O factóide

Um factóide é um facto divulgado com sensacionalismo pela imprensa. Pode ser verdadeiro ou não. Trata-se também de propaganda política mal intencionada.
O propósito de um factoide é gerar deliberadamente um impacto diante da opinião pública de forma à manipulá-la de acordo com as aspirações de poderosos grupos que se utilizam de sua influência na mídia. Estes, em alguns casos estão, ou aspiram ao poder.
Tão rápido como começa um rumor ele desaparece.
Hoje acordamos para um sem fim de declarações, indignações e iniquidades  acerca da suposta "recusa" do Governo em respeitar o acórdão do Tribunal Constitucional.

Com um título especialmente acintoso o Público declarava que Passos teria dado instruções para manter o corte dos subsídios de férias. No mesmo artigo o jornal explicava porquê - falta de enquadramento legal por não ter sido ainda aprovado o diploma que resolvia os pontos inconstitucionais do orçamento.

Agora, lê-se num artigo desse mesmo jornal a explicação para o caso. É mesmo o diploma que deverá ser aprovado e promulgado até ao final do mês tornando assim possível o pagamento desse subsídio.

A esquerda apalermada saltou logo para a rua aos berros. As mais diversas entidades o fizeram. Sem haver contornos precisos acerca do caso, todos, incluindo jornais rádios e televisões, deram voz atodo e qualquer estúpido que lhes apareceu na frente. Desde o psicopata Arménio até à oposição todos se juntaram num coro de disparates sem fim.

Esta mania de fazer declarações sem saber o que se passa é uma mania muito nossa. Se não fosse isso os comentários a artigos nos jornais on line nunca poderiam existir.

Somos o paraíso do imediatismo, onde as indignações e as declarações espalhafatosas por coisa nenhuma se tornaram regra desde o mais reles idiota ao mais "nobre" comentador.

Mas a verdade é que todos estes arrotadores de postas de pescada se esquecem que a lei fundamental pode ser o suporte legal para todas estas coisas mas no fim, no fim, se não há dinheiro não há palhaços. E ideias como a de Arménio de ir buscar o fundo de recapitalização da banca são tão estúpidas que fica-se sem saber se lhe sairam da boca ou se foram um simples flato com sonoridade semelhante a palavras. O que em Arménio não deixa e ser um hábito.