faria com que ao aparecerem novos postos exclusivamente low cost, acabassem por ser seguidos pela conversão de outros já existentes por uma questão de sobrevivência.
Mas não. De forma muito socialista, e incrivelmente isto é uma mentalidade arreigada na mente desta gente, forçam uma área de actividade numa economia de mercado livre a fazer investimentos à força.
Se querem baixar os custos para o cidadão, porque é que não reduzem o imposto por litro em 5 cêntimos?
Fazem o papel do bonzinho perante o cidadão mas à custa do dinheiro do próprio cidadão porque o Estado não abdica de um centavo daquilo que já colecta.
Pensava que o ministro da economia estava intelectualmente acima do imbecil que dá pelo nome de António José Seguro. Vejo agora que de vez em quando desce ao mesmo nível. E isso não é nada bom