PS quer explicações. Toda a gente quer explicações
Dois secretários de Estado com funções executivas na Metro do Porto sairam do Governo.
Terão feito contratos de swap de taxas de juro para proteger a empresa da subida da Euribor. Basicamente andaram a "brincar" com produtos financeiros perigosíssimos e tramaram-se. A valer. O mais chato é que tramaram dinheiro dos contribuintes.
Mas não foi só a Metro do Porto. Desde 2008 que foi prática corrente fazer este tipo de contratos de swap. De tal forma que o potencial de perdas no sector empresarial do Estado é de 3.000 milhões. Perto daquilo que o país precisava de poupar nos gastos do Estado para que o ajustamento não precisasse de mais cortes.
Disto ressaltam imediatamente dois aspectos:
1. Estas empresas andaram realmente em roda livre. A fazer coisas que poria qualquer empresa privada na falência. Mas se os exemplos e as autorizações vêm de cima todos o fazem. E fizeram pela medida grande
2. Pela primeira vez há consequências. Que para já ficam pela perda do lugar de Secretário de Estado.
Pouco importa se eles foram ou não os cérebros destas operações. Estavam sentados na administração e tinham lugares executivos. A responsabilidade tem de chegar até eles, porque simplesmente ninguém faz isto sem o aval da administração. Assim, saiam rapidamente e sem muito barulho.
E por uma vez na vida tudo parece feito com alguma lisura. O "despedimento" digamos assim.
Ou não?
Não, claro que não.
O PS, aonde a inteligência parece não abundar, vem pedir explicações sobre este caso.
É como se se regassem de gasolina, subissem para um monte de palha e acendessem um fósforo.
Esta práticas de "brincar" com produtos financeiros altamente "perigosos" começou precisamente com a gestão socialista. Convenceram-se que eram homens da grande finança e que não tinham de prestar contas a ninguém. O estado e as empresas públicas em particular actuavam "quase" como empresas privadas. E digo quase porque isso só acontecia para um dos lados. Quando havia perdas o Estado entrava com o dinheiro dos contribuintes.
E durante anos fizeram isto sem qualquer consequência a não ser a mudança de gabinete.
Claro que agora nenhum dos artistas nomeados para estas empresas pelo PS estará num lugar de Governo. Mas estarão muitos certamente nas administrações destas empresas. E seria muito bom que a auditoria chegasse a todos eles e não se ficasse só pelo "despedimento".
Processos judiciais exigem-se em casos destes. A gestão danosa é um crime e foi praticada abundantemente durante governos passados, nomeadamente nos dois anteriores a este. E se neste acontece, que sejam investigados e accionados judicialmente os responsáveis por tropelias deste tipo.
Ter o PS a pedir explicações sobre este caso é no mínimo patético e mostra bem que o que o PS diz todos os dias já nem é determinado pela táctica política. É apenas para fazer barulho "contra" o Governo.
A maior parte das pessoas nem percebe bem o que se passa. Ao ouvir um tolo qualquer do PS a "pedir explicações" ficará com a ideia de que esta é mais uma coisa que é o resultado das asneiras deste Governo.
Aparentemente foi quem fez alguma coisa bem. Para já pôs os dois secretários de Estado fora do Governo. Vamos ver se esta auditoria pode ter consequências mais profunda de teor criminal.