Ainda a frase de PPC
De tudo aquilo que Passos Coelho disse naquele famigerado dia só ficou "que se lixem as eleições".E em cima deste mote, tal como é hábito num país que adora remexer na merda, já se fizeram todas as variantes e todos os comentários.
É apenas uma reedição do "desvio colossal" ou da tentativa de ridicularizar a internacionalização do pastel de nata etc etc.
Os idiotas profissionais, os amadores e os de circunstância juntam-se todos nestas modas semanais. Sem nada de útil para dizer ou fazer limitam-se a tentar ridicularizar os outros ou as palavras dos outros.
Fui ouvir a frase no seu contexto. E a frase foi:
Se algum dia tiver de perder umas eleições em Portugal para salvar o país, como se diz, que se lixem as eleiçõesNão sei que espécie de iletrados lê ou ouve isto e pode tirar as conclusões que se ouvem. Desde a total imbecilidade de Zorrinho que nos leva a pensar que espécie de porcaria anda pela nossa "academia" a preparar as gerações mais qualificadas de sempre, até ao delírio vermelhusco de um Luís Fazenda do Bloco a quem aparentemente foi removida grande parte do cérebro, a verdade é que a frase nada tem de transcendente.
Pelo contrário reafirma a intenção de colocar o interesse do país acima de qualquer tentação eleitoralista. Coisa que nunca abundou neste país e que provavelmente nunca ninguém disse com tanta clareza.
Esvaziado o argumento de que Passos se "está a lixar para os eleitores" a única coisa que resta aos criticos é dizer que Passos estava a mentir. Ou seja, ele afirma uma coisa e é criticado não pelo que disse mas pelo facto de estar a "pensar" o contrário do que disse, logo mentindo.
Este tipo de discussão não é séria. Não é minimamente séria. Nunca ninguém discutiu Sócrates nesses termos quando se entretinha a pintar uma realidade inexistente. Podíamos duvidar seriamente das suas palavras mas nunca se viu ninguém a criticá-las partindo do princípio que eram mentira. Muito menos lideres parlamentares da oposição a fazer as figuras de parvo que vemos hoje um Zorrinho fazer.
Muito melhor do que eu Vasco Pulido Valente escreve sobre isto. Não há nada a acrescentar.