Firmeza de convicções

O protesto está quase a chegar ao Largo do Rato. O homem da bandeira preta chama-se Ruben e tem 28 anos. Encabeça o colectivo, embora diga, de modo entusiasmado, entre palavras de ordem, que não existem líderes naquele movimento. “Somos homens e mulheres de uma esquerda não partidária”, informa Ruben. Pertence ao Colectivo Acção Antifascista. Assumem-se como anarquistas e anticapitalistas. Admite que o protesto não é completamente espontâneo porque já tinha sido pensado no dia anterior pelo Colectivo. “Isto não está autorizado, queremos desafiar as autoridades”, revela Ruben.
Querem chamar a atenção para um país que não precisa de ser governado: “Nós não queremos substituir o Passos Coelho pelo Jerónimo de Sousa. Não precisamos de líderes”, reforça. O objectivo da marcha, conta, é virar à esquerda, na Avenida Álvares Cabral, e voltar à Assembleia. Mas não é isso que sucede, uma vez chegados ao Rato. O grupo segue em frente pela rua D. João V, na direcção das Amoreiras. Durante o trajecto, Ana Farinhas, de 32 anos, também não faz ideia para onde o grupo segue, mas garante que o seguirá até lhe doerem as pernas. É bolseira de Biologia na Faculdade de Ciências e está ali para protestar em nome de todos os bolseiros: “O que nos revolta são os nossos contratos inexistentes e a exclusividade, quando não temos sequer contrato”, explica Ana, que não está muito preocupada com o que possa acontecer na rua, caso a polícia intervenha.
Público 27/6/2013
Umas horas depois seguramente achava que tinha seguido as pessoas erradas como um carneirinho manso. Sem sentido crítico e sem saber exactamente que estava a ser usada pelo "colectivo".
Umas horas depois não tinha água para beber nem sitío onde urinar. Para biologista bolseira parece ter o intelecto de um caracol.

E assim se arregimentam papalvos. Que surpreendentemente não sabem para onde vão nem contra o que protestam os seus compagnons de route, mas afirmam a plenos pulmões que a polícia agiu ilegalmente e violou a constituição. Basta um tipo meter-se à frente a gritar palavras de ordem e esta gente segue-o. Isto é no mínimo hilariante apesar de ser trágico. Imaginem o que dirão os colegas e familiares da Ana Farinhas depois de ler uma coisa destas...

Gente mais burra não é possível existir.