Mais um grupo de gente "que não fez nada"

226 manifestantes foram ontem detidos para identificação após terem cortado o trânsito na via de acesso das Amoreiras à Ponte 25 de Abril.

Vindos da D. João V e entrando na via à saída do túnel das Amoreiras, dirigindo-se depois para o acesso à ponte, impediram a circulação automóvel por volta das 19 horas de ontem.

A polícia ao aperceber-se das intenções do grupo chamou o Corpo de Intervenção que conduziu os manifestantes para fora da via pública, onde procedeu à sua identificação e notificação para comparecer em Tribunal.

Hoje nas notícias algumas destas pessoas eram entrevistadas e, curiosamente, não fizeram nada. Um dos entrevistados pintou um retrato de tal forma cândido dos acontecimentos que quase parecia que nem na via pública teriam circulado. "Estavam a desmobilizar" (adoro o discurso neo revolucionário) e vinham "em festa" pela rua "com o aplauso de pessoas às janelas em sinal de apoio".

Tudo em grande "festa". Algum destes génios festivos terá decidido ir para a ponte e vai daí o grupinho seguir para o acesso das Amoreiras. "Sem violência" dizia o entrevistado, como se fosse preciso ir partindo coisas pelo caminho para causar algum mal. Talvez não perceba que encravar o trânsito que sai por aquela via (Ponte, A5) é coisa suficientemente grave para que se lhe dê atenção.
Mais uma vez e segundo ele iriam escoltados pela polícia "ordeiramente". Até que... apareceram centenas de polícias que os conduziram ao local para ser identificados.
Na douta opinião deste imbecil, a polícia era "completamente exagerada" uma vez que era gente ordeira a exercer o seu direito de indignação.

À falta de evidências de "brutalidade" policial, fez declarações acerca da intervenção policial que são normalmente o "Plano B". E o plano B é dizer que a polícia era exagerada para as circunstâncias. Porque eles eram pacíficos etc etc.
"Chegaram dezenas de carrinhas com polícia.", como se o facto de isso acontecer signifique por si só alguma coisa de especial.
Não se referiu a nenhuma brutalidade. Apenas "acha" que a polícia lhes devia ter dado "água" porque a polícia tinha água para os seus efectivos. (Nota: fazer proposta ao comando de levar palettes de água para as manifestações a distribuir pelos manifestantes com sede)

Se para ele exercer o seu direito causa mossa nos direitos de milhares de cidadãos que vivem e trabalham nesta cidade, eu diria que se lixe o direito dele. Prefiro de longe atender neste caso às necessidades da maioria.

Curiosa noção esta de achar que impedir a circulação e dirigir-se para a ponte a pé em hora de ponta é uma coisa normal. Um "direito" que assiste a todos os cidadãos. Que não deveriam em caso algum ser interceptados pelas forças da autoridade que tem por missão manter a ordem pública.

O que ressalta imediatamente deste episódio são dois aspectos importantes:
1. Esta gente não tem noção nenhuma das consequências dos seus actos
2. São duma enorme cobardia ao não assumir em pleno as consequências das suas opções.

Omitem ou mentem com quantos dentes têm na boca pintando um cenário que não corresponde de todo à realidade dos factos. Obviamente por medo das suas consequências.
Até a "luta" se abastardou. Pequenos burgueses há 1 ou 2 anos atrás, consideram-se hoje lutadores de vanguarda. Mas nem apresentam o espírito de sacrifício dos verdadeiros lutadores nem são gente de convicções. São apenas um bando de tolinhos para quem 4 horas sem água é um sofrimento enorme.


Nesta foto podemos perceber o número de indivíduos envolvidos na manifestação "espontânea" e a forma como bloqueiam completamente a saída do túnel em direção à ponte e à A5. Os relatos de que os "coitadinhos" não fizeram nada vai pelo cano abaixo. O crime de que são acusados é precisamente o de impedir a circulação rodoviária. Se mais evidências faltassem bastaria esta foto do Público para perceber que de facto impediram por um bom bocado a circulação do trânsito.
O grupo não é especialmente grande (já não se vê ninguém em cima do viaduto) mas para conter um grupo assim são de facto precisos umas centenas de agentes.


 E aqui estão eles a dirigir-se para a ponte. 


Os agentes do corpo de intervenção bloqueiam o grupo de manifestantes e nesta foto pode ver-se o gesto do polícia e o ar de desafio do indivíduo que olha para ele. Assumo que o agente estaria a pedir ao manifestante que se deslocasse para ode a sua mão aponta. Enquanto a senhora de verde parece estar a contestar a situação.


Neste fotografia percebe-se o cordão de policia do CI, contendo os manifestantes. Acho digno de referência o tipo de personagens que aparece nesta fotografia. Sendo o desemprego jovem alto como sabemos, pergunto-me em que serviços do estado trabalharão estes "grevistas".
Acho notável quando tentam fazer parecer uma coisa destas com a luta dos "trabalhadores". Parece-me mais um grupito de jovens "empenhados" que achou uma excelente ideia continuar pelo tabuleiro da ponte num momento de histeria revolucionária.

Mas na verdade esta pobre gente "que não fez nada" só pode estar a referir-se a não ter feito o seu chichi. Porque uma das queixas que apresentam da actuação da polícia, que foi a todos os títulos exemplar, foi o facto de não lhes ter dado água nem lhes dar acesso a instalações sanitárias...

Eles trazem sacos e mochilas. Não se lembraram que a água era importante? Não tinham sítio para a por? Absurdo e patético. Mostra bem o nível de idiotas que se mete nestas aventuras. E que como qualquer bom idiota, nega depois tudo o que fez ou pretende encontrar as razões mais fantásticas para o ter feito.
Do ponto onde foram parados até à ponte são uns bons 6 ou 7 quilómetros (9.8 até ao garrafão das portagens). Quanto tempo demorariam a chegar até ao tabuleiro a passo de manif? 2 horas? 3.5 km por hora não é mau para um passo relativamente lento. Há água pelo caminho? Casas de banho?
Sou levado a concluir que o planeamento da acção foi feito por imbecis. Ou então por génios. É que não bebendo nada há menos necessidade de urinar.
Se é gente desta que tem outras opções para mudar o rumo do país acho bem que evitemos a todo o custo pô-las em prática. Já nos chega que a estupidez lhe cause dano a eles. Não vamos querer estender isso a todo o país, pois não?

O aproveitamento destas ocasiões "festivas" é bem conhecido. Se bem se lembram houve o caso do apedrejamento incessante dos agentes em frente ao parlamento que as organizações partidárias disseram tratar-se de "infiltrados".
Suponho que aqui tenham sido agentes da reacção a instigar estes nobres manifestantes a cometer um crime do qual não têm qualquer culpa.

A verdade é que eles nunca fazem nada. O ex-sindicalista não bateu no segurança da ministra, estes não fizeram nada de mal etc etc. São uns coitadinhos que só precisam de beber água e fazer um chichi.
Ridículos e totalmente irrelevantes, só conseguem dar mau nome a este tipo de organizações.

Democracia não é fazermos o que nos dá na gana. A nossa liberdade termina quando ela colide com a dos outros. Se não conseguem viver em sociedade respeitando os direitos de todos (até daqueles com quem não concordam) então não pode haver tolerância para este tipo de coisas.

A polícia portou-se exemplarmente. De tal forma que não há uma única queixa legítima conta ela. Com as centenas de telemóveis (e muitos serão iPhones e topos de gama a julgar pela qualidade das fotos) presentes no grupo ainda não apareceu uma única foto em que um agente se porte de forma violenta com um manifestante.

Se as únicas queixas que têm das forças da autoridade são a falta de água, não poder urinar e estar muito tempo à espera, então a única coisa que se pode dizer é que da próxima vez levem água, urinem em casa ou onde puderem e não se metam em parvoíces pensando que chegamos a um ponto em que se tolera tudo porque a "malta está em luta".