Regozijo com a desgraça
Houve uma recuperação por comparação aos últimos números que apontavam para um agravamento relativamente ao ano passado.
Até ontem a oposição deleitava-se numa orgia de declarações tendente a demonstrar que a "receita não funcionava" mesmo perante declarações que afirmavam que não se podiam retirar conclusões mês a mês, uma vez que a situação é desigual entre eles e há picos na receita e na despesa. O resultado final só pode ser verdadeiramente confirmado, ou não, mais perto do final do ano.
Claro que conhecendo o sistema se pode comparar com outros anos (Mês a mês) e saber se os ditos picos e mínimos estão em linha com o normal. Mas este tipo de rigores de análise é coisa que a oposição não sabe ou não quer fazer.
O PCP e o Bloco não fazem a mais leve ideia da forma como estas coisas são de facto. Nunca estiveram em lugares governativos e até preferem poder criticar de forma gratuita.
O caso do PS é mais grave. Porque já esteve no poder e terá alguém no seu seio que sabe exactamente (ou devia saber) como se processam estes ciclos ao longo do ano.
Só que ninguém gosta que a realidade interfira com os seus propósitos e vai daí que hoje todos se desdobraram em declarações dizendo que mesmo assim é mau!!!
Em vez de se congratularem com uma aproximação dos objectivos e um caminho mais seguro para o fim da austeridade, criticam os números (eles criticam qualquer merda...) porque isso é mais benéfico para o seu discurso catastrofista. Se por um deslize qualquer um destes indivíduos não disser mal de qualquer coisa tem receio de perder votos...
E são estes pormenores que revelam até onde a política é suja. A oposição torce pelo falhanço mesmo que isso signifique mais desgraças em cima de nós, portugueses.
Se por acaso se conseguir abrandar a grilheta durante o mandato deste governo isso será o pior que pode acontecer à oposição.
Vivem aterrorizados com a perspectiva de os os partidos do Governo "não perderem" as eleições, já que qualquer deles é incapaz de as ganhar.
O PS apesar de tudo o que diz e faz deste governo teria de se sustentar numa coligação para poder ser governo. Aliás, o seu namoro ao CDS é por demais nauseante. Um dos expoentes máximos deste desavergonhado lamber de botas tinha de ser João Soares. A genética está lá, não há dúvida nenhuma...
O PCP e o Bloco não têm aspirações a nada nem querem ser nada. São partidos confortavelmente imóveis na oposição e nunca teriam a capacidade de gerir fosse o que fosse.
Estou mortinho por conferir o meu vaticínio acerca do Bloco. E que é o seu afundamento, a juntar a outros anteriores.
E digo isto porque a sua liderança se tornou completamente irrelevante. O bloco era Louçã, por mais voltas que lhe queiram dar. Estes dois tontos não têm nem a desfaçatez nem o discurso redondo de Louçã. Este tinha a capacidade de disfarçar as suas ideias abjectas de tal forma que muitos consideravam o PCP mais radical e mais à esquerda que o Bloco.
Estes dois dividem-se entre o dinossauro pré Stalin e a bimba alienada pós 25 de Abril.
Sim, porque ter menos de um ano à data da "revolução" é a mesma coisa que dizer que só terá tomado consciência da realidade uns bons anos depois.
E só dois personagens de tal forma díspares é que podem manter convictamente esta agenda de esquerda radical em que o Bloco se vem revelando. Não é que não fosse já, só que Louçã sabia disfarçar...
O PCP é o costume. Chafurda na sua eterna ânsia por desgraça, porque isso é que alimenta o seu eleitorado de descontentes permanentes. A linha dura. Os que dizem que as ditaduras de esquerda são melhores que as de direita. Caducos, insensíveis à realidade e alimentando-se da desgraça alheia. E nem sequer conseguem fazer nada para mitigar essa desgraça a não ser mostrar "solidariedade"...
A ver vamos o que isto vai dar, mas até lá ainda iremos ouvir toda esta gente repetir os chavões de que a receita não funciona "como demonstram os números". Mesmo que os números demonstrem uma tendência.
E com o apoio dos media rosa, vermelhos e roxos não terão muita dificuldade em se fazer ouvir, criando uma realidade alternativa em que se sentem à vontade.
Em suma, nada de novo na frente Ocidental.