Piquetes de greve - um símbolo da liberdade de escolha
Esta é a postura generalizada da esquerda. Que nunca foi conhecida pelos seus propósitos democráticos. Na verdade, os partidos que hoje apoiam a greve são apologistas de totalitarismos brutais, onde a liberdade de expressão, de manifestação e de associação pura e simplesmente não existem. Nem a liberdade de pensar diferente é aceitável.
A razão dos piquetes de greve é simples e cristalina: Impedir trabalhadores de tomarem as suas próprias decisões. Sejam elas resultado de critérios políticos ou económicos.
Ameaças e bloqueios são as formas "democráticas" usadas por estes indivíduos, muitos deles perfeitos broncos arregimentados, para impedir os outros de exercer a sua liberdade individual.
Este tipo de situações não podem ser toleradas.
Caso um piquete de greve impeça outros trabalhadores de trabalhar, por meio de ameaças ou bloqueios, as autoridades devem pura e simplesmente tratar do assunto. Tal como o fizeram hoje na Carris ao dispersar um piquete que impedia os autocarros que iriam assegurar os serviços mínimos de sair do parque.
Perante a irredutibilidade dos manifestantes a PSP teve de os remover do local. E até o fez de forma muito delicada levando-os ao colo, e pelas imagens que pude ver no Público, sem grande violência. Não houve bastonadas, escudos, capacetes nem nada disso. À polícia também não interessa criar "mártires" da causa dos trabalhadores, pelo que se nota que se rodearam de cuidados ao dispersar os piquetes.
Nesses piquetes podem ver-se alguns personagens que me custa muito a crer que sejam sequer funcionários da Carris. Pela pinta e pelas vestes têm todo o ar de ser "comissários" encarregues de "orientar" a "luta espontânea" dos trabalhadores. Mas isso é algo a que a CGTP (braço sindical do PCP) já nos habituou desde os tempos da Unicidade Sindical. A vanguarda orienta as massas. Porque as massas são estúpidas e pouco cultas politicamente.
Como noutras greves anteriores vão-se seguir números de adesão, ditos e contraditos. Vão aparecer as imagens da "brutalidade" policial nas TV's e vai haver comentaristas abundantes a falar acerca do assunto.
Mas a verdade é que o uso indiscriminado das greves causa indiferença. As greves que se fazem sentir apenas no sector público não são mais do que uma forma de lembrar os que dependem dos serviços e trabalham no privado, aquilo que eles vêm como vantagem: A garantia de emprego, a possibilidade de fazer uma greve sem sofrer qualquer represália etc etc.
A mentalidade vigente no movimento sindical é a típica da esquerda anacrónica e caceteira que temos desde o 25 de Abril.
Mas são poucos, digam lá o que disserem.
E se as coisas continuarem por esta via ainda se arriscam a que lhes aconteça o mesmo que lhes aconteceu no fim do Verão Quente de 75.
Corridos à batatada, sedes queimadas e um gostinho do próprio remédio.
Por acaso acho que devíamos ter ido mais longe nessa altura. Só que o país dos brandos costumes fingiu acreditar nos ideais democráticos de gente para quem a democracia não significa nada e aceitou-os como "fundamentais" para o processo democrático.
O que o PCP fez com o país em quase 2 anos foi um descalabro total. Prendiam-se pessoas sem culpa formada, apenas pela denuncia de se ser "facista". Agrediam-se trabalhadores que não podiam ou não queriam aderir a greves. Assaltavam-se sedes de partidos de "direita". Saneava-se por razões políticas ocupava-se e roubavam-se (literalmente) as colheitas em propriedades.
De tudo esta pandilha fez. E com a crise que vem recrudescendo volta a fazê-lo.
Já vai sendo hora de terminar com esta bandalheira pseudo revolucionária e começar a chamar os bois pelos nomes.
Piquete que faça isto ou coisas como o fecho da Fontes Pereira de Melo por movimentos fantoches manipulados pela extrema esquerda, só pode ter um remédio - bastonada no focinho, para que percebam que a liberdade deles acaba quando começa a dos outros.
É que além de intolerantes, totalitaristas e dissimulados parecem enfermar de um outro mal - são burros que só percebem com cacetada aquilo que uma criança de 3 anos percebe com palavras.