Eh pá!! Não me levem o meu bastião de integridade

Guilherme de Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas, tem sido uma daquelas pessoas que prima pela seriedade e equidistância.
Apesar de ser uma nomeação socialista nunca deixou de apontar as falhas na actuação dso Governos de Sócrates que hoje são calara para todos nós.

De tal forma era assim que os governos de Sócrates se especializaram em omitir informação ao Tribunal de Contas no caso de algumas das PPP's rodoviárias mais ruinosas.

Ninguém podia dizer e não poderá fazê-lo ainda hoje que Guilherme de Oliveira Martins fez favores ao PS.

Mas ao ler uma entrevista a GOM no Diário Económico não posso deixar de ficar um pouco espantado com a candura das declarações relativamente aos casos mais polémicos de desbarato de dinheiros públicos.
Diz GOM:
É que os gestores quando começaram a usar este instrumento (swaps) não estavam inteiramente cientes das consequências
Como é que isto pode ser invocado como justificação para perdas potenciais (já muito mitigadas) de 3 mil milhões de Euros?

Não é suposto estes gestores estarem assessorados por especialistas financeiros ao realizar operações destes montantes?
Como é que alguém pode optar por um mecanismo de securitização e não perceber que o contrato pode acarretar perdas quase ilimitadas (em alguns casos superiores ao capital "seguro")?

Não estamos a falar de operações que tiveram lugar pela primeira vez no "ano passado". Estamos a falar de operações regulares que se destinam a proteger de uma eventual subida de taxas de juro variáveis que se fazem desde sempre.
Um gestor que não consiga distinguir, ou que consiga e continue como se nada fosse, entre um contrato de "seguro" e um especulativo só pode ter duas explicações

Ou estamos perante uma merda de gestor (true! true!)
Ou estamos perante uma merda de gestor que tem alguma coisa a ganhar com essas negociatas.

De nada serve ser competente se quando chega a altura se é incompetente por razões laterais. Nesse caso é muito pior. É criminoso.

Não podemos simplesmente aceitar que pessoas que gozam de condições salariais ajustadas à sua responsabilidade tenham menos responsabilidade do que o vulgar cidadão apenas porque não estava "ciente" das consequências.

O mais provável é que não haja nenhum procedimento criminal aplicável a este tipo de negligência grosseira. Mas o que não podemos é esquecer os nomes dos "gestores pouco cientes" que causaram uma chatice deste tamanho.

Como princípio deviam simplesmente ser barrados de exercer cargos públicos. Afastados como foram os secretários de Estado. E depois disso seguir todos os passos para garantir que qualquer hipótese de procedimento criminal não fica por tomar.

Aceitar este tipo de coisas como mais uma das vicissitudes da vida é totalmente inapropriado. O estado quando é credor não quer saber desses detalhes e expropria o que houver aos contribuintes em caso de dívida.

Em cargos destes é importante que estas pessoas percebam que há responsabilidades envolvidas e a possibilidade de sanções ou castigos pesados em casos como este .
Talvez assim os arrivistas incompetentes começassem a pensar duas vezes se queriam ser "indicados" para este tipo de cargos.