Como é que a comunicação social pode descer tão baixo?
Bastava ler alguns dos seus escritos desonestos e enquistados de esquerdismo bacoco para perceber que Nicolau tem muito pouco de jornalista.
Podemos considerá-lo mais como um comissário político "embutido" num órgão de comunicação social, com uma agenda pessoal e muito pouco ralado com a factualidade.
Este "movimento" que tem levado os jornalistas de relatores de notícias e factos para o estatuto de "fazedores de opinião" não é de agora nem é um caso isolado de Nicolau Santos. É generalizado e atingiu um pico recente com um governo em funções que não é de esquerda.
Mas Nicolau levou a qualidade do jornalismo e o dever de rigor ao mínimo absoluto.
Na sexta feira no Expresso na Meia Noite apareceu um personagem que seria supostamente dum grupo de estudo da ONU para a Europa do Sul.
O seu discurso encaixava na perfeição naquilo que tem sido a escrita e as palavras de Nicolau Santos ao longo deste último ano.
Achei estranho o modo quase militante com que o dito senhor se expressava. Não é normal em gente ligada à ONU ser-se tão assertivo. São mais diplomáticos e mais refinados. E fui ouvindo as suas teses catastrofistas mesmo quando contradizia Pires de Lima no valor da taxa de juro.
Havia qualquer coisa de errado na forma de expor as coisas. Um funcionário da ONU não fala assim.
Aparentemente o meu palite bateu certo. Um dia depois sabe-se que o dito funcionário da ONU não consta de nenhuma lista de membros desse organismo, a comissão não existe e tudo não parece ter sido mais que uma burla.
Quais as razões que levam alguém a fazer isto, só o próprio saberá. O que acha que consegue com isto é para mim um mistério. É só mais um do alinhamento infindável de profetas da desgraça que vimos neste último ano.
Começa por Louçã e vai por aí fora até acabar em Capucho. Digamos que Artur Batista da Silva está bem acompanhado.
Quanto a Nicolau Santos só me ocorre afirmar aquilo que já disse antes. É um imbecil. E a juntar à imbecilidade é, como jornalista, um incompetente.
A ponto de não verificar previamente nenhuma das credenciais ou validar minimamente o que dito especialista afirmava. Colocou-o num prograna de informação na SIC Notícias, escreveu um artigo no Expresso etc etc. E tudo porque o dito senhor tem opiniões alinhadas com as suas.
Diz agora que foi "embarretado". Não deixa de ser curioso que Nicolau Santos saiba como se deve comportar um 1º ministro ou um ministro das finanças e falhe clamorosamente quanto ao que deve ser o comportamento de um jornalista. A única coisa que se lhe exigia.
Recusou, contudo, que “ alguém possa concluir”, que ele próprio, “o Expresso ou os jornalistas em geral privilegiam quem critica o Governo”.A verdade é que a única conclusão que se pode tirar de toda esta palhaçada é que Nicolau Santos e “o Expresso ou os jornalistas em geral privilegiam quem critica o Governo”. É a única conclusão possível. Ninguém acredita que a pesquisa simples de informação acerca da pessoa não ocorresse se ele tivesse uma opinião contraditória. Mais, ninguém acredita que se ele não fosse alinhado com o pensamento e convicções de Nicolau Santos fosse sequer convidado para um programa de televisão.
“Tudo se resume a isto: cometemos um erro terrível, do qual me penitencio – não confirmámos se aquele senhor era quem dizia ser. Para além disto, qualquer conclusão é abusiva”, disse Nicolau Santos.
Segundo afirmou, ele próprio almoçou, em Novembro, com Baptista da Silva, que, considera, mostrou ter “um discurso bastante consistente e credível do ponto de vista económico”. Aquele entregou-lhe um cartão que, segundo o director-adjunto do Expresso “não parece ser forjado” e alguns documentos, alegadamente da sua autoria, “sobre os temas em que dizia ser especialista”
“Cometemos um erro, mas não foi sequência da pressa ou da precipitação”, refere Nicolau Santos. Conta que, depois desse encontro, uma jornalista do Expresso foi assistir a uma conferência do alegado especialista da ONU, “no Grémio Literário, uma organização prestigiada e insuspeita, feita perante inúmeros notáveis”. Só mais tarde se realizou a entrevista publicada na edição do Expresso no dia 15 – na qual Artur Baptista da Silva propôs a renegociação da dívida –, na sequência da qual o próprio Nicolau Santos o convidou para o programa da SIC Notícias "Expresso da Meia Noite", de sábado passado.
“Lamento muito, mas depois de 32 anos de jornalismo fui mesmo ‘embarretado’”, disse o director-adjunto, que afirma “não ter dúvidas” de que, tal como noticiou a SIC e confirmaram, depois, outros órgãos de comunicação social, “Artur Baptista da Silva será um impostor”.
32 anos de jornalismo para ser enrolado por um pantomineiro. Tudo apenas pela cegueira anti Passos e anti Governo.
Mais chocante é termos outros órgãos de comunicação social a dar eco às palavras deste indivíduo sem sequer confirmarem a veracidade das suas credenciais.
Ainda há poucos dias, aquando do massacre nos EUA, os respeitáveis canais de televisão americanos foram ao Facebook e puseram em todos os noticiários a fotografia do primeiro tipo que encontraram com um apelido igual ao do assassino. A fotografia daquele homem correu o mundo. Para se saber no dia seguinte que não era ele e que nem sequer o primeiro nome era igual.
É este o jornalismo que temos também por cá. Mas cá nem é a quente, nem na hora dos acontecimentos. Cá passa-se um mês a conviver com um impostor sem sequer se confirmar nada. Coloca-se na TV e no jornal para no dia seguinte se cobrirem de ridículo.
Dizer que se lamenta é muito pouco. Fosse Nicolau confrontado com uma asneira destas de um subordinado e aposto que ele seria "dispensado".
Nicolau ficará no Expresso. Bastou lamentar o facto de se ter comportado como um patego imberbe. Bastou lamentar-se por ter falhado clamorosamente naquilo que tinha obrigação de ser - jornalista.
O prestígio do Expresso e do seu staff editorial já estava nos níveis mais baixos desde a sua criação. Ter um director adjunto a fazer isto é um novo mínimo.