Regozijo com a desgraça

Foram ontem revelados os números da execução orçamental até Maio com notícias algo encorajadoras.

Houve uma recuperação por comparação aos últimos números que apontavam para um agravamento relativamente ao ano passado.

Até ontem a oposição deleitava-se numa orgia de declarações tendente a demonstrar que a "receita não funcionava" mesmo perante declarações que afirmavam que não se podiam retirar conclusões mês a mês, uma vez que a situação é desigual entre eles e há picos na receita e na despesa. O resultado final só pode ser verdadeiramente confirmado, ou não, mais perto do final do ano.

Claro que conhecendo o sistema se pode comparar com outros anos (Mês a mês) e saber se os ditos picos e mínimos estão em linha com o normal. Mas este tipo de rigores de análise é coisa que a oposição não sabe ou não quer fazer.
O PCP e o Bloco não fazem a mais leve ideia da forma como estas coisas são de facto. Nunca estiveram em lugares governativos e até preferem poder criticar de forma gratuita.

O caso do PS é mais grave. Porque já esteve no poder e terá alguém no seu seio que sabe exactamente (ou devia saber) como se processam estes ciclos ao longo do ano.

Só que ninguém gosta que a realidade interfira com os seus propósitos e vai daí que hoje todos se desdobraram em declarações dizendo que mesmo assim é mau!!!

Em vez de se congratularem com uma aproximação dos objectivos e um caminho mais seguro para o fim da austeridade, criticam os números (eles criticam qualquer merda...) porque isso é mais benéfico para o seu discurso catastrofista. Se por um deslize qualquer um destes indivíduos não disser mal  de qualquer coisa tem receio de perder votos...
E são estes pormenores que revelam até onde a política é suja. A oposição torce pelo falhanço mesmo que isso signifique mais desgraças em cima de nós, portugueses.
Se por acaso se conseguir abrandar a grilheta durante o mandato deste governo isso será o pior que pode acontecer à oposição.
Vivem aterrorizados com a perspectiva de os os partidos do Governo "não perderem" as eleições, já que qualquer deles é incapaz de as ganhar.
O PS apesar de tudo o que diz e faz deste governo teria de se sustentar numa coligação para poder ser governo. Aliás, o seu namoro ao CDS é por demais nauseante. Um dos expoentes máximos deste desavergonhado lamber de botas tinha de ser João Soares. A genética está lá, não há dúvida nenhuma...

O PCP e o Bloco não têm aspirações a nada nem querem ser nada. São partidos confortavelmente imóveis na oposição e nunca teriam a capacidade de gerir fosse o que fosse.
Estou mortinho por conferir o meu vaticínio acerca do Bloco. E que é o seu afundamento, a juntar a outros anteriores.
E digo isto porque a sua liderança se tornou completamente irrelevante. O bloco era Louçã, por mais voltas que lhe queiram dar. Estes dois tontos não têm nem a desfaçatez nem o discurso redondo de Louçã. Este tinha a capacidade de disfarçar as suas ideias abjectas de tal forma que muitos consideravam o PCP mais radical e mais à esquerda que o Bloco.
Estes dois dividem-se entre o dinossauro pré Stalin e a bimba alienada pós 25 de Abril.
Sim, porque ter menos de um ano à data da "revolução" é a mesma coisa que dizer que só terá tomado consciência da realidade uns bons anos depois.
E só dois personagens de tal forma díspares é que podem manter convictamente esta agenda de esquerda radical em que o Bloco se vem revelando. Não é que não fosse já, só que Louçã sabia disfarçar...

O PCP é o costume. Chafurda na sua eterna ânsia por desgraça, porque isso é que alimenta o seu eleitorado de descontentes permanentes. A linha dura. Os que dizem que as ditaduras de esquerda são melhores que as de direita. Caducos, insensíveis à realidade e alimentando-se da desgraça alheia. E nem sequer conseguem fazer nada para mitigar essa desgraça a não ser mostrar "solidariedade"...

A ver vamos o que isto vai dar, mas até lá ainda iremos ouvir toda esta gente repetir os chavões de que a receita não funciona "como demonstram os números". Mesmo que os números demonstrem uma tendência.
E com o apoio dos media rosa, vermelhos e roxos não terão muita dificuldade em se fazer ouvir, criando uma realidade alternativa em que se sentem à vontade.

Em suma, nada de novo na frente Ocidental.