Um cretino é um cretino

António José Seguro é daqueles casos em que é quase certo que se lhe põem um microfone na frente, ou faz figura de estúpido ou ... faz figura de estúpido.

Portugal anda a viver com dinheiro contado. Anda de facto a viver com as tranches da Troyka e com o que vai arrecadando a cada mês em impostos. O que para desespero de muitos vem caindo com o abrandamento da actividade económica.

Não será muito fácil acomodar despesas da ordem das centenas de milhões de Euros de um dia para o outro.
A decisão do TC veio criar um problema ao Governo na medida em que por ter de pagar em 2013 os subsídios de férias e de Natal à função pública torna necessário encontrar uns milhões de Euros a mais para poder acomodar decisão.

E eis que chegados ao mês de Junho, não há aparentemente o suficiente para o poder fazer na totalidade. Portugal não vive à larga nos dias que correm. Nem tem acesso ao crédito fácil e barato para poder fazer este tipo de coisas de um momento para o outro.
E é precisamente aqui que entram figuras como Seguro ou como Arménio.

Esta gente parece ser impermeável ao conceito de margem de segurança. Ou de cativação de dinheiro para fazer face a despesas futuras. E a folga que há neste momento prende-se precisamente com a satisfação dessas obrigações futuras.

Para Seguro e Arménio a coisa é simples - há dinheiro (seja lá ele para o que for) gaste-se. A ideia de Arménio de usar fundos da recapitalização da banca é duma infantilidade quase desarmante. Não há limites, barreiras ou sequer conhecimento da forma como as coisas se processam para este fulano.
Devia haver para Seguro. Porque se ele pretende vir a ser o 1º ministro de Portugal, mandaria prudência que ele se informasse onde afinal "há dinheiro".

Mesmo não sabendo se há e para que fins, ditaria essa mesma prudência que não se pronunciasse acerca destas coisas como um mero cretino do gabarito de Arménio.

Esta mania muito socialista de "gaste-se" e depois pedimos emprestado, foi precisamente o que nos colocou numa situação de perfeita indigência. E mesmo que sejam invocadas razões impossíveis de medir (como o retorno de uma parte ao estado por efeito do consumo acrescido) a verdade é que não havendo dinheiro para fazer face a tudo nãohá maneira de lhe dar a volta.
O que Seguro pretende fazer as pessoas acreditar é que Passos e Gaspar estão a ser maldosos deliberadamente, e que há dinheiro de sobra para fazer tudo o que ele acha que deve ser feito.

Ou seja, quando a decisão do TC foi conhecida e foi comunicado que iria ter de haver alguma "ginástica" para poder cumprir o acórdão ninguém ligou puto. Foram mesmo chamados de mentirosos. Chegado a data de pagamento, mais uma vez são chamados de mentirosos e acusados de todas as más intenções possíveis.

Seguro é a cada dia que passa a imagem do imbecil impreparado e completamente demagogo que muitos sempre acharam que ele é. A sua única e exclusiva preocupação é ver-se como primeiro ministro. E como tal faz as afirmações que todos querem ouvir. Sem se preocupar sequer em saber se isso é possível e metendo a cabeça na areia negando o estado em que o país está por actuação do seu próprio partido.

Claro que se Seguro estivesse no poder estaria na mesma situação e a conversa já seria bem diferente. Mas até lá é muito fácil apontar o dedo aos outros. Imagino que o facto de ter de fazer o mesmo (ou pior) se um dia chegar ao lugar não lhe deve tirar o sono. Afinal a ignorância é uma benção no caso de Seguro. E cretino, superficial e demagogicamente eleitoralista assim vai andando dia após dia, como se tivesse uma varinha mágica e o poder de mudar tudo um dia que ganhe as eleições.

O problema é que não tem e que este tipo de tiradas majestáticas (deêm-lhes brioche) são a face mais aparente da sua total incapacidade para gerir um junta de freguesia, quanto mais um país.
E o que é surpreendente é que mesmo assim há gente que jura a pés juntos a sua qualidade de líder possível para um país a necessitar de gente de enorme quanlidade.
Coisa que Seguro tem provado à saciedade que não tem.
A cada tirada de Seguro torna-se verdade a máxima de Manuel Machado (eminente treinador de futebol) : um cretino é um cretino.