Os compromissos que não se podem fazer

Nestes dias do politicamente correcto em que muitos tentam passar uma esponja sobre o passado recentíssimo, ainda há quem não aceite certas condições de "estabilidade".

E isso é bom ou mau?
Depende. O consenso pode não ser necessariamente bom. Sobretudo se uma das partes do consenso é a verdadeira encarnação do mal.

A história recente dá-nos dois exemplos de como esses entendimentos podem ser verdadeiramente danosos.

No advento da II Guerra Mundial em 1938 e após alguns anos com o Partido Nazi de Hitler no poder, a Europa vivia aterrorizada com a possibilidade da repetição da Grande Guerra.

Os países que potencialmente podiam entrar numa guerra com a renascida Alemanha tremiam de pensar que 20 anos depois iriam passar de novo pelo sofrimento de uma guerra na Europa.

A Oeste e a Leste a Inglaterra e a União Soviética fizeram acordos com Hitler no sentido de evitar a tão temida guerra.

O 1º Ministro Inglês Neville Chamberlain ficaria para sempre associado à patética tentativa de fazer um acordo com Hitler.
No regresso de Munique em Setembro de 1938 mostrava aos jornalistas e ao povo que o esperava o documento assinado pelos dois países. O tratado de paz.

Como a história veio a demonstrar Hitler não era de confiança.
Já tinha dado mostras disso com a repressão dos seus opositores e com os seus constantes discursos da Grande Alemanha. A Anschluss (anexação da Austria em Março de 1938) deixavam antever o pior.

Mas em nome da paz, a Inglaterra aceitou fazer um acordo improvável com uma das piores personagens da história.
Percebe-se hoje quão inocente foi a pretensão de Chamberlain. Em 1939 a Polónia foi invadida e a França em 1940.
Quebrando o acordo com Estaline, Hitler invadiu a União Soviética em 1941.

Isto ilustra até que ponto não se pode fazer compromissos com certas pessoas.
Salvaguardando as devidas distâncias, Sócrates não é Hitler, mas como ele, já deu mostras suficientes de ser o problema e não a solução.
E não se pode fazer um acordo com alguém que defendeu com unhas e dentes, mentindo bastas vezes, tudo o que fez de errado.
Com alguém que até os seus correlegionários qualificam de autoritário e teimoso. Teimoso nos erros.

A política não é só feita de determinação. A determinação no erro é tudo menos uma qualidade. E Sócrates faz tábua rasa dos pareceres técnicos e de todas as opiniões que apesar de fundamentadas não são as suas.

Não é possível fazer acordos e assumir compromissos com gente assim.
O consenso com quem nunca os quis fazer não é possível nem desejável. Para Sócrates o consenso é subjugar todos à sua forma de ver as coisas.

Isto é sem tirar nem por o que Sócrates entende por compromissos




E ele sabe muito bem onde pode meter a sua forma de fazer as coisas.
Haja uma maioria absoluta sem Sócrates e o PS ficará de fora durante anos. Se for necessário o acordo com o PS só pode ser sem ele.

O maior mentiroso da história política portuguesa recente tem mesmo de desaparecer de cena. Para nunca mas voltar.