Preso por ter cão...

Já se sabia que quando fosse anunciada a lista de fundações que iriam deixar ou ver reduzidos os apoios do Estado a gritaria ia começar.

Num país trespassado por interesses de toda a ordem não é possível fazer NADA sem desagradar a alguns. E que mal isso acontece bradam imediatamente que estão a ser injustiçados.

Foi voz corrente que tinha que se acabar com essa bandalheira das fundações. Mas cada um tinha em mente uma lista de fundações que não faziam parte da bandalheira e que, como tal, não deveriam sofrer na pele o que a maior parte da população está a sofrer.

Ninguém quer admitir que num cenário de miséria deve abdicar de qualquer coisa.
A fundação Casa da Música já está indignada pelo facto de ter acordado uma redução de 20% para o ano de 2012 e vir agora a sofrer um corte de 30%.

Faz parte da lista das fundações que vão ter essa redução, na qual também se encontra a Fundação Mário Soares.

Outras vão ver todo o apoio reduzido e nelas existem fundações que nem percebemos bem o âmbito da sua actividade.
Mais do que isso, o estatuto de fundação já lhes dá benefícios fiscais que o comum cidadão nem sonha ter.

Se tudo isso for somado, é provavelmente minúsculo comparado com o mega buraco do BPN ou das rendas excessivas e outras "gracinhas" que o Estado português foi criando ao longo dos anos. Mas a verdade é que conta. Tudo conta. E não me parece nada bem que o Estado gaste milhões a apoiar as mais diversas fundações e que depois venha confiscar outros tantos milhões aos salários de quem trabalha e já se vê à rasca para pagar as contas ao fim do mês.

Perguntem a alguém que está a passar necessidades o que acha de dar 8 milhões por ano à Casa da Música para que ela produza "cultura". Ou à Fundação Cidade de Guimarães que foi usada e abusada pelo PS para sustentar casos conhecidos de parasitagem na sua administração. Uma presidente indizível que ganhava qualquer coisa como 14.300 Euros por mês, coadjuvada por toda a espécie de "amigos" a ganhar simpaticamente.
Foi criada para a Capital da Cultura com 3 ou 4 anos de antecedência. Finda a capital da cultura é no mínimo lógico que se extinga. Ou há uma boa razão para ter uma administração com dois vogais a ganhar simpaticamente depois de o evento acabar?

E a Fundação para as comunicações Móveis? Que serviu apenas para o "cambalacho" dos portáteis "escolares"? Porque é que o Estado tem de financiar algo que vai aproveitar especialmente às operadoras PRIVADAS de telecomunicações?

Subitamente as fundações estão todas mal escolhidas. A lista anunciada há tempos não difere em muito desta lista definitiva. Porque é que ninguém berrou antes e já não se calam agora?
Ainda há pouco, aquele arremedo de ex-ministro da Justiça dizia que mal soube da lista ligou logo a alguém para saber da Fundação cidade de Guimarães. Quem fazia parte daquela fundação apoiada por um presidente da câmara do PS? Entre outros Jorge Sampaio. Freitas do Amaral, etc etc etc
Mas se quiserem saber mais pormenores da pouca vergonha que foi aquela fundação leiam aqui:

Aliviar Lastro
Mais tarde ou mais cedo revelam-se
E os sinais de incompetência estão por todo o lado
Pessimista? Céptico? Ah sim, absolutamente

Porque é que a um socialista faz tanta confusão a extinção de uma Fundação que deixa de fazer sentido? As razões são óbvias.

Vai haver para cada fundação, para cada caso, uma excelente razão pela qual devesse continuar a receber dinheiro do Estado.
A verdade nua e crua é que para sustentar isto tudo, o contribuinte paga e não bufa. E vai pagar mais e bufar ainda menos.
Fechem toda essa trampa. Mudem a lei do mecenato para ser fiscalmente atraente a mecenas individuais e empresas e depois deixem que a viabilidade e sustentabilidade de tudo isso se comprove na sua acção diária.
Não conseguem sustentar-se?
Temos pena. Muitos portugueses também não conseguem...

Já vai sendo hora de tanto gestor, administrador e curador conseguir num mercado competitivo o salário que o Estado lhes dá de mão beijada. Vão para a puta que os pariu.